Controlar

329 19 6
                                    


  Depois do desespero sempre vem o alívio.
É a lei natural das coisas , isso é meio obvio .
Também era uma sensação bastante conhecida por Katia .
Porque passará inúmeras noites á beira do desespero esperando uma notícia de sua filha .Já foi a inúmeras palestras recomendadas por pessoas que diziam ser suas amigas para que ela encontrasse um jeito de controlar Ruby .

Controlar Ruby  .

  Controlar a filha sapatão ,rebelde , sem juizo e doida que Katia tem . Isso soa irônico para ela .
Irônico porque não tem absolutamente nada de errado com Ruby .
Ela é uma adolescente normal, com problemas normais e hormônios que dão espinhas . E que como todas as outras só quer se divertir.

  Mas é claro que ninguém veria por esse lado !

"Olha só , a filha da Katia beija garotas ..." .

"A filha da Katia é coberta por tatuagens . " .

"Veja bem ... Aquela garota é uma perfeita delinquente ! Tinha que ser a  filha da Katia!" .

"Coitada da mãe dessa garota! " .

Eles diziam , torcendo o nariz para Ruby . Alegando que suas filhas eram anjos quando na verdade todas disputavam por um simples beijo de Ruby .

Saber e imaginar são coisas completamente diferentes .
E essas pessoas que julgam sem saber apenas procurando imaginar ... não servem de nada !
Esses pais que imaginam e não sabem de nada são de mente fechada e opinião do século passado .

E talvez se os pais perfeitos soubessem sobre Ruby  ao invés de imaginarem coisas a seu respeito, suas filhas perfeitas  não se sentiriam tão culpadas por sentirem tanto desejo por uma garota .

"Ela tem tatuagens pelo corpo..." .

"Os cabelos são curtos ... " .

"As roupas são masculinas ... " .

"A culpa dela por se parecer com garoto! " .

Elas diziam, tentando justificar o óbvio.

Talvez se as pessoas não tivessem feito o homossexualismo tão ... Incomum . Uma mãe não sairia no meio do expediente as pressas depois de receber uma ligação do melhor amigo de sua filha .
Foi uma conversa simples , poucas palavras foram ditas , Katia só precisava saber o endereço do hospital e ir correndo o mais rápido possível pra lá.
Isso foi oque ela fez , foi até a recepção se apresentando como mãe de uma paciente ,logo depois subindo até o terceiro andar com o coração na mão .
Aquele ar de morte do hospital a aterrorizava, não era bem o tipo de ambiente que ela escolheria pra passar sua tarde .

– Oque aconteceu ? – pergunta a Aaron que estava encostado em uma porta . Ela nota Charlie e Cloe sentados nas cadeiras mas não fala nada .

– A Ruby se envolveu em uma briga e ... – Cloe o interrompe olhando para Katia .

– A culpa é minha ! – diz fazendo Katia a olhar . – O meu ex namorado achou que Ruby estava me ... Encomodando e ... – ela não se aguenta e começa a chorar . – Me des ... Me desculpa ... – Cloe coloca as mãos no rosto enxugando as lágrimas. – Eu juro ... Eu não queria que isso ... Eu amo a sua filha ... – Katia vai até a loira e a abraça .

_ Tá tudo bem ... A culpa não é sua ... – logo depois ela sente seu ombro ficar úmido . – Você sabe ... A Ruby é forte , um playboyzinho não vai derrubar ela assim tão fácil ! – elas se soltam do abraço sorrindo uma pra outra . – Você tá bem ? – Cloe assenti sorrindo .

- Obrigada ! - elas se abraçam novamente se soltando logo depois .

- Aaron? Cadê  o médico?

- Senhora Langenheim ? - um rapaz alto e loiro de aparente trinta anos se vira para Katia, ela não se importou com o termo usado por ele para lhe chamar a única coisa que importava no momento era saber como Ruby estava . - Muito prazer eu sou o Dr. Carter . - ele estende a mão para ela que aperta tentando ser simpática. - A senhora é parente de ... - ele olha os papéis que estavam na prancheta que segurava - Ruby Rose Langenheim ?

- Eu sou mãe! - ele assenti . - Como ela tá?

- Sua filha sofreu uma fratura na coluna , foi leve mas eficiente o suficiente para ela ter que operar. - Katia fecha os olhos depois de sentir uma leve tontura , em poucos segundos ela estava sentada com um copo de água na mão procurando se acalmar . - A senhora está bem ? - Ela assenti o olhando .

- Você falou em operar ? - nada importava mais , só Ruby .

- Sim mas nós precisamos da sua autorização...

- Onde eu assino ? - Ela o interrompeu, o Dr. Carter lhe mostrou no papel a linha que deveria assinar e lhe entregou uma caneta . Com a mão trêmula Katia pega a caneta a posicionando entre os dedos , começa a assinar seu nome quando termina sente um calor lhe invadir e seus músculos ficarem fracos , ela olha para Cloe que estava no seu lado e antes que pudesse dizer algo sua vista escurece .

você importa meu anjo...

E de fato , nada mais era  importante e  viável naquele momento .

Best MistakeOnde histórias criam vida. Descubra agora