Eu te Amo*

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SAMUEL

Tentar trabalhar não parecia está surtindo efeito, minha cabeça martelava com dor apenas em imaginar algo que nunca esperei em minha vida.
Eu não tinha ideia como conduziria está conversa entre minha esposa, como eu até mesmo poderia falar de novo com Felipa. Não era fácil, mesmo que pudesse parecer.

-Você está bem? Desde que chegamos você parece longe. -Não dava pra mentir para um amigo, não para alguém como Sam.

-Você alguma vez notou Felipa tendo outras intenções comigo? Eu quero dizer, intimamente? -Sam que até então estava sentado levantou tentando escolher as palavras ao fintar seus olhos em mim. A resposta estava diante de nós.

-Notei, ela sempre pareceu mais íntima de você, tanto que até mesmo o próprio eleitorado e as pessoas a nossa volta achavam que vocês dois acabariam juntos. Aconteceu alguma coisa para você está me perguntando isso?

-Felipa me beijou enquanto eu estava no banho. Foi horrível. Ela se declarou, e me acusou de não ter sido um homem pra ela depois de tanta dedicação. Fiquei de mãos atadas.

-Caramba! O quê você fez? -Ele praticamente gritou surpreso assim como eu, era nossa reação mais normal possível.

-A pedi para sair, fiquei sem reação, eu nem mesmo disse a Ava, ela já tem passado por tanta coisa. Nossa vida está em uma crise total. A investigação quase no fim e nenhuma prova, Felipa abrindo o jogo, a carreira que sempre sonhei derrapando para o abismo, eu realmente estou sem saber o que fazer. Às vezes eu penso que seria melhor abrir mão disso e sumir daqui com Ava. Não quero que nada disso a atinja, ela não merece.

-Tenho certeza que Ava o entenderia seja qual for sua decisão, eu só não quero que você pareça derrotado antes da hora, o jogo não acaba até seu final chegar, tudo pode mudar e você sabe bem disso.

-Obrigado cara, eu precisava conversar. -Ele sorriu me puxando em um abraço rápido antes de me soltar, era um segundo irmão.

-Você sempre vai poder contar comigo. Sempre.

-Eu sei, obrigado.

AVA

-Ainda é difícil acreditar que sua própria sogra tenha dito algo tão podre. Deve ter sido horrível! -Assenti para Lídia limpando meus olhos rapidamente, meu corpo doía só de pensar na mesma coisa como um filme, não dava pra apagar.

-Às vezes eu me sinto culpada pelo que está acontecendo ali, elas me fazem sentir que eu sou culpado por tudo, a campanha, as brigas familiares. Eu nunca quis fazer nada disso Lídia. Sempre busquei a melhor convivência com elas.

-Ei, não se culpe por algo que não é responsabilidade sua! É um absurdo você pensar assim Ava. Você precisa falar com Samuel, contar seus medos de uma vez e acabar com esse tormento. Não pode viver assim, nem do lado daquelas duas megeras.

-Eu não posso, eu o vejo triste enquanto trabalha no escritório, a tantos problemas e eu sei o quanto ele não deseja nada disso. Samuel é um bom homem, marido e principalmente um filho, eu não posso dizer o que sua mãe fez e machucá-lo, eu sei o quanto vai doer nele. -Lídia me abraçou tentando consolar minha vida. Eu não o queria brigado com a mãe e não poderia esperar mais para sairmos de lá.

-Vai ficar tudo bem. Ainda bem que o fiscal foi verificar o porto, estamos de folga hoje e amanhã. Poderei ficar mais tempo com você. -Eu sorri tocando seu nariz com carinho, eu precisa afastar as coisas ruins, deixar de lado pelo menos por enquanto.

-Mudando de coisas tristes para coisas boas, você não me contou muito sobre sua relação com Miguel, ele anda todo sorridente agora.

-Ava! Eu nem sei por onde começar. Eu te falei que ele me deu carona naquele dia que vim atrás de você. Bom, conversamos um pouco e quando vi estávamos trocando telefones. O que eu posso dizer é que se ainda não nos beijamos, não vai demorar muito, ele me convidou para ir a uma exposição de fotografia, ele também está pensando em alugar um apartamento próximo do porto.

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