your skin

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Querido Yoon Oh,

Você sempre teve gostos peculiares. Me lembro agora de como sempre escolhia sabores não convencionais em ocasiões oportunas ou como seus perfumes tinham odores peculiares, não deixando de impressionar. Você nunca deixava de impressionar.

Seu gosto para cores também era excêntrico. Gostava de tons escuros, quando ainda se dava o trabalho de compartilhar comigo tais banalidades. Me recordo que os tons profundos te atraíam. Era especialmente curiosa, sua obsessão pelas cores que conseguia pintar por meu corpo.

Os arroxeados eram seus favoritos, até mesmo em seu próprio corpo. Comentava como contrastavam sua pele. Sempre reparei na brancura extrema de seu tom, chegando a ser preocupante pela falta de sol que te acometia. Mesmo com a preocupação, não conseguia deixar de achar atraente e bonito o branco leitoso que compunha suas partes.

Você costumava adorar as marcar que deixava em você, assim como as que você me presenteava com. Nunca se cansava de dizer a cor impressionante com que ficavam, às vezes fazendo humor com as particularmente fortes, me deixando sem graça por "exagerar". Dizia isso, mas afagava meus cabelos, beijava minhas bochechas, corria as pontas dos dedos pelas marcas que via em seu pescoço.

Costumava achá-las bonitas, influenciado por sua adoração doentia e que não compreendo. Agora só me recordam da futilidade de marcas como essas, que ardem, marcam, se mostram fortes, mas se vão em dias. Essas marcas... elas não são as piores. Não são nada quando comparadas às que tenho dentro de meu coração, rasgadas em minha alma pela sua indiferença e agressividade. Essas são as que machucam.

{...}

Yoon Oh havia entrado em casa há pouco tempo. Sentava na mesa e lia algo, insignificante no momento. Não deixava de notar quão bem ele ficava com as roupas que usava, deixando os pensamentos vagarem para lugares um pouco mais indiscretos, o que era um pouco perceptível pela expressão em meu rosto.

Yoon desviou o olhar para cima e encontrou o meu. Ergueu uma sobrancelha e logo um sorriso de canto surgia em seus lábios. Se levantou e desabotoou os primeiros botões da camisa que tinha no corpo, andando em minha direção.

Um suspiro escapou de meus lábios ao vê-lo se aproximar e segurar com delicadeza meu rosto com as duas mãos. Apoiei as mãos em sua cintura coberta, sentindo seus músculos tensionarem sob meus dedos, uma sensação boa.

Sorri involuntariamente, ele se aproximou e beijou minhas faces coradas, enviando calafrios por minha espinha.

Adentrei minhas mãos por dentro de sua camisa, dedilhando por seu tórax e abdômen. Ele me urgiu a levantar da cadeira e me guiou até a cama, sem deixar com que aquele sorriso de canto se esvaísse de seus lábios atraentes.

Pedi com os olhos para que tirasse quaisquer peças de roupas que apenas agravam o calor que sentia e que emanava pelo ambiente. Me arrepiei quando ele correu as mãos de forma possessiva por meus braços e tronco agora desnudos.

Se ajoelhou a minha frente e me ergui para o tocar de leve. Tracei numerosos caminhos invisíveis por sua pele clara.

Me levantei e empurrei Yoon Oh para se deitar em meu lugar. Tomei a posição na qual ele se encontrava momentos antes e passei a deslizar a ponta de meu nariz por seu corpo, apreciando as partes maravilhosas de si.

Sorria ao ver arrepios se espalhando também por ele, suspirava e quase me esquecia de aproveitar a textura suave de sua pele com todos os sentidos sobrecarregados pelas ondas de calor em mim.

Seu corpo era único. Sua pele era maravilhosamente divisível em vários aspectos, sua cor, sua textura, seu cheiro. Sorri mais uma vez por meus caminhos imaginários, passando a lhe deixar chupões por vários lugares.

Yoon Oh grunhiu em resposta e gemi contra seu corpo. Ele levantou os braços gloriosamente brancos e quase reluzentes, se entregando às marcas que tanto apreciava.

Subi por seu corpo, observando o contraste do escuro com o claro nele, como marcas de tinta em uma tela que se tornava cada vez mais especial e única
com o passar de meus lábios por sua extensão.

Forcei meu corpo contra o dele, sentindo meu interior parecer pegar fogo pela fricção.

Passei a língua por sua pele maravilhosamente alva e pelas manchas arroxeadas de meu feitio. Yoon Oh gemeu em um volume baixo, um som saído do fundo de sua garganta e me empurrou de costas para a cama.

Ri, me deliciando em seu desespero ao beijar meu corpo e separar minhas pernas. Forcei meus dedos por suas costas, observando com dificuldade de prender a atenção com os estímulos em meus sentidos tons vermelhos surgirem em suas omoplatas.

Apoiei a cabeça no travesseiro, Yoon Oh se colocava dentro de mim e apoiava seu peso em meu corpo. Lhe beijei as faces e o pescoço quando entraram em meu alcance. Me permiti deixar mais uma marca em seu pescoço.

Jung arquejou as costas e se movimentou de formas incríveis que não fui capaz nem de processar direito, perdendo meus sentidos já naquela altura.

Levei as mãos aos cabelos de Yoon Oh, puxando ocasionalmente. Os sons desenfreados que emitia pareciam o enlouquecer, que ainda estocava em meu interior. O orgasmo veio para nós dois, tempos depois, e continuamos deitados.

Meu pensamento se voltou para as marcas roxas em sua pele, que me deixavam contente e com certo orgulho. Acariciei sua pele que tanto apreciava, tentando demonstrar por meus atos a adoração que tinha por seu corpo, mas não somente por ele. Uma mensagem que não sei e nunca vou saber se ele foi perceptível e sensível o suficiente para captar.

Deixei um beijo selado em seus lábios inertes, enquanto ele tentava pegar no sono.

Yoon Oh se virou de costas para mim e pegou no sono finalmente. Fui deixado em meu lado da cama, virado para ele, observando suas costas se movendo calmamente de acordo com sua respiração.

Jung tocou uma das marcas involuntariamente em seu sono. Eu as apreciava, realmente as considerava especiais. Assim como ele, que não cansava de comentar da beleza das marcas, ao invés de elogiar os lábios que as marcaram nele, que pareciam ser apenas um detalhe.

{...}

Por que, Yoon Oh? Suas promessas de amor eram tão fúteis quanto as marcas amorosas passageiras que costumava apreciar e enfeitar-me com?

Preferiria cem delas, mesmo sendo, agora reconheço, vazias e não providas de sentimento, mas sim de paixão e luxúria repentina, do que as cicatrizes e feridas em meu coração.

•••
eu tava muito ansiosa para postar essa oneshot eu espero do fundinho do meu coração que vocês tenham gostado, não esqueçam de favoritar e de me contarem o que vocês acharam :))

darkest color ☁︎ ; jaeyongOnde histórias criam vida. Descubra agora