Prólogo

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"Éramos tudo, faltou ser verdade"

Quem não se sente de vez em quando uma sensação de que alguma coisa está para acontecer e muitas vezes não sabemos o que é? Pois eu já sabia exatamente o que estava para acontecer.

Meu corpo pesava, não queria voltar para casa. Mas não podia fugir da realidade. Tinha que enfrentar os leões que estavam a minha espera prestes a me devorar viva e sem nenhuma piedade.

Sabia desde do início os risco que corria e que no final de tudo iria sobrar só pra mim, e mesmo assim quis embarcar nessa loucura de se envolver com um homem casado.

Egoísta? Talvez, ninguém escolhe por quem irá se apaixonar.

As pessoas já estavam sabendo, minha família inteira estavam contra mim. Era eu e ele contra todos, é difícil e desgastante.

Estava voltando para casa, tinha tido um dia de trabalho exaustivo e turbulento. Trabalhar em uma padaria não é fácil, mas eu precisava desse emprego para ter a minha independência. Mesmo sendo maior de idade, a minha mãe adorava controlar os meus passos e era algo que eu detestava.

Assim que chego em casa, vejo todos lá para uma "reunião de família" onde todos dava a sua opinião que no final das contas não tinha muita importância para mim.

— Eu tinha te avisado que se você não parasse de se encontrar com aquele sujeitinho, iria dizer tudo para a mulher dele. — disse minha mãe fervendo de raiva. — Ela irá vim aqui falar com você!

Não esperava essa reação da minha mãe, achei que ela seria um pouco compreensiva. Mas vi que o que mais importava, era a reputação com o seu "nome" ou uma "amizade" que não valia merda nenhuma.

Minha raiva era tão grande que preferir ficar calada e somente ouvir todos dando palpite em um assunto que não desrespeitava ninguém, a não ser os envolvidos diretamente. Meu silêncio era um grito de socorro, mas quem irá ouvir? Estava sendo condenada igual uma bruxa em praça pública.

— Agora vai ficar calada igual uma idiota? — grita minha mãe. — Eu não admito essas suas putaria, eu conheço o sogro dele à anos, vi a mulher desse sujeitinho crescer e você me apronta uma dessa?

Então o que mais importava para ela é um histórico de uma relação que foi perdido com o tempo? Eu como sendo filha dela não tinha tanta importância?

— Obrigado por fazer a minha vida virar em um inferno a partir de hoje. — disse entre lágrimas.

Não queria chorar mais era difícil aguentar aquela pressão toda, minha cabeça parecia que iria explodir e nada que fizesse iria parar de doer.

Minha mãe realmente estava com ódio de mim, ela havia mandado mensagem para a mulher do Heitor, avisando a minha chegada do serviço. Meu coração parecia sair pela boca estava arrasada não tinha mais forças para continuar, mas mesmo assim me mantive forte e de cabeça erguida.

Não irei mentir que estava sentindo medo, pois era inevitável não sentir. Havia mais de 10 pessoas ao meu redor, ela já havia chegado com a família dela e a do marido. Todos me olhavam incrédulo e prestes a me condenar a prisão perpétua.

Assim que nosso olhos se encontram ela parte pra cima de mim, mas Heitor a empurra impedindo qualquer contato sobre o meu corpo.

— Está com medo agora? — Tati esperneia. — Me solta Heitor eu não vou fazer nada.

Meu primo fica em minha frente na defensiva, a raiva começa a subi pra mente e fico frente a frente com ela, olho a olho. Bufando de ódio.

— Você é disciplina ou algo do tipo? — meu primo pergunta ao Heitor.

— Não, mas sou envolvido indiretamente.

Minha mãe havia comunicado o meu primo sobre o acontecido, e pediu para ele intervir ao meio do debate, já que o mesmo é envolvido no tráfico. Aquela merda era mais uma perca de tempo, nada irá mudar e nem ser resolvido.

— Eu quero saber, como foi que aconteceu? — Tati me pergunta irritada.

— Você não sabe como uma pessoa beija a outra?— Reviro os olhos debochando de sua pergunta e sorriu conforme a respondo.

Todos começam a debater assuntos que não fazia parte da confusão, a mãe de Heitor quase bate na madrasta da Tati, eu fiquei de canto só rindo das discussões das duas. Era um cúmulo passar por aquela situação, meu primo interviu na discussão delas, cansado já de tantas discussões.

— Tati você vai querer cobrança? — meu primo a pergunta. — Mas vou te deixar ciente que o que for decidido para a Eloá, irá refletir em seu marido.

Ela analisa a situação com a expressão de medo e pavor.

— Eu não quero cobranças. — disse ela receosa. — Eu não quero que o pai da minha filha esteja morto!

Exatamente isso, ela queria que me matassem!

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