Quatro anos. Já são 4 anos em que eu o conheço e a ele a mim. Conhecemos-nos, por acaso, numa cafetaria, em que ambos costumávamos frequentar. Naquela altura, eu mal escutava música, por isso, não sabia as tendências em alta na época, não sabia quem ele era quando o vi pela minha 1ª vez. Jeon Jungkook.
Talvez, tenha sido sorte, naquela altura, não o reconhecer, pois isso fez com que conseguíssemos começar uma amizade, sem a suspeita de segundas intenções, atrás de reconhecimento, e isso, esta amizade, continua até os dias de hoje sendo somente bons amigos, que podemos contar um com o outro.
Nunca tinha pensado nele mais do que isso, amigos.
Mas de um tempo para cá, começou-me a incomodar, quando ele referia-se a mim como sendo sua amiga, claro que isso, era a verdade, mas incomodava-me, isso é certo.
Não tenho coragem de lhe dizer, o que eu sinto por ele, o quanto eu gosto dele, tenho medo de ele não sinta o mesmo e acabe por estragar a nossa amizade.
Agora, estou aqui no meu quarto a ver uma série no computador, pensando mais do que estar atenta ao que se está a passar na minha frente, na tela. Ele deve estar-se a divertir com o resto dos rapazes da banda, não me importo que ele passe tempo com eles, já que também os considero como grandes amigos meus e sei que eles são ótimas pessoas. Mas neste momento, sinto um pouco de ciúmes e talvez também de inveja, por não puder estar com ele, da maneira que eu gostava de estar.
Logo, adormeci.
Eram 4 horas da manhã, quando acordei sobressaltada com as batidas fortes e repetidas na porta da entrada. Levantei-me e ao aproximar-me da porta, perguntei quem era.
-Quem é?
-Sou eu. -foi a única resposta que eu obtive, e que chegou para mim, pois eu reconheceria aquela voz em qualquer lado e em qualquer momento.
Abri a porta e deixei-o entrar, no entanto tive de o ajudar, uma vez que ele estava um bocado bêbado, o que não era nada do costume dele.
-Porque bebeste? Ainda por cima tanto, do modo para estares assim? Sabes que não deves abusar e podia ter acontecido alguma coisa ou vires para cá, do modo em que estás.- Esperei uma resposta vinda dele, mas nada, nada vindo dele, parecia que estava a pensar em algo, e se dia ou não falar.
-Não me vais responder?- Talvez pela bebida, ele tenha ganhado a coragem que lhe faltava, pois eu nunca esperaria que o que ele disse a seguir saísse pela boca dele.
-Porque gosto de ti. E já não aguentava estar calado com isto por dizer.
Fiquei em silêncio, não parecia real aquele momento, e as palavras que tanto queria dizer em resposta, não me vinham , fiquei completamente sem palavras.
-Porque é que não gostas de mim?-começou novamente a falar, sem para por um segundo, entendeu o meu silêncio, a minha falta de palavras, como uma negação da minha parte aos seus sentimentos.-O que é que me falta? Para tu gostares de mim.
-Alguma vez perguntas-te-me se eu gostava de ti? Eu alguma vez neguei, ou demonstrei algo para tu acreditares que eu não possuo nenhum sentimento por ti.
Antes que ele pudesse responder, empurrei-o para a casa de banho, para que tomasse um banho para sair aquele cheiro forte de bebida e ficasse mais lúcido, do que se passava à sua volta. Assentei-me no sofá da sala, tentando prestar atenção ao filme que passava naquele momento na tela da televisão.
Passado uns momentos, senti-o sentar-se ao meu lado.
-Mesmo que goste estar somente ao teu lado e baste-me isso, prefiro puder olhar e encarar os teus olhos.-Logo desviei o olhar, ele estava sóbrio desta vez, o seu momento de dizer loucuras de bêbado já tinha passado e agora estava completamente sóbrio.
-Olha para mim.- carinhosamente, com a sua mão virou a minha cara na sua direção, aproximando-se aos poucos da minha face e iniciando um beijo calmo e apaixonado. De certeza, que aquele momento era o nosso princípio a dois e o resto das nossas vidas em conjunto.
