Sociedade Abissal

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Não sou parte do rebanho há tanto tempo
que já nem me lembro
se eu que sou estranho
ou se só fui excluído

Mas também não sou pastor
para guiar as mentes
e projetar sempre
a culpa no maligno

Essa veia poetizada
veio da época em que Pitágoras

me vinha querendo
filosofar tomando um vinho

Já fui escravo, já fui índio
Já fui até crustáceo no Oceano Índico
Hoje sou pacífico
Mais ainda lírico

Li o resquício da vida dos meus antepassados
ainda configurados no coração das minhas células

Pra  sistematizado dizer que espiritualidade é tapa-buraco

e que o mundo gira mesmo, em torno da cédula

Mas a gravidade está aí, para instruir
Que o dinheiro gira um mundo feito pra te distrair,
mas não para abstrair
Para negligenciar, e aos poucos nos destruir

Para nos conduzir a consumir nossa energia
Desempenhando papéis que o ego nos solicita
Afastando de vez qualquer origem divina
Poluição, plástico, gasolina, solidão

Para lidar com o mal da evolução
E com o mito, da ascensão dos vermes
Minha determinação, tira força da pressão
Igual o submarino do Júlio Verne





Sociedade AbissalWhere stories live. Discover now