Work, bitch

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Louis trabalhava numa grande livraria classificando e arrumando as novas remeças de livros que chegavam. Era um trabalho monótono, mas o que o aliviava era o fato de poder ler centenas de sinopses e imaginar como aquilo devia ser maravilhoso.

Às vezes parava e esquecia que estava trabalhando. Passava as páginas lentamente e só acordava quando era importunado por alguém ou pelo próprio chefe: Liam. Liam era amigo de Louis fora da livraria, mas ali dentro, não havia amizade: Payne era rude, ignorante e quase escravocrata. Talvez fosse pelo fato de que aquele não era seu trabalho dos sonhos.

Após sair do apartamento de Harry, Louis passou rapidamente numa cafeteria expressa e pediu o de sempre. Tamborilou os dedos na mesa de madeira e esperou impacientemente. Rolou num computador imaginário as desculpas que poderia dar para o chefe, o problema era que ele usara quase todas e as que sobraram eram absurdas demais. Desculpe, tive que passar no hospital. Desculpe, meu carro quebrou. Desculpe, tive que enterrar um ente querido. Ele não tinha carro, nenhum de seus familiares morava perto.

Caminhando a passos rápidos, Louis entrou na loja com um atraso de vinte e cinco minutos. Era pouco mais de nove da manhã. Olhando ao redor, Lou não encontrou o outro por isso correu até o estoque e se sentou, bebendo o restante do seu café. Pendurou as chaves, tirou a o suéter e a camisa, empurrou dentro do armário e colocou o uniforme.

Checando seu celular uma última vez, Tomlinson o enfiou no bolso da calça e entregou-se ao trabalho.

— Por onde diabos você andou, Tomlinson? — Liam gritou do outro lado da livraria, caminhando em sua direção. – Você sabe que hoje nós iremos receber outra remeça de livros. — Liam estava ao telefone, mas aquilo não parecia incomodá-lo no quesito gritar com Louis às nove da manhã.

— Desculpe, Liam, eu—

— Não importa. Você deu sorte que quase toda a cidade parou para ouvir a campanha do Styles. Vamos, precisamos aumentar o preço das biografias dele. Payne caminhou apressado e Louis teve que dar corridinhas para poder alcança-lo.

A livraria era tão grande que era possível alguém se perder lá dentro. Dividida em dois andares, sendo o primeiro para livros e o segundo para CDs, DVDs e discos vinis, Louis era o encarregado de organizar a parte dos livros com a ajuda de uma ou outra pessoa. Uma luz amarelada dava um tom de casualidade ao local, uma música ambiente conseguia relaxar o menor, mas não causava qualquer efeito em Payne.

Liam empurrou a porta da sala de reuniões com o ombro e ofereceu um dos bancos para o outro sentar. A imagem que se via era devastadora: toda a equipe estava sentada ao redor de aproximadamente quinhentas unidades da biografia de Harry Styles. Louis nunca viu tantas vezes o rosto do amante estampado em algo.

O lugar era pequeno e abafado. Tudo que o chefe discutia na ligação, os empregados ouviam. Lou arrancava os preços antigos e colava os novos de um jeito já mecanizado. Seu corpo estava ali, mas seu pensamento não.

— Eu sei, senhor. Sim, estamos fazendo isso. Sim, é claro... sim, estamos todos sorrindo. Obrigado. Boa campanha!

Louis levantou os olhos e fitou Liam por alguns segundos. Era Harry ao telefone.

— O que ele disse? — Quis saber.

— Para tratarmos bem os clientes e sorrirmos mesmo que joguem uma pedra na vidraça da livraria.

Tomlinson revirou os olhos e levantou-se com dez livros nos braços.

— Vou catalogar estes e colocar na prateleira.

— Não seja tão petulante, Louis. — Payne avisou. — Harry é o dono de todas as sedes desta livraria, todo este trabalho está sendo feito em 50 outras sedes.

— Ao meu ver, esta é uma forma velada de corrupção. – Empurrando a porta com as costas, Tomlinson saiu da sala.

[...]

Louis estava terminando sua maçã quando um repórter entrou ao vivo na TV para falar sobre a campanha de Harry. Jogou o que restara da fruta no lixeiro e encostou-se na parede. O futuro presidente estava num palanque com parte do seu partido e de sua família logo atrás. Os meninos estavam ao lado da mãe que sorria, orgulhosa. Louis foi consumido por um incômodo na boca do estômago e não sossegou até ver as marcas vermelhas no pescoço do amante quando a câmera focou no seu rosto.

Quando a transmissão acabou, desligou a TV e voltou ao trabalho, pensando em como Harry ficava gostoso de terno, mas como ficava ainda mais gostoso sem ele.

[...]

Louis e Liam ficaram encarregados de fechar a loja. O dia fora corrido: das quinhentas unidades, trezentas foram vendidas. Harry Styles estava ficando cada dia mais rico. Louis decidiu tomar banho antes de ir para casa, só que Liam tinha compromisso e jogou toda a responsabilidade no outro. Tomlinson foi obrigado a acatar: Payne era o chefe.

De banho tomado e vestido, Lou terminava de amarrar os sapatos quando ouviu alguém entrar na livraria, o que era estranho pois as portas estavam trancadas e só os responsáveis por fechar tinham a chave. Arqueando uma sobrancelha, o garoto caminhou devagar até o corredor de acesso a sessão principal.

— Oi? Alguém ainda está aqui? – Era Harry.

— Sim, senhor? Posso ajudá-lo?

— Louis?

Harry já não estava mais de terno; tudo o que vestia era camisa e calça social, cores que não podiam ser definidas por Louis graças as poucas luzes acesas.

Lou aproximou-se o bastante para sentir o cheiro do perfume de Harry que exalava do seu corpo e podia ouvir o ponteiro do seu relógio dançando.

— Ficou responsável por fechar hoje?

— Sim, — cruzou os braços — tenho chegado atrasado alguns dias.

— Entendo... poderia saber o porquê? — Harry estava provocando-o.

— Bem... eu tenho um prazer insaciável pela manhã, e hoje, especialmente hoje, eu precisava muito de algo dentro de mim..., mas não fui correspondido. Então tive que me virar sozinho.

Na penumbra da luz que entrava pelas janelas altas de vidro, Louis viu Harry fechar os olhos e molhar os lábios. E riu.

— Mas eu sei que foi por uma boa causa — aproximou-se do mais alto. — E sei que serei recompensado.

O cacheado tocou o maxilar do menor e o levantou para que Louis pudesse olha-lo nos olhos. Tomlinson tocou o volume na calça social do outro e apertou, deixando que todos os pelos do seu corpo se eriçassem. O garoto ficava extasiado quando conseguia excitar Harry com tanta rapidez e gostava ainda mais quando Harry o deixava tocar no seu pau por um longo tempo, masturba-lo devagar. Abrindo o zíper com lentidão, Lou empurrou Styles contra uma das prateleiras de livros que balançou com o impacto. Abriu o botão e puxou o pau dele. Ajoelhou-se, beijou toda a extensão abaixo do umbigo e molhou o membro com a língua. Harry jogou a cabeça para trás e gemeu rocou. Suas mãos agarraram a cabeça de Tomlinson e o ajudaram no movimento. Louis ficava pasmo com a quantidade de veias e como algo podia ser tão fodidamente belo.

Louis engolia o pau com uma habilidade absurda e em resposta Harry gemia e chamava seu nome por entre os dentes.

Ambos estavam absortos em tudo aquilo e se quer deram conta de que Liam tinha as chaves da livraria e que Liam tinha o costume de esquecer o casaco quando fechada.

— Ei, Lou! – Gritou. — Esque... puta que pariu!

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⏰ Última atualização: Jul 05, 2018 ⏰

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