Epílogo

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- Atenção, pessoal – pediu Spencer no microfone – gostaria de dizer que se preparassem e aguardassem que logo mais a noiva estaria descendo, mas mentiria se dissesse isso.

- O que você está fazendo? – Perguntou James Rollins em tom baixo, aproximando-se de Spencer que estava no palco.

- Alison deixou isso para você – explicou entregando-lhe o bilhete – deveríamos mandar as pessoas para suas casas – falou em tom mais baixo.

James leu o minúsculo bilhete e olhou ao redor buscando os olhos azuis de Alison, buscando seu lindo vestido branco, quem sabe sua expressão sapeca. Queria vê-la para ter certeza de que aquilo é uma brincadeira, não passava de uma brincadeira, não podia não ser brincadeira.

Amassou o bilhete em sua palma da mão ao perceber que não a encontrava e disparou para o duplex. A porta escancarada que assim havia sido deixada por Aria, Hanna e Spencer o fez ver que ali mesmo ele não encontraria nem pista de onde Alison estaria. Ou melhor, talvez houvesse uma pista.

Onde estava o pote de vidro com todo aquele dinheiro que Alison havia guardado por tantos anos para viajar a Paris?

- Agora entendo porque sua filha sempre foi vista como um ser odioso – falou ele, ao voltar para o pátio gramado, entregando o bilhete amassado nas mãos do Sr. DiLaurentis.

Jason, o irmão mais velho de Alison, tomou o bilhete e leu para seu pai e, logo em seguida, gargalhou, enquanto James Rollins chamava sua família e retirava-se da festa.

- Isso é verdadeiramente parecido com Alison – seu pai analisou o bilhete com uma expressão preocupada – fique tranquilo, pai, ele vai superar. Ele e Alison nunca dariam certo. Ele era muito trivial para ela.

Ao lado do meio-irmão, surpresa pela atitude corajosa de Emily e Alison, Spencer mandava uma mensagem para os celulares das amigas.

Vocês não estão realmente indo para Paris, estão? Foi a mensagem que chegou no celular de Emily. O remetente: Spencer.

Estamos. Respondeu ela.

...

- O que nós estamos fazendo? – Perguntou Alison, entre um sorriso e outro que Emily e ela trocavam, sentadas, esperando seu voo.

- Eu estive em dúvida por tanto tempo. Sem coragem de pedir a você que nos desse uma oportunidade. Sem forças para encarar a profundidade desse sentimento. Mas agora... tudo que eu não tenho são dúvidas. Quando você me beijou daquela forma tão entregue, tão real, tão verdadeira... tudo que havia para duvidar, simplesmente, sumiu.

Alison sorriu.

- Nossa primeira vez em Paris. Fico tão feliz de dividi-la com você.

Emily beijou suavemente a testa de Alison.

- Eu também – retornou Emily – eu também estou muito feliz.

Sair correndo daquela festa havia sido a coisa mais emocionante e mais incrível que Alison e Emily já haviam feito. Não havia mais incerteza, não havia mais riscos, não havia mais drama, não havia mais sentimentos ocultos. Só havia vontade. Vontade de viver tudo aquilo que sempre quiseram, mas que, até ali, nunca haviam tido coragem para viver.

O sangue corria rápido por suas veias, seus corações estavam acelerados e seus corpos ainda tremiam pela excitação daquele beijo tão profundo e tão entregue que haviam compartilhado há tão pouco tempo.

O carro de Emily tinha aquele cheiro tão típico dela, Alison reparara. Cheiro de sol e de praia, cheiro de piscina, de água de coco, cheiro de mar... cheirava tropical, igual a pele morena da mulher de seus sonhos, debaixo daquela loção corporal que tornava aquele corpo ainda mais atrativo e seu próprio corpo ainda mais sedento de senti-la inteira, de cheirá-la inteira, de beijá-la inteira.

Eu escolho Paris (emison)Onde histórias criam vida. Descubra agora