Foi numa noite de Agosto que te conheci realmente. Dia 13 de Agosto de 2017.
Já tínhamos trocado olhares numa festa que tinha havido na minha terra, dia 3 de Julho do mesmo ano, porém não tínhamos trocado palavras a não ser quando foste ao meu café e te perguntei o que querias tomar.
Reparamos um no outro, de facto, contudo tu admiraste-te mais pela minha pessoa.
Esse dia acabou e creio que ninguém ficou com ninguém na cabeça, continuamos as nossas vidas sem querer saber um do outro, sem ter interesse em procurar o nome da rede social mais utilizada no momento.
Chegou a festa da tua terra, e eu, como de costume, fui com o pessoal daqui. Chegamos e estava tudo normal, havia pessoas, música boa, ambiente tranquilo... e do nada tu apareces.
Pedes-me um cigarro. Eu reajo indiferente. Tu respondes-me com "foi o teu irmão que disse para te vir pedir". Eu mato o teu vício ao dar-te o cigarro. Perguntas-me se não te conheço e eu afirmo que não e tu contas-me o que aconteceu naquele primeiro fim de semana de Julho. Relembro mas não vejo a tua cara, só recordo a tua camisola branca e os teus calções azuis petróleo. Ficamos um pouco a dialogar até que me convidaram para dançar, e eu fui.
Quando vim, citas-te na minha direção "Só comigo é que não danças" ao que retorqui dizendo que tu não me chamavas. Logo depois lá estás tu, a convidar-me para ir dançar. Estava tão concentrada em ti que nem a música ouvi. Só queria dançar contigo. Só te sentia a ti, ao teu corpo, ao teu calor, ao jeito que usavas para te mexer, ao teu toque... só estávamos nós os dois naquele recinto cheio de gente. E a música acabou. Fomos para onde estávamos inicialmente. Continuamos as nossas vidas um sem o outro.
Do nada, volto-te a ver e fazes "baahh" na minha cabeça. Fui agora eu falar contigo. A conversa fluiu e levei-te para o meu mundo dizendo que "me injetada" e tu querias ver. Soube tudo de ti a partir daí, desafiei-te, descobri os teus limites, revelei a tua transparência que até ali se mantinha opaca.
Voltamos para a festa. Lá estavam os amigos com quem cada um estava bebedos. Talvez nem tenham dado conta da nossa ausência.
Fomos até à varanda do café da tua prima e ficamos sentados nas cadeiras, a conversarmos sobre os gostos de cada um, e as coisas normais que se falam quando duas pessoas se conhecem e ficam com uma voz na cabeça sempre a querer saber mais sobre o outro, a interessar-se, a admirar-se e a ficar apaixonada por aquela voz. Foi isso que aconteceu. Apaixonei-me pela tua voz. Pelo teu falar, por o teu gesto delicado ao querer saber se eu estava bem, confortável, com frio,... e foi aí que te levantaste, me puxaste, e me abraçaste. Foi tão caloroso, e tão sentido que eu não queria que aquele momento acabasse.
De repente, aparece o meu irmão, digo-te para me largares mas tu insistes em ficar. Ele passa por nós, olha-nos e segue. Ficamos ali, exatamente como estávamos, quase estáticos, sem saber muito bem o que fazer. Ele saiu e foi ter com o pessoal. E nós fugimos dali para um lugar "só nosso". Tu a beber uma Coca-Cola, eu a fumar um cigarro. Encostamos-nos ao muro e pousas-te a Coca-Cola.
Ligam-me para irmos embora. Atendo, falo, desligo, e aviso-te "Luís, tenho devir embora. Eles querem ir."
Tu dizes que me levas a casa.
Eu ligo de volta e afirmo que tenho boleia para casa, mas como só me deixavam ficar se conhecessem a pessoa, disse que ia com o Pedro, que eles conheciam e eu fiquei.
Liguei ao Pedro a dizer o que se tinha passado e ele disse para ficar descansada que ele faria tudo para ninguém desconfiar.
E assim foi, ninguém desconfiou. Fiquei contigo. Fugimos da festa e fomos para casa dos teus avós.
Ao arrancar-mos da parede tu beijas-me, mas eu afasto-te. Ficas confuso, pedes desculpa mas seguimos. Digo-te que não quero que o meu irmão veja. Assim que passamos uma parede, onde já ninguém nos via, eu chego-me a ti, agarro-te e beijo-te. Fazes com que as tuas mãos toquem na minha cara. Arrepiei-me. Seguimos. Chegamos a casa.
Mas antes de entrar-mos, mostras-te ainda o cemitério e o parque de brincar. Finalmente entramos e mostraste-me o teu carro, fomos também ver o teu "quintal" e voltas-te a beijar-me dentro da garagem.
Hesitas-te em levar-me para um outro lugar, mais cómodos. Mas, talvez sem pensares duas vezes, levaste-me para o teu quarto. Sentei-me na cama, andas-te devem lado para o outro, até que paraste, olhaste-me nos olhos e me beijas-me. Estivemos algum tempo sentados. Eu deitei-me e tu deitas-te ao meu lado, eu estava gelada. Deitaste-me debaixo dos cobertores e vieste ter comigo.
Beijaste-me.
Beijei-te.
Beijamos-nos.
O clima estava ótimo. E tu dás a entender que queres mais do que aquilo. É aí que teu paro, afasto-me. E tu desabafas "Apetece-me tirar-te a roupa toda, mas tu não és como as outras. Tu és especial, mereces mais do que uma noite, não mereces que te trate como como só mais uma". E essas palavras ficaram na minha cabeça.
Ficamos um bocadinho a conversar. Voltei-te a beijar. Envolvemos-nos. Tentamos dormir bem agarradiços, mas só tínhamos era vontade de nos beijarmos.
Eram 7h da manhã quando demos conta, vieste trazer-me, mas antes de sairmos da tua cama, ficamos com o número um do outro (+Mariana C. 💕 / +Luís M. 💕). Beijas-me é deles para isto que tínhamos acabado de criar fosse SEM MERDINHAS. Aceitei.
Trouxeste-me, foste de novo para casa, mandaste-me mensagem a dizer que tinhas chegado bem e que já estavas com saudades minhas. Foste dormir e eu fui trabalhar.
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Quando o amor acontece de repente
RomanceUma história real, cheia de sentimentos, devaneios, pensamentos profundos, onde a rapariga se refugia nas palavras para exprimir tudo o que sente.