Na sala, ouve-se passos, reproduzidos por um salto cor turquesa que Ammélie tanto amava. Da sala, seu corpo direciona-se a cozinha em busca de algo pra comer. O estômago de Ammélie ronca, resultado do suco gástrico em excesso produzido até então sem finalidade. Ammélie abre a geladeira, e encontra uma caixa de cereais, que embora velha, tem algum resto que sacie sua fome. Ela empurra guela a baixo, com certa ânsia, porém na necessidade de manter seu corpo ao menos em pé... não que ela quisesse isso.
Ela redireciona-se a sala, senta-se no sofá, e abre o livro empoeirado que estava na mesa de centro sob um carpete cor creme. A rotina tem sido exaustiva, embora há poucos momentos em que ela realmente possa desfrutar.
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A Caixa Grande
Short StoryA podridão as vezes exala não somente de corpos. A saída de um local fechado, especificamente uma caixa, só te levará a outra.