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{Narração de jimin}

Andar pelas ruas dessa cidade até que é tranquilizador. Estou sozinho andando em uma rua em que não tem ninguém, não sinto medo disso, pois ficar só com seus pensamentos é a melhor coisa que podemos fazer.
Às vezes acho que tudo vai mudar uma hora ou outra, mas quando? Essa é a pergunta "quando".

Tem um lugar que sempre vou, quando estou prestes a cometer um certo deslize e eu estou em frente a este lugar agora, um prédio enorme, bonito, mas há um problema, esse prédio é um sanatório.

É estranho, eu sei, mas eu gosto daqui, fico melhor perto de pessoas com distúrbio mental, do que com pessoas "normais".
É, entre aspas, pra mim não existe pessoas normais, só existe pessoas que se encaixam nos padrões lunáticos da sociedade.

Tenho meus problemas em casa apesar de tudo, meus pais não aceitam, de forma alguma, que eu seja gay, por isso tenho cortes no meu braço e sempre estou de blusa com mangas cumpridas, para cobrir a formas da dor sair do meu corpo. Esse é o último ano que vou morar com meus pais e não vejo a hora dele acabar e, assim que ele acabar, eu começo a trabalhar aqui.

Andar por esses corredores me trás um certo alívio e ver cada quarto é muito melhor, os pacientes, alguns, são iguais a mim, cortam os pulsos. Outros já são mais alterados, se comportam feito crianças, não vou negar, eu até acho fofo. Outros já são o estremo, mataram pessoas por puro prazer ou tiveram um problema na infância que causou um distúrbio, uma hora se comportam normalmente, outra estão atacando e vendo coisas que não existem.

- SAI DAQUI, SAI DAQUI.

Sai dos meus pensamentos com gritos de um garoto, me aproximei da porta do quarto e vi o diretor do sanatório e a enfermeira do garoto tentando acalmar ele.

A mulher tava desesperada, o diretor não sabia o que fazer. Fiquei observando aquilo durante um bom tempo até o diretor chamar minha atenção.

- Jimin?

- Hã? É... Desculpa tá olhando... Eu...eu.. já vou sair...

- Não, pode ajudar a gente?

- Como? - perguntei confuso, era estranho pedir isso a quem nem trabalha aqui.

Ele olhou pra mim dizendo com olhar que era pra mim fazer qualquer coisa. Automaticamente andei até o garoto e comecei a acalma-lo. Me surpreendi quando ele começou a se acalmar, não sabia o que estava fazendo, apenas falei com ele e disse que tudo ia ficar bem.

- Jimin, quer começar a trabalhar aqui esse ano? - Essa pergunta me surpreendeu.

- Por quê?

- Jungkook é um dos nossos pacientes mais problemáticos, ele não se acalma facilmente com ninguém. - Parou por um instante, olhou pro garoto, depois para a mulher que estava de joelhos, tentando recitar o fôlego perdido. - e, depois do que aconteceu, eu dúvido muito que a sra. Kim ainda queira trabalhar aqui.

- Mas, e os meus pais? Eles não vão concorda com isso!

- Com eles não precisa se preocupar.

- Então eu aceito.

Fiquei aliviado por esse ano ainda sair da casa dos meus pais e poder começar a trabalhar no lugar que eu amo.

Olhei para o garoto novamente, me virei e fui em direção a saída.

Cheguei em casa e fui direto pro meu quarto, escutei minha mãe e meu pai discutindo novamente e soltei um sorriso por saber que eu ia me livrar daquilo mais cedo do eu imaginava.

Deitei na cama fechei os olhos e comecei a lembrar tudo o que aconteceu, vou começar a trabalhar no lugar que eu adoro ficar e ainda vou me livrar das brigas estressantes dos meus pais e do preconceito deles.

Acabei dormindo em meio a tantos pensamentos.

O suicida e o psicopata {+18} Onde histórias criam vida. Descubra agora