Cadê vc menina Nicolle?

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Pov's Niih

- Ooi moça - escutei alguém falando, mas não me movi - OO MOÇA - levantei num pulo e tentei me localizar, olhei para os lados e vi um mendigo me olhando, não havia mais ninguém na rua - disculpa mas esse banco é meu - ele diz se deitando no banco que eu estava deitada

- A claro, sem problemas - olho para os lados meio apavorada, eu não tinha ideia de onde eu estava, só me lembrava de ter saído de casa depois de brigar com a Isa

- A madame não é daqui não ne? - ele falou me encarando

- A não não, na verdade eu não faço ideia de onde eu to - assim que eu falei isso me arrependi, e se ele fosse um estuprador ou algo do tipo? me afastei devagar

- Vc tá precisando de ajuda? - ele não esperou eu responder e continuou - Meu nome é Edgar - sorri meio sem graça

- É... eu acho q não precisa, eu vou ligar para um táxi, obrigada - comecei a procurar meu telefone nos bolsos e na minha bolsa, não achei

- Ih moça, se vc tava dormindo aqui no banco da praça, os cara já devem ter te roubado tudo, milagre que não levaram sua bolsa - corri os olhos pelo chão atrás da minha mala, porém não achei - sorte sua que eu tava aqui por perto, eu guardei a sua mala - ele disse apontando para alguns arbustos

Fui até lá e me deparei com minha mala escondida entre as plantas, peguei-a e me virei na direção de Edgar

- Muito obrigada mesmo, mas agora eu tenho que ir - ele eu um meio sorriso - será que vc poderia me indicar onde tem um hotel por aqui?

Edgar levantou a cabeça do banco e olhou em volta, depois coçou a cabeça e disse

- Puts moça, é bem longe daqui mas se vc quiser eu te levo - não me parecia uma boa ideia andar pelas ruas a noite com um cara que eu acabei de conhecer, mas eu não tinha muita opção na verdade

- Na verdade eu não quero te atrapalhar - ele murmurou um "pffff" se levantando do banco - mas se vc não se incomodar...

Então eu e Edgar seguimos pela rua enquanto eu arrastava a minha mala, no começo o caminho foi bem silencioso, mas eu odeio silêncio, então tentei puxar assunto

- Eu não me apresentei, meu nome é Nicolle - ele assentiu com a cabeça

- Nome bonito - agradeci

- Então Edgar, vc vive nesse banco a muito tempo? - ele me olhou e negou - desculpe se eu estou sendo muito intrometida, se vc não quiser falar eu entendo

- Tudo bem, eu não me incomodo, na verdade eu moro nas ruas faz pouco mais de 5 anos. Antes eu morava em um apartamento perto do centro junto com minha esposa e minhas 2 filhas, mas um dia eu fui demitido e nós começamos a nos afundar em dívidas. Certo dia minha esposa simplesmente pegou as meninas e foi embora, não demorou muito para eu ser despejado do apartamento, e agora eu vivo aqui - eu o encarei com um olhar de compaixão

- Eu sinto muito, vc não vê suas filhas a 5 anos

- É... hoje em dia a mais nova já teria 13 anos, e a mais velha 17, mas um dia eu ainda vou melhorar de vida e ir encontrar elas - sorri - mas e vc? Vc não parece ter perdido o emprego nem nada do tipo

- Ah, não. Na verdade eu meio que fugi de casa - ele me olhou espantado - sabe, eu moro com umas amigas aqui na cidade mas eu acabei brigando com uma delas e, pra mim, fugir foi a melhor opção - ele concordou sem dar opinião

O resto do caminho (cerca de 20 minutos) foi silencioso, chegamos na frente de um pequeno hotel que eu não fazia ideia de onde ficava

- Bom, muito obrigada mesmo pela ajuda Edgar, espero que vc reencontre suas filhas logo

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