Cantar e Sonhar I

Capítulo 1: "Talento Desconhecido"

México... Um país grande com muito turismo! Belas praias, boa comida, boas energias! Pessoas bem-humoradas, mas normais, como em quase todos os países...

Numa cidade pequena desta terra fenomenal, havia sorrisos, ar puro. Casas bonitas e originais! Numa delas, vivia uma mãe solteira e feliz. Sua filha era um orgulho para ela. Essa garotinha de 16 anos era sonhadora, lutadora e corajosa. Ela se chamava Jane.

Jane andava sempre com a cabeça nas nuvens, mas também não era para menos. Aos olhos das outras pessoas da cidade parece ser apenas uma garota como as outras da sua idade. Mas na verdade não era...

Ela tinha algumas peculiaridades desconhecidas na voz, pelo que conseguia ativá-la a tons mais graves como a mais agudos, sem que ninguém soubesse. Não é que ela não o queria, apenas era um pouco timídinha. Nem a sua própria mãe conhecia esse talento de Jane.

Por vezes, ela cantava baixinho no quarto, sempre com a porta trancada para que ninguém a pudesse escapar. Jane nem tinha noção do bom canto que tinha, então omitia-o.

Ela amava de cantar desde pequena. Acreditava que a música nascia dentro de cada pessoa, só precisava-se de a encontrar no seu interior e deixar o verdadeiro eu soltar-se.

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Num dia completamente por acaso, parecendo ser extremamente normal, a mãe de Jane estava indo até o mercado, como de costume. Enquanto Jane não estava na escola, por férias de verão, ficava em casa. Ela não era muito social no colégio, mas conhecia todo o mundo da cidade.

Como a mãe demorava sempre um bom bocado fazendo as compras, aproveitava para cantar um pouco em frente ao espelho e com uma escova de cabelo fazendo de microfone. Aí, sozinha em casa, libertava completamente a sua voz, cantando músicas conhecidas de momento ou compondo as suas próprias. A voz dela era doce, delicada, mas poderosa. Uma voz muito rara, ou se calhar até única.

Quando a mãe dela chega ao mercado, um funcionário aproxima-se dela e diz-lhe:

- Desculpe minha senhora, mas o mercado entrou em greve.

A mulher, sentindo-se totalmente indignada por se ter levantado tão cedo só para ir fazer compras dos ingredientes para o jantar diz ao funcionário, num tom não muito agradável:

- Como assim entrou em greve? E agora como é que eu preparo o meu jantar? E o da minha filha? Preciso de comprar legumes para a sopa, proteína para o prato, fruta para a sobremesa... Como é que pode um troço desses em plena manhã de segunda-feira?

- Recomendamos que se dirija a um pronto a comer ou algum restaurante, por exemplo.

A mãe nem se despede do funcionário e vai se embora, ainda um pouco furiosa, e decide para o jantar realmente ir comer a algum restaurante com a filha. Ela também poderia ir a um fast food, mas já tinha ido na semana passada, pelo que decide regressar a casa, o que não estava nos planos dela.

Quando entra em casa, abre a porta com a sua chave, silenciosamente, pensando que Jane estava ainda dormindo. Após entrar pela porta adentro, depara-se escutando uma voz que nunca tinha ouvido na sua vida, mas com uma intensidade que lhe era familiar. A mãe fica um momento paralisada em pé sem se mexer. Aquela voz tinha uma incrível capacidade de se moldar.

Para tentar procurar quem estava cantando segue o tom da voz. A cada passo, melhor escutava a garota que estava cantando. Quando sobe as escadas da casa, continua andando em passinhos de algodão até reparar que a voz vem do quarto da sua própria filha.