Ao entrar em seu quarto, Ammélie repousa-se em sua cama, e num suspiro, sente o peso e a carga de sua rotina esvair-se, e assim, enfim, sente-se unicamente relaxada.
Após alguns minutos, Ammélie cai num sono profundo, no qual vê e sente todos os seus sonhos, como se seus sentidos a cada vez mais estivessem aguçados, em alerta, pra qualquer informação ser assimilada rapidamente por seus neurônios famintos por informações.
Nas pontas dos pés, em um lindo campo de girassóis, ela lembrava da analogia que fazia em relação aos girassóis. Os girassóis, sempre viram-se em direção ao sol, a luz, e assim era ela. Quando privada de luz, ou quando encaixotada, ela não conseguia respirar, e assim, desfalecia.
No lindo campo de girassóis, ela corria, sentindo o leve e úmido vento tocar em seu rosto pálido. Os seus braços movimentavam-se quase igualando-se ao bater de asas de um pássaro. Ali, sem dúvidas alguma, ela sentia-se feliz, livre de preocupações, ou de problemas externos. Ela era unicamente dela, e sentia-se amada, mais do que nunca.
Porém isso tudo não passava de um sonho, de um lindo sonho. Ammélie então acordou, com gotículas de suor escorrendo de sua testa até sua bochecha, e ao limpá-las, fechou novamente os olhos como uma sensação de alívio.
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A Caixa Grande
Short StoryA podridão as vezes exala não somente de corpos. A saída de um local fechado, especificamente uma caixa, só te levará a outra.