26 • The End♪

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Naʀʀaɖօʀa

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Jimin gostaria de dizer que se lembrava de alguma coisa, mas a verdade era; ele não lembrava-se de nada. Sua mente encontrava-se inebriada, e sua cabeça doía como o inferno. Sentia um líquido quente escorrer do lado esquerdo, e se não estivesse enganado, era sangue.

As últimas cenas que conseguia lembrar era de quando acordou no banco de um carro — grogue demais para fazer qualquer coisa — e depois foi levado para dentro do que parecia ser um hospício. Após isso, tudo que aconteceu foram as surras que levou de alguém vestido de enfermeiro. Não conseguia tirar da cabeça a risada amarga e as palavras  de baixo calão que eram direcionadas para si, tampouco conseguia distrair-se dar dor que assolava por cada mísera parte de seu corpo que já estava fraco demais para tentar lutar. Apenas se perguntava se aquele seria seu fim, se nunca mais veria Yoongi e nem os outros meninos. E pensar nisso tornava-se algo de extrema dor, uma dor maior do que a qual sentia por seus ferimentos.

Ele esperava que não, havia feitos tantos planos com Yoongi, e saber que havia a chance de nem sequer um se realizar, o fazia tontear. Tudo que Jimin mais queria era voltar no tempo, voltar para os dias em que ele e Yoongi saíam para os reinos criados por nada mais que suas imaginações. Fazia algum tempo desde a última vez em que fizeram tal coisa e, Jimin sentia falta. Era algo somente deles, algo que ninguém poderia tirar. Era o momento em que ambos sorriam diante do que amavam, e demonstravam seu amor um pelo outro mais do que em qualquer outro momento e lugar. Foi como se apaixonaram.

Nunca contaram á ninguém sobre àquilo, tinham medo de serem chamados de loucos, afinal, quem imagina reinos mágicos para fugir da realidade? Ainda mais com a idade que tinham? Ninguém, ninguém que tivesse todos os parafusos no lugar, é claro. E Jimin e Yoongi não eram uma dessas pessoas, eles tinham todos os parafusos no lugar, mas do modo deles.

Foi inevitável não se assustar quando a porta do local onde estava se abriu bruscamente, revelando a figura cruel do enfermeiro. Este, se aproximou com passos lentos de Jimin e tocou o rosto do menor antes de dar-lhe um tapa forte e depois segurar com firmeza em seu queixo.

— Entendo. — disse, soando quase como um sussurro de deboche. — Você de perto lembra ela ainda mais, sabia? — riu. — Mas você está tão machucado agora, tão destruído, igual à ela. E é triste saber que vai ter o mesmo fim daquela menina que um di foi o amor do seu namorado. E, por falar nele, como acha que Yoongi ficará ao perder pela segunda vez a pessoa que ama?

— E-ele não vai me perder... — diria, a voz falha e rouca pelo longo tempo sem proferir palavras.

— Oh, vejo que você falou. — agarrou os fios da nuca de Jimin e puxou com força a cabeça do mesmo para trás, rindo. — Como pode ter tanta certeza de ele não vai lhe perder, Park Jimin? Como pode ter tanta certeza de que não vou lhe matar nesse exato momento?

— Eu não tenho, eu nunca tive, mas isso não importa. Sempre estarei com ele, no coração dele. Pode me matar aqui, mas não vai me matar do coração e da mente dele. Nosso amor é maior que você.

— Você fala com beleza, mas apenas isso não será suficiente para lhe salvar, meu caro e inocente Jimin. — o enfermeiro puxou uma das diversas cadeiras que tinham no local e se sentou de frente para Jimin. — Você por a caso sabe meu nome, hm?

— Por quê eu iria querer saber? Você só destruiu a vida de Yoongi.

— E por isso mesmo você deveria saber, lindinho. — puxou a cadeira para ainda mais perto do Park e apoiou os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos. — Meu nome é Cha EunWoo. Eu fui enfermeiro desse manicômio por um bom tempo, até seu namoradinho acabar com ele, no dia em que Mila morreu.

Wicked Heart «» myg+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora