one way

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— Hyunjoon, está tudo bem, quer que eu bata nele? — perguntou a pequena Ryunjin, deixando o salgado e suco que havia comprado para o garoto em cima da mesa.

— Tá' doida? Já viu seu tamanho perto dele? — riu pegando a menor pelo braço fino, fazendo ela sentar na cadeira.

— Tamanho não define força. — resmungou como uma criança, baixando o olhar assim que viu alguém se aproximar deles.

      Kim Yugyeom, o idiota típico de ensino médio. Por alguma razão, o idiota fazia questão de zombar de Ryunjin por ter perdido seu irmão. Sim, Kim Sunwoo e Shin Ryunjin eram irmãos, seus pais não se davam bem, o que resultou na garota receber o sobrenome de um e o rapaz de outro.

— Olha só, uma das pestinhas ainda está viva. — a voz do garoto fez a mais baixa recuar, ele era muito alto e tocar no nome de Sunwoo fazia a menor perder suas forças. — Como foi enterrar seu irmão?

     Hyunjoon tentou levantar e fazer algo para impedir o garoto moreno de falar merdas para a menor, mas foi empurrado. Ele estava fraco. A sorte foi Haknyeon aparecer ali, os braços cercados de tatuagens empurraram Yug para longe.

— Olha só, o namoradinho da pirralha— zombou o mais alto, fazendo o sangue do Haknyeon ferver, o que o levou a dar um soco contra o estômago do maior.

— Se manda daqui, idiota, vai lá lamber Junhui como sempre fez, afinal, ele sempre foi um ótimo amigo para você. — ironizou o Ju, e no meio daquela confusão, Juyeon estava parado, olhando através de sua câmera. — Achei que a imprensa do colégio havia sido morta.

「♡ 🍰」

    Lee revirou os olhos baixando a câmera, vendo Heo o encarar com os olhos franzidos em confusão, todos olhavam para o moreno, até Yug se aproximar do mesmo, erguendo o corpo alto pela blusa.

— Você vai apagar essas fotos, ou faço o que você vem tentando fazer esse tempo todo. — zombou jogando o moreninho contra a máquina de refrigerantes sem muita força.

      Sem avisar, Juyeon correu até o garoto, baixando sua cabeça pelos fios escuros, lhe dando uma joelhada no nariz. O mais alto grunhui de dor, sendo afastado por outros alunos que se intrometeram.

     Lee rosnou zangado para Baekhyun, que o puxou para longe dali, tentando o acalmar. Seus olhos estavam perdidos, ele nem mesmo sabia como controlar sua raiva. Tudo por dentro de si tremia, e ele somente armou o choro, sendo abraçado pelo mais velho. Juyeon precisava colocar sua vida em ordem, ele precisava de ajuda, precisava de alguém, mas não tinha nem o seu próprio eu ao seu lado.

— Calma, Ju, olhe para mim. — Byun ergueu o rosto do mais novo pelo queixo, fazendo com que os olhos fundos pelas noites perdidas de sono lhe fitassem. — Não ligue para as merdas que eles dizem. Todos vão dizer muitas merdas para você e se toda a vez você for meter' seu joelho na cara de alguém, muitos narizes vão ser quebrados e o seu grande nariz também pode ser.

Lee revirou os olhos soltando-se do aperto alheio.

— Meu nariz é maior que até minha vontade de morrer, eu sei, mas não precisa ficar jogando contra minha cara o quanto ele é grande. — disse brusco apertando sua câmera contra seu peito, parecia tão inofensivo.

      Baek seguiu Juyeon drante o primeiro horário todo, trocaram elogios amigáveis, zombaram de alguns alunos, falaram até mesmo sobre a campanha idiota contra suicídio e o namorado de Sunwoo, mas foi um assunto que Juyeon não queria muito rendimento, afinal, o garoto o irritou. A aula que o moreninho iria ter, era justamente a que ele menos queria, estava em seus horários uma aula com um tipo de grupo de apoio ridículo para jovens problemáticos, e ele tinha que frequentar todas as aulas.
  
   Adentrou a sala em tons pastéis sem muito ânimo, as cadeiras formavam uma roda, e ele sempre se sentava na ponta esquerda, pois teria uma visão melhor da porta e também não teria duas pessoas em sua volta para lhe irritar. Também era uma ótima tática para fugir de trabalhos em duplas.

Juyeon odiava trabalhos em duplas.

       Seu olhar pesava sobre seus dedos, que rodavam seus anéis gélidos e bregas, que somente ele ali tinha, até ouvir vários murmúrios, levou seu olhar para a pessoa que havia sentado de seu lado, o único vago. Heo Hyunjoon, que surpresa. O moreninho revirou seus olhos, observando a professora Yongsun adentrar a sala com seus papéis inúteis, dando início á merda de aula para os pobres oprimidos e desesperados por ajuda.

     O começo era sempre monótono, você falava seu nome, e o motivo de estar ali, Lee nem mesmo ligava mais para a palavra suicida, e nem para dizer que foi encontrado com um revólver em sua boca, todo o colégio sabia, todo mundo sabia.  Tudo começou da ponta direita, onde estava Jeno, o garoto que sofria de bipolaridade, e foi indo, até chegar em Hyunjoon.

— Heo Hyunjoon — o menor suspirou como se estivesse tomando coragem. — Tenho Leucemia e um começo de depressão.

「♡ 🍰」

    Hyunjoon não tirava o sorriso de seus labios bonitos, todos naquele lugar tinham a mesma cara de mortos, e ele apenas queria ser um morto mais alegre.

   Foi forçado pelos pais de Hak a frequentar o grupo, e Ryunjin fez a questão de o arrastar até a porta da sala após conseguirem escapar da coordenadora que soube da confusão com Yugyeom.

  Heo já sabia o motivo de Juyeon estar ali, todos sabiam, mas ele queria mesmo era ouvir o moreninho dizer, afinal, ele não poderia ser sarcástico quando falava de seus problemas, ou poderia?

— Lee Juyeon — disse sem muito humor, cruzando os braços. — Um aluno que gosta de provar balas na guela justo na semana teatral.

   Todos ali se entreolharam e alguns riram, o garoto sempre dava desculpas estúpidas para estar ali, usando e abusando da zombaria em sua voz. Até mesmo Heo riu, e pode ver o maravilhoso sorriso timido do moreno, que abaixou a cabeça quando seu olhar encontrou com o de Hyun.

— Lee Juyeon, a diretora que vê-lo — a voz enjoada da coordenadora invadiu a sala, fazendo o garoto revirar os olhos se levantando, podendo ver Yugyeom atrás da mulher, ele estava com um curativo no nariz. — Heo Hyunjoon, você também.

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⏰ Última atualização: Jan 28, 2020 ⏰

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