Em alguns momentos do meu dia eu espontaneamente me pego quieto em algum lugar, pensando. Pensando no que fazemos, o que deixamos de fazer; sobre vários lugares e lugar nenhum; a respeito do que temos de mais, o que temos de menos; o que realmente precisamos, o que desejamos; refletindo sobre tudo ou coisa alguma. Agora mesmo, isso que está narrado nessas poucas linhas, é um pensamento, do tipo que surge "do nada", que não se sabe de onde vem, não compreende como foi embora, e que logo é esquecido. Diria que todos ocorrem desta maneira. Pensamentos se formam tão rapidamente quanto se desfazem, é por isso que a escrita mudou o mundo, marcou a história, tal qual Sócrates ou Jesus Cristo, o Salvador.
Todavia, existe uma exceção, uma via de regra, uma abertura em cada sentença dita verdadeira. No meu caso, esse furo no sistema ocorre quando meus pensamentos são direcionados à pessoas.
A pessoa.
A quem dedico horas de observação detalhada, da mais pura atenção e, posso dizer, análise. Depois de tanto tempo de espreita, sim, posso dizer com propriedade as minhas análises a em relação à ele.
Mas, diga-me com veemência, como não olha-lo e adimirá-lo? Adorá-lo? Deveria eu servir a quem senão a ele? O ser mais belo e puro, em toda sua magnificência e esplendor, tingido da pigmentação mais próxima da perfeição de uma obra datada de antes de Cristo. Desenhado por anjos, talvez o próprio Deus. Ah, sua pele... Como a tenho tocado com toda calma e cautela durante minhas noites de sono mais tranquilas. Como tenho lhe encarado a face delicada e sublime, decorando cada mudança de tom em suas íris castanhas, cada maneira que ele tem de demonstrar seus sentimentos e emoções, apenas com um olhar e, ah... A boca, curva mais notável e despretensiosa do todo que o compõe, que sustenta seu sorriso brilhante e puro, capaz de desarmar até o mais corrompido dos homens.
O que posso fazer? Amo-o.
E agora, enquanto o observo, não posse impedir-me de olhá-lo de outro modo. Ah, sejamos sinceros. Eu reconheço perante a tudo e todos que sou a pessoa que menos deveria estar ali. Numa' igreja. Não queria ficar ali, porém não é como se eu tivesse o poder da escolha. Não quando é ele quem passa o dia inteiro naquele lugar sagrado, agindo sutilmente respeitoso a cada objeto sacro, servindo de maneira gentil cada pecador que segue até ele, alguns mais que outros.
Pecadores.
O interessante é que eu, o mais imundo de todos, nunca fui até ele para confessar-me. Tanto que já pequei... Tanto que já deitei na minha cama, com o intuito de descansar ou somente pensar -- sim, eu não sei dizer se é um defeito ou qualidade, mas costumo pensar muito -- e então ele me vem a cabeça justamente no momento em que minha imaginação engenhosa está tão propícia a criar momentos, quiçá não ocorram, entre ele e eu. A mão destra se direciona, percorre até alcançar meu sexo e ali movimenta-se. E mais uma vez enuncio meu apresso e contemplação por ele ao ascender até o ápice do prazer carnal, lascivo, ao passo que penso cada vez mais intensa, amorosa e pervertidamente, nele.
Ah... Jimin...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Adoração || Jikook
FanfictionPark Jimin é um excelente exemplo de bondade, paciência, gentileza, resiliência e alteridade. Ele sempre coloca as necessidades dos outros acima das suas e busca ajudar o máximo possível a todos que o procuram quando vão à igreja. Afinal, ele é o pa...