II

1.7K 160 77
                                    

Mal prestei atenção no barulho das sirenes que gradativamente ficavam maiores, tudo em que eu podia prestar atenção eram os vibrantes olhos da pequena esverdeada, que agora me encaravam com certo receio. Ela começou a vir em minha direção, mas ao invés de correr, gritar ou algo do tipo, tudo o que pude fazer foi ficar lá parado igual a um idiota. Nem mesmo eu pensei que um dia ficaria paralisado por causa de algo, principalmente uma garota. Antes que pudesse dizer algo, fui direcionado ao maldito carro da polícia para apresentar meu testemunho. Eu mal conseguia ouvir meus próprios pensamentos, tudo que eu podia ouvir eram os gritos alegres das crianças, os gemidos de dor dos bandidos e as vozes dos policiais, a delegacia estava lotada. Eu comecei a olhar ao meu redor, mesmo que por um segundo eu pude ver a garota, a mesma estava parada em frente a porta de onde os policiais e os bandidos (completamente destruídos por sinal) praticando uma conversa, como um sussurro eu consegui apenas ouvir a palavra Todoroki.

Após a garota entrar, esperei por volta de trinta minutos e entrei. Percorri minha visão pela sala, aparentemente não havia nada de mais. As únicas coisas que se destacavam na sala eram o cabelo ilustre da esverdeada e um cara com olhos heterocromaticos, sendo o direito cinza e o esquerdo um tom de turquesa. Seu cabelo era dividido entre as cores branco e vermelho onde o vermelho permanecia no lado esquerdo e o branco do lado direito. Apesar de sua força a menor parecia intimidada pelo modo de falar do meio a meio, pela primeira vez na vida eu decidi interferir.
Eu sabia que não poderia fazer minha própria vontade e sair xingando o filho da puta então ao invés de atacá-lo eu defenderia a garota.
Quando me aproximei fui capaz de ouvir um pouco, aparentemente eles estavam falando da força da garota, na qual os bandidos e as crianças afirmavam ter testemunhado.

- Com licença, acho que o senhor está enganado

-Como disse?

-Você é realmente iludido para pensar que uma garota seria capaz de espancar vários homens de uma só vez.

O mesmo me encarou com raiva e se dirigiu a esverdeada :

-O que realmente aconteceu Midoriya?

Após ouvir o nome dela eu me senti de alguma forma feliz ou algo do tipo, que merda de ser humano é esse pra me fazer sentir esse tipo de coisa, só me ferro nessa vida.

-E-eu..

-Você o que?

Pelo visto nesse dia eu só ia me esbarrar com uns moleques infelizes, puta merda que cara mais chato.

-Você não deveria acreditar tão cegamente em crianças, elas ficam vendo vingadores e depois saem falando merda por aí. Na verdade eu os vi brigando entre si.

Os bandidos começaram a resmungar e gritar que eu estava mentindo, antes que o meio a meio pudesse falar algo ele foi impedido por outro policial que concordou comigo. Eu inventei qualquer história na hora em que explicasse o que eu tinha suposto antes, até que fomos liberados

-Você não irá me agradecer? - perguntei a Midoriya

-Por que eu te agradeceria?

-Eu acabei de te salvar daquele policial agora pouco

-E eu por acaso pedi ajuda? O senhor deveria se envergonhar como homem, que tipo de pessoa faz favores apenas para ouvir os agradecimentos?

Após dizer isso a mesma deixou o local, me deixando completamente intrigado (e parcialmente parado igual a um poste)

POV Midoriya

Chegando em casa já avistei minha mãe espancando meu pai, coisas comuns no meu dia a dia. Fiquei de alguma forma feliz por isso, eu realmente precisava de um pouco de normalidade. Todoroki - kun estava bem estranho hoje, ele parecia mais estressado do que normalmente. O pior foi aquele cara, ele estragou o dia do Todoroki, que provavelmente vai descontar em mim depois -_-

Eu decidi tomar um banho para clarear a mente, antes que minha mãe viesse encher a minha paciência, entro de fininho e olho para Kirishima como um pedido de socorro, que milagrosamente entende e se joga no chão. Minha mãe foi correndo ajudá-lo já que ele sempre se machucou fácil, meu pai também percebeu a situação e falou que Kirishima quebrou o pé. Graças a Deus a porta da frente onde eu estava seria muito apertada para passar os três para o hospital então eles saíram pela porta dos fundos. Por um segundo eu tive a sensação de estar numa praia com lágrimas grossas escorrendo pelo meu rosto e eu gritando o nome de meu pai e o do meu irmão em direção ao pôr do sol e falando obrigada, igual nos animes antigos, pena que foi uma ilusão, não que eu realmente fosse agradecê-los, eu daria tudo para estar numa praia agora.
Depois do banho vou rápido em direção ao meu quarto, pode não parecer mas aquela mulher é um ninja, se ela descobrir que tudo era uma armação nos três estaríamos ferrados. Decidi dar uma checada no site de emprego, vai que eu tinha sorte não é mesmo? Hoje era realmente um dia de milagres, pela primeira vez meu perfil do site não estava vazio (tanto que o site pensava que eu não iria progredir na vida e tinha desistido), dessa vez apareceu que uma empresa tinha me chamado.

-FINALMENTE! Agora eu vou poder sair dessa maldita casa e fugir da minha mãe doida!

Infelizmente eles tinham chegado, ao falar essa frase, como um ninja minha mãe entrou no meu quarto com sua arma especial : o chinelo.

Nem mesmo o Flash seria capaz de fugir uma vez que ela estivesse com o chinelo, ela conseguiu me acertar, mas quando eu disse que eu havia conseguido uma entrevista de emprego, ela resolveu não jogar o salto.

A entrevista seria às cinco em um café, eu coloquei um terno básico e um salto fino de 5 cm, eu estava pronta para a guerra.
Chegando no lugar havia um homem olhando ao redor, provavelmente era ele o contratador, cheguei rapidamente na mesa. Ele disse que pagaria a conta então eu poderia pedir tudo o que eu quisesse, minha mãe dizia para sempre pedir o prato com o preço mediano para mostrar que você é humilde, porém não tem crise de inferioridade. Eu obedeci essa regra? De jeito nenhum. Eu pedi os pratos mais caros que eu podia, finalmente eu iria poder comer aqueles maravilhosos doces que antes eu só era capaz de ver na vitrine e ficar sofrendo. Eu pensei que depois disso o cara iria sair correndo, mas ele permaneceu ali, depois de encher a cara de doce que eu prestei maior atenção nele. Seu cabelo era loiro, mas em sua franja havia um raio pintado de preto. Ele usava um terno simples de cor cinza e me olhava como se não quisesse estar ali , e estivesse sendo obrigado.

-A sua empresa não é daquele tipo que pretende falir os funcionários e os obrigar a trabalhar o resto da vida igual a um cão, certo?

-Por que a pergunta?

-Porque você parace morto por dentro, é perceptível apenas olhando nos seus olhos mortos igual ao de um peixe que colocam expostos na feira

-A senhora acabou de chamar o seu contratador de peixe morto?

-Exatamente, e não me chame de senhora, eu tenho apenas 23.

Ele deu uma leve risada, se endireitou na cadeira e me encarou nos olhos:

-Você poderia me acompanhar? Eu te levarei diretamente ao meu chefe, ele está interessado na senhorita.

-De jeito nenhum. Já se viu entrar no carro de alguém que acabou de conhecer? Minhas suspeitas de trabalho escravo estão cada vez maiores, principalmente depois de ouvir a palavra "interessado" - digo com um tom de deboche.

-Se você vier eu te darei o dobro de cada doce que tem nessa loja.

-O triplo

-Ok, eu me rendo. Será o triplo.

-Então o que ainda estamos fazendo aqui?

Vou em direção ao carro, mesmo que algo aconteça eu seria capaz de quebrar o nariz dele e sair correndo mesmo sem usar a força e ainda ganharia doces grátis. Por que não então?

Notas do autor

Final sacana?
Com certeza
Não me mate ainda, já estou trazendo o próximo capítulo hoje, no máximo até amanhã. Então um bom dia, boa tarde e boa noite para você, Caro Leitor.

Toma um Todoroki de presente e Xauu ~

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 18, 2018 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Uma garota diferente Onde histórias criam vida. Descubra agora