Os ditos e sentidos

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Deitada em seu quarto
Parada
A menina sente seus dedos tremendo
Encharcada
Com insistentes lágrimas sem motivo
Ou vários
Inconsciente de seus atos
Já passados
E atuais

-Medo.
-Medo de que?
-Confusão.
-Confusão?
-Minha confusão.

E ela grita
Calada
Por uma solução imediata
Pra confusão solidificada
Infundada
Por seus argumentos

-Ar.
-Ar?
-Dizem que tem de monte.
Mas que as vezes faz falta
em lugares escuros
de pessoas quebradas.

Violentada
Por si mesma
E por tudo aquilo que existe ou existiu
Injuriada
Por sempre colocar a culpa nos outros

-Angústia.
-Angústia?
-Isso passa,
só a dor no peito fica
suportada

E então a menina sente dó de sua alma
Cansada
Trancada
Em um quarto chumbado
Onde sua radiação não passa
Mesmo se escassa
Até meu fim.

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