we're not in france, but i like paris

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"O que é que há, pois, num nome? Aquilo a que chamamos rosa, mesmo com outro nome, cheiraria igualmente bem."

Oh, e de todos aqueles rostos, fui-me mesmo cair em amores pelo chamado proibido? Recordo-me, vagamente, de Nietzsche — ah, grande Nietzsche! — e suas filosofias que, antes, pareciam-me tão surreais e agora, neste exato momento, acabam por definir-me. "Lançamo-nos ao proibido!", dissera uma vez. Mas, quem me dera se fosse tudo tão simples... Se assim não bastasse, por que teria eu de mentir sobre quem sou e o que quero? Por que teria eu de fingir o oposto de mim? Ah, mas muitos dizem que essa é a melhor parte da atuação: tornar-se outra pessoa por alguns longos minutos. Mas cobrar-me o que não tenho é demais, não acha? Pois eu acho.

E acho também que aquele serzinho, aquela graciosidade (gorgeous!) de madeixas escuras e pronúncia arrastada; ele não deveria estar naquele pedacinho (na versão demo) do inferno. Não mesmo. Ele merecia muito mais, e não estar ali correndo atrás de uma mocinha bonita com cabelos tão vermelhos quanto suas bochechas, ao sentir os lábios do meu precioso beijar-lhe a mão.

Eu invejei-a por tempo demais, e sinto que isso mata-me aos poucos quando vejo-o tão carinhoso e atencioso ali. Eu sou Romeu, mas tiro-me dos ombros esse protagonismo e trago à tona Paris, tornando-o eu mesmo o protagonista daquela trama. 

Escrevo aqui, com um lápis roubado e uma visão para o paraíso — dez —, sobre o que seria, possivelmente, os erros de Shakespeare em Romeo & Juliet. Podes dizer-me que Lee Taeyong não é bulhufas de nada para apontar na cara de W.S e dizer-lhe babaquices pois, como todos sabem, ele foi mais que um poeta, escritor, dramaturgos e etc — esses caras eram tantas coisas que um único artigo da Wikipédia nunca é o suficiente. 

Acontece, meus amigos e amigas (da Rede Globo q), que o magnífico Shakespeare mostrou um amor tão lindo naquela obra... Ah, realmente refrescante, como um orvalho após a chuvinha doce da primavera. No entanto, mostrou-nos também o quão mortal possa ser. Romeu amou somente a Julita, certo? Mas, por que Julieta? Por que a bela e jovem formosa Julieta? Por que não Paris?

Responda-me Shakespeare: por que Romeu não pode amar Paris?

Qual o problema desse cidadão? Por que não ter feito o enredo deste modo, do meu modo? Por que será que não consigo voltar no tempo e, num ímpeto de dor, ameaçar-lhe raspar-lhe os fios escuros da cabeça caso não escrevesse do meu modo? Por que, Shakespeare? 

Culpo-te, anyway, pois és culpado pela minha dor. Não seria melhor, Shaks, ser eu a estar trocando juras de amor com Paris? Mas, é claro que não... Agora tenho de beijar e tocar e fazer juras de amor para essa ruiva insana que tanto denomina-se Julieta. Aigoo, eu cuspo para essa Julieta! Trocaria-a zilhões de vezes por Paris. 

Paris! Tão doce e amável... Ah, devo estar delirando... Ten era o seu verdadeiro nome, e por que custou-me tornar deste o meu número da sorte? Eu dobro a língua para pronunciar o seu sobrenome, mas ele prefere que assim não faça-o. Tão meigo...

Ele estava tão lindo quando apareceu no primeiro dia de ensaio... Tímido, coitado. Contanto, teu olhar fora o suficiente para fazer-me esquecer a fala a qual empenhei-me a madrugada inteira para fixar. Graças à Ten Chittaphon nada disso importou-me mais. 

  — Quem és tu? — portei-me como Romeu, e não como o simples Taeyong que sou.

  — Paris — contou-me — Creio que vossa graciosidade seja Romeu...

— Com todas as certezas — no meu lugar, fora a Julieta quem respondera. Aliás, o que era um tomate ao lado do meu rosto? — Romeu... tão belo...

romeo doesn't likes julietッtae. tenOnde histórias criam vida. Descubra agora