CAPÍTULO UM

53 3 2
                                    

Foi em uma noite fria de janeiro que algo impensável e imperdoável aconteceu.
O anoitecer transcorrerar como de costume para Dynah Carey enquanto ela servia o jantar na Stanton Manor House, uma casa de repouso organizada pelos funcionários municipais de Middleton. Dynah gostava de seu trabalho e geralmente conversa animadamente com os idosos que desciam de seus pequenos apartamentos para fazer as refeições comunitárias na camtina localizada no porão do edifício. Sally Wentworth era uma excelente cozinheira e preparava um cardápio variado. A única reclamação que ouvira em 5 meses de trabalho referia-se à grande sobra de comida. A maioria dos idosos que moravam em Manor viverá na época da depressão e detestava alimentos desperdiçados.
Todos já haviam se retirado para seus aposentos,com exceção do Sr.Packard, que aproveitava o tempo para saborear uma xícara de café descafeinado.

__Seus carro continua na oficina, Dynah?
__Sim. Então aguardando a chegada de uma peça.
__Pensei que haviam prometido para ontem.
__ Acho que houve algum problema__ ela disse, dando de ombros. Não estava preocupada com isso..
__ Seu noivo não virá buscá-la hoje à noite?__ele perguntou, observando Dynah encher os saleiros.
Ela lançou - lhe um olhar sorridente ao passar para a mesma seguinte.
__ Hoje não, Sr.Packard. Ele está dando aula de estudos bíblicos.
__ Talvez Sally passa levá-la para casa.
__O ponto de ônibus não é muito longe daqui.
__ A distância é de no mínimo um quilômetro e meio, e uma moça bonita como você não deve andar sozinha no escuro.
__Costumo ser cuidadosamente.
__Nos dias de hoje não basta só ter cuidado. Por causa disso passei e detestar ler jornais. Foi se o tempo em que podíamos atravessar a cidade sem preocupa__ ele disse com ar de tristeza, balançando a cabeça.__Agora a cidade cresceu tanto que não conhecemos mais ninguém. O povo vai e vem o tempo todo. Nunca se sabe quem mora ao lado. Poderá ser um benfeitor ou um bandido. As moradias se espalham por toda parte sem nenhum planejamento. Lembre-me de quando eu era criança e conhecíamos todo mundo. Deixávamos as portas sem trancar. Não havia motivos para temer. Não sei a que ponto chegamos. Alegro-me por estar chegando ao fim da vida. Na época de minha infância, costumávamos sentar na varanda de casa para conversar. Os vizinhos apareciam e tomávamos limonada. Bons tempos aqueles. Hoje ninguém tem tempo para nada. Não mais se constroem casas com varandas. Todos ficam trancados vendo TV e conversamos muito pouco.
Dynah aproximou - se do Sr.Packard ao perceber a dor da lamuriava. Estava triste. Sua esposa morrerá havia quatro meses. A família fizera - lhe companhia apenas durante as cerimônias fúnebre e em seguida retornará aos lares espalhados em diversas localidades dos Estados Unidos. Os dois filhos moravam na Costa Oeste, muito distantes para visitas frequentes. A filha morava em Indiana e telefonava todos os domingos. O Sr.Packard gostava dos domingos.
Mas aquele noite era uma quarta feira.
__ Sinto saudades da "Tenete"__ ele disse calmante, com um sorriso de melancolia____ costumava chamada Freda de "Tenente".
O Sr.Packard contou a Dynah que deram esse apelido à esposa logo após a Segunda guerra mundial. Ele lutará no Pacífico dois anos antes, quando então foi atirado para fora de um carro durante uma explosão. Levaram - no a um hospital de campanha Onde permaneceu três meses até ser embarcado de volta para casa.
__ Enquando estiver ausente, Freda deu à luz nosso filho e conseguiu emprego de meio período. Quando meu pai contraiu cânce, ela pediu demissão e assumiu o lugar do sogro, ajudando minha mãe a dirigir a mercearia da família. Minha Freda era um soldado de vanguarda__ disse com expressão comovida e olhos marejados de lágrimas.__ É por isso que eu a chamava de "Tenente", e o apelido pegou.
__ Esta na hora de fechar, Dynah __ disse Sally por trás do balcão, em tom de voz alto o suficiente para o pobre de Sr.Packard pudesse ouvir. Ao olhar para o rosto dele Dynah sentiu vontade de chorar.
Percebendo a insinuação, o velho homem levantou - se.
__ Hoje em dia todos tem pressa__ ele disse com olhar em direção a cozinha. Em seguida, virou- se para ela novamente.__ Até amanhã, Dynah. Tome cuidado hoje à noite.
__ Tomarei__ ela disse com um sorriso carinho, tocando em seu ombro enquanto ele se afastava.__ Não se preocupe.
Juan Garcia começou a colocar a colher, a xícara e o Pires deixados pelo Sr.Packard, Dynah observou o homem idoso atravessando o salão com o corpo retesado. A artrite o esta a incomodando outra vez.
__Não tive intenção de interromper sua conversa__ Sally disse, enquanto Dynah colocava os utensílios dentro de uma enorme lavadora de pratos e descia a tampa.__ Alguns dessas pessoas idosas gostam de falar demais.__ Pegou a malha de lã pendurou no cabide.__ Não têm aonde ir nem o que fazer.
__ Ele sente falta da esposa.__ Disse Dynah, pensando em seguir os conselhos do Sr.Packard e pedir uma carona para Sally.
___ Sei disso. Sinto falta do meu marido. Sinto falta dos meus filhos. Você sente falta de seu belo noivo. Colocou a bolsa sobre balcão e deu de ombro, já agasalhado com a malha e a cabana de chuva.__ É como disse Scarlett O'Hara:"Amanhã será um novo dia". Pegou a bolsa, deu um rápido até amanhã e dirigiu - se para a porta dos fundos.
Sally parecia tão apressada que Dynah não quis importuná - la. Além disso, o ponto de ônibus não era tão longe assim e havia bastante iluminação nas ruas. Dynah pegou sua mochila no depósito, tirou os sapatos brancos de sola de borracha e calçou as botas de neve. Depois de guardar os sapatos na mochila, despediu - se de Juan. Atravessou o salão de refeições e chegou ao saguão que dava para o terreno de estacionamento dos fundos. Sally já apagará as luzes. Havia apenas a suave iluminação das lâmpadas de segurança das lâmpadas de segurança e de algumas outra atrás de Dynah, onde Juan se preparava para lavar e encerar o chão.
Dynah vestiu a capa de chuva e dirigiu - se para a porta dos fundos.
A idéia de que deveria tomar cuidado nunca lhe parará pela cabeça. O Manor não era exatamente um local propenso à criminalidade. A ocorrência mais significativa havia sido motivo por um grafiteiro que rabiscara seus muros três meses até. Na tarde seguinte, o administrador cobrirá os rabiscos com uma camada de tinta, e a polícia passou a fazer um número maior de rondas todos as noites. Os vândalos desapareceram.
Dynah abriu a porta e saiu. O ar estava revigorando; a neve da última semana ainda permanecia compacta e suja. Sua respiração transformava - se em baforadas brancas no silêncio da noite. Ao ouvir o clique de um cadeado atrás de si, sentiu um leve calafrio. Fechou o zíper do impermeável até o pescoço e olhou ou redor. Talvez o aviso do Sr.Packard estivesse mexendo com sua sensibilidade. Não havia nada que pudesse preocupa - la. Tratava- se de uma noite como qualquer outra, nem mais fria, nem mais escura.
Havia sombras por toda parte, porém ela não viu nada estranho ou ameaçador enquanto descia a rampa destinada a cadeiras de rodas. Atravessou como de costume o estacionamento dos fundos em direção à Maple Street, distinta apenas alguns quarteirões da Main Street, mas oito até a Sycamora e mais alguns até Sixtreenth, onde se localizava o ponto de ônibus. O percurso era de quinze minutos até a parada na Henderson. O alojamento ficava a sete quarteirão dali.
Dynah consultou seu relógio de pulso. Nove e meia
Janet Wells,sua companheira de quarto, estaria na biblioteca estudando até tarde da noite. Janet sempre deixávamos tudo para a última hora e tirava Boas notas em todotodos os exames. Dyana sorriu internamente, desejando ter tal sorte. Tinha de estudar o yempo todo para tirar Boas notas, o suficiente para no perder a bolsa de estudos.
  Relaxando enquanto caminhava, Dyana contemplou a noite límpida. Sempre gostou desse rua com suas moradias da época da virada do século. Imaginava seus moradores sentados nas varandas durante o verão, saboreando uma limonada, tal qual o Sr . Packard se lembrava. Como fosse uma cena extraída de um filme. Era uma vida completamente diferente da que ela levará na Ocean Avenue em São Francisco, onde crescera, apesar de haver algumas semelhanças.
  Ao fazer uma retrospectiva, Dyana percebeu o quanto havia sido protegida pelos pais e enclausurada por ter cursado os estudos em casa. Em muitos aspectos, ela havia tido uma vida romântica, com poucos sobressaltos e curvas ao longe do caminho. Evidentement, houve épocas em que sentirá curiosidade em sabe o que aconteceu além dos muros que seus pais construíram ao seu redor. Quando perguntava, eles explicavam e ela obedecia. Amava-os e respeitava-os demais para agir de outra modo.
  Seus pais sempre foram cristão. Ela não se lembrava de uma ocasião em que não estivessem envolvidos com trabalhos na igreja ou com algum projeto comunitário. Sua mãe cantava no coral e dirigia uma classe de estudos bíblicos nas manhãs de domingo. Dyana crescerá cercada de amor, protegida e orientada em todos os seus passos até cruzar as portas da New ligeiramente College. . E agora parecia que sua vida seguiria o mesmo curso, com Ethan Goodson Turner no comando.

Aborto Interrompido Onde histórias criam vida. Descubra agora