Capítulo Único

1.4K 133 216
                                    

©Essa história foi escrita por Kaline Bogard sem fins lucrativos, feito de fã para fãs. Cópia parcial ou total, assim como o uso do enredo, está terminantemente proibido. Plágio é crime.

***

ATENÇÃO: EM ALGUNS SITES ESSA FANFIC ESTÁ POSTADA POR "FELTON BLACKTHORN" QUE É O NOME DO MEU OUTRO PERFIL.

Agora estou reunindo as histórias sob o nick de "Kaline Bogard".

---

"Para ti
sempre tive um infinito
estoque de perdão.
Só para ti
perdoei mais que suportava,
mais do que pude.
Minha cerca-limite era se estatuto,
não tinha um NÃO delimitando nada.
Fui perdoando assim de manada

e muitos erros desfilaram me ferindo,
nos interferindo silenciosos,
sem ninguém denunciar.
Perdoa a dor que te causei
é que você estava há tempos me machucando
e eu não gritei."

— Pensei que não viesse... Estava cansado de esperar...

Severus não respondeu a acolhida de Draco. Apenas olhou ao redor, reprovando o ambiente decadente do Cabeça de Javali. Seu futuro ex-aluno não poderia ter idealizado um lugar pior para marcar tal encontro. Nos tempos de guerra eminente, o pub abrigava os piores tipos possíveis, fugitivos, traficantes, bruxos de conduta mais que duvidosa... Aqueles que caminhavam a margem da lei...

— Não vai se sentar?

O professor de Poções respirou fundo e aceitou o convite. Imediatamente os olhos negros perceberam a caneca de cerveja amanteigada que repousava a frente de Draco. O vidro transparente revelava estranhas manchas vermelhas na bebida, como se sangue houvesse pingado dentro.

— Quer beber algo?

Sem desviar os olhos da caneca, Snape perguntou:

— Porque não está na Formatura?

Draco passou a mão pelo cabelo. Os trajes negros de gala já não chamavam mais tanta atenção como quando chegara ali.

— Não preciso disso. Beba comigo, Severus...

— Draco, eu te...

— Não... Não... Não... - o loiro fechou os olhos - Não diga isso. Você me avisou e eu não lhe dei ouvidos, mas não jogue na minha cara.

— O que espera que eu faça então?

— Beba comigo. E converse.

Snape respirou fundo. Draco estava muito estranho. E não era a tristeza nos olhos cinzentos que lhe dizia isso. Fez um sinal para o garçom pedindo firewhisky. Ambos ficaram em silêncio até a bebida de Snape chegar e ele tomar um curto gole.

Draco não o imitou. Começou a rodar a caneca nas mãos, parecendo sem vontade de beber. Não dando aviso algum, disparou a queima-roupa:

— Você já amou alguém? - os olhos cinzentos estavam fixos no rosto do bruxo mais velho. O desdém na voz tentava inutilmente ocultar uma pontada de sofrimento.

Snape não respondeu. Sentia que seu aluno preferido não queria uma resposta. Era tão somente uma pergunta redundante.

— Eu... Só queria saber se é sempre assim.

O mestre de poções bebeu mais um pouco. Sua atenção ia intermitente de Draco para o copo de cerveja amanteigada entre os dedos longos do rapaz.

— Porque dói tanto?

Snape tentou não fazer uma careta: - Não sabe o que é dor, Draco. Ainda é jovem demais para ter experimentado dor de verdade.

Draco riu baixinho.

In time (Drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora