De uma forma estranha, começou o dia para ela. Mas o céu ameno, os pássaros em árvores, plantações ótimas e claro cheiro de suas margarinas favoritas se fez sentir, quando o jardineiro passou com um jarro e acenou. Então, o que estaria estranho?
Nada, supôs. Bom, de alguma forma não se atrasaria outra vez para uma reunião. Colocou-se de pé e deslocou-se deixando o jardim, de duas filas enormes as quais tinham sentinelas dando lugar á uma passagem, a piscina junto a mesa, um relvado limpo e lindo de se ver, as coisas eram caprichadas de um jeito único na mansão.Após ter seu carro no estacionamento do prédio, meteu-se em um elevador o qual deixo-a no terceiro andar, onde desejava.
E de imediato deu de cara com seu advogado, senhor alto, vestido de terno castanho, estava beirando os trinta e quarto anos, muito respeitoso e simpático.
- Bom dia, Sra. Sienna.
- Bom dia, Frank.
Passou ele voltando a andar, como sempre fizera com todos seus trabalhadores, não era de papo com ninguém.
- Sra. Sienna! – Chamou-a, parou ainda de costas, e ele prosseguiu depois de um suspiro - A reunião foi adiada para está tarde.
- Quem a adiou?
- O Sr. Ross.
- Está bem, e obrigado.
Quando terminou suas últimas palavras, encaminhou-se em sua sala, dois corredores depois. A pasta em seu ombro trouxe um certo desconforto, doía assim também como sua cabeça, colocou-a sobre a cadeira rolante e olhou para sua mesa que lá tinha um jornal que pouco á interessou ler.
Quando já se aproximava da porta ouviu o som da música de Adele Skyfall, soar pelo pequeno espaço do escritório, voltou-se para a pasta, bagunçou um pouco a procura do celular, e só depois o ter encontrado encarou a foto de seu noivo no ecrã.
Algo que não estava desposta era conversar com alguém, e com ele não seria uma exceção. Por muito pensar deslisou seu dedo ao vermelho, acionou em opções e assim silenciou o telemóvel. Pôs-se a andar, atravessando mas um corredor, mas uma sala. E logo conquistou a visão do homem que lia alguns papéis. Seus olhos castanhos contemplavam a mulher agora que caminhava de um vestido creme, de racha atrás entre as pernas, um sobretudo preto, e botas curtas, típico dela.
- Bom dia, Sienna.
A mesma olhou-o de semblante arqueado. Ao chegar perto a secretária deixou cair o peso de suas mãos sobre a mesa e inclinou-se dizendo:
- Por que razão, ousa contrariar minhas ordens?
- Como disse?
- Você trocou o horário da reunião!
O homem negro, de cabelos ondulados e super curto, magro e de altura média, apressou-se a estar em pé e encaram com olhos brilhantes, Sienna. Não que fosse novidade alguma a paixão que ele sentia pela mesma desde que se tornaram sócios há 3 meses.
- Então, por isto! – Exclamou e sorriu de lado mostrando a saliência de seu bigode.
- Sabe muito bem que não gosto quando não lidam com minhas ordens – brotou um suspiro e prosseguiu – Espero que não se volte a repetir.
Ele por sua vez continuou com o sorriso percorrendo o rosto, coisa que á irritou mais.
- Com que então a empresa só lhe pertence?
Desviou o olhar, formulando algo para responder e assim disse:
- Sei perfeitamente de que só me pertence 30% desta empresa, não preciso que me lembre.
- Pensei que precisaria de faze-lo toda vez que vem rosnando em minha sala.
- Está gozando comigo?
- De modo algum – adorava muito aquela mulher para gozar com ela de algum modo o faria era sua amora, mas não negaria para si que a mesma chegava a ser insuportável.
- Sr. Ross não quero me chatear mais ainda, por esse motivo fará a reunião sem mim, não estou em condições. Até mais.
- Até!
Voltou de encontro a sua cadeira enquanto Sienna deixava a sala. Seus saltos faziam barulho por todo corredor, o ruído semelhante ao de seus sapatos invadiram o lugar no mesmo instante e parou no meio. Quando avistou a morena que vinha perto de si acompanhada de várias sacolas de compras, sorriu.
- Oi, sumida! Disse após lhe beijar o rosto e a mesma arqueou o semblante ante as palavras da jovem modelo.
- Faltei ontem e já sou sumida?
- Ah, esquece. Sabe aquela proposta que…
- Estou com presa.
Disse antes de deixar-lhe sozinha. É! estava fugindo de um assunto que não lhe convinha de jeito nenhum. Um pouco infantil? Então você não conhecia Sienna Helena Coleman.
Algumas ordens para os funcionários e por conseguinte atravessou a porta da cafetaria que frequentava algumas semanas atrás . O motivo de sempre era Frank. Perguntou sobre ele, mas não obteve uma resposta concreta, contudo voltou para casa, fatigada pelo dia.
Se via deitada em sua cama pela bela jovem mantendo, seu corpo de lado deixando visível sua imagem.
-Então prefere que Ellien mande?
- Não se trata de preferência , eu só acho o mais correcto. Ela está aqui a tanto tempo. - Sorriu timidamente, encarando Sienna que abria os olhos.
- Ok, Anne. Me avise quando meus pais chegarem, está bem?
- Claro, Sra.
E o pequeno papo, para decidir quem ficaria ao controle da casa enquanto seus pais viajariam, se foi quando Anne saiu do quarto. Pois bem, deveria ser Sienna certo? Por ser filha e tal. Mas ela estaria controlando, só que precisava de alguém para quando sua ausência.
Não era muito ocupada nem tão pouco desocupada, arranjara graças a seu pai um emprego na empresa Luxe , e um mês depois comprara trinta porcento dela. Era produtora de moda, organizava os eventos que decorriam na empresa. Nada que a deixasse cansada, mas sentia-se assim por mais esforços que fazia para continuar acordada, permitiu seus olhos fecharem-se e repousarem.
O descanso de segundos, procurou pensar, foi interrompido com os passos que soaram naquele espaço. E o cheiro! Ela conhecia e foi inevitável não virar-se, e encarar o homem que vinha até si de mãos no bolso do sobretudo preto. Levantou de imediato para encara-lo, e o mesmo fez ele por minutos, longos e eternos minutos.
- Boa noite.
Conseguiu se proferir. Mas que idiota mesmo! A sua calma á irritou de maneira que se perdeu em um transe, que saiu por lembrar que não agira bem a noite anterior. Ela estava bêbada, valia um desconto, não?
- Sam - forçou um sorriso sem graça - Boa noite.
- Por que não atendeu o celular?
- Ah…ele estava sem bateria. – Foi ágil em responder e Sam curvou o rosto não acreditando.
- Está bem, podemos conversar?
- Claro vamos até a varanda.
- Gostaria de falar sobre ontem. Disse olhando-a e já sentados.
- Ontem?
- Sim ontem, lembra o que aconteceu?
- Não - mentiu, como ela era boa nisso. Ele suspirou.
- Então, você estava bêbada e chorava dizendo que amava um tal de Frank, quer explicar?
-É…
- Primeiramente, porquê bebeu?
Hesitou e respondeu o que lhe saiu pela boca.
- Por vontade.
- Vontade, sério? Eu estava preocupado e você diz que ficou embriagada por vontade!
- Sam, eu sou crescida. Retrucou.
- Mas parece que não, pode me dizer agora quem é Frank?
O bolo que comera a semana passada parecia que voltou a vida, sentia-o em sua garganta naquele momento, e duas batidas a mais vieram também, mas da porta de seu quarto.
Quem for que seja eu beijo seus pés. Anne outra vez estava do lado de fora de seu quarto, avisou sobre seus pais e o almoço e foi.
De volta a varanda , encontrou Sam olhando o céu nublado pelos raios solares, o qual, o brilho nítido do sol pairava na atmosfera mostrando o final do dia. E o apreciava sob aquela tarde fria, sem fazer qualquer movimento que denunciasse sua presença ali, no batente da porta.
Algum tempo se passou até ela anunciar almoço e desceram, com a melhor performance de “casal perfeito”. O casal de senhores da se achava na mesa quando se sentaram, e durante a glamorosa refeição vegetariana de Dona Ellien, conversavam agradavelmente.
- Estou ansioso para ver meus netos correndo pela casa.
- É muito cedo para pensar em filhos, pai.
- Também estou ansioso, meu sogro. Bebericou de seu suco Sam.
- E quando será o casamento? Está sempre a ser adiado, não é bom. Dizem que dá má sorte.
Desta vez Dona Kate segredou-lhes de olhos arregalados.
- Não vai acontecer nada. Mãe, deixa de ouvir essa gente.
- Será quando Sienna se decidir, novamente – diz firme e sussurrado a ultima palavra mas ainda deu-se para ouvir por todos.
- 14-
Se afastaram da sala assim que a janta terminou. Ela o acompanhava até seu carro, e Sam por sua vez não parecia querer dialogar, ela não se sentia arrependida por mais que gostaria. Apesar de saber também que de todo, Sam a amava e sentia-se magoado , mas não lhe poderia ter dado o gostinho sobre qualquer informação de Frank. Estragaria tudo.
Suavizou os passos e seus pés puseram-se confortáveis. O homem também parou os seus com dinâmica depois de sentir as mãos geladas tocarem seu braço esquerdo, quase que se virou mas o orgulho era muito maior que a curiosidade.
- Não vou esquecer isto, Sienna.
- Por que?
- Porque tenho certeza que Frank existe.
- Você vai falar comigo?
- Talvez amanhã!
Falou seco e rude, e foi com essa atitude gravada em sua mente que ele desapareceu após subir no carro, era sua vez de partir naquela noite.
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Efeito da Contrição
RomanceTudo que queria de sua vida era a liberdade. A liberdade de poder escolher o que bem quisesse, mas seria uma ótima ideia? Tomar decisões por vezes, chega a ser uma tarefa árdua e com Sienna pareceu ser diferente á princípio quando, se sentiu d...