Capítulo 1

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Assim que abri os olhos estavam em uma imensidão azul, ao tentar rir, bolhas de ar começaram a futuar. Por um momento pareceu mágico até que percebi que estava sem ar. Começei a gritar, mas só conseguia ingerir mais água. Começei a me debater e chorar, eu estava desesperada até que...

-Estou ouvindo algo- uma pessoa que eu não conhecia falava.

Eu me esforçava para chegar até a superfície.

-Não é nada, vamos, esta anoitecendo.

-Não! Minha voz saiu, baixa e fraca.

-Ali!- a voz voltou a falar -Ela está ali.

Minha visão foi ficando turva, embaçada, até que tudo ficou preto.

Aos poucos minha visão voltava. Tudo que eu via era um homem e duas outra pessoas. Eles estavam tentando me acordar.

-Olha ela está acordando- Uma voz feminina falou.

Olhei para ela, seu cabelo branco como a lua, olhos pretos, pele clara como papel. Ela sorria para mim, seu olhar me acalmou até que apaguei novamente.

Após um sono profundo que me fez perder a noção do tempo eu acordei.

-Bom dia flor do dia? A menina de cabelos brancos falou, sorrindo.

-B, Bom dia- Minha voz saia fraca, na verdade eu não reconhecia minha própria voz.

-O que aconteceu? Você estava se afogando, e depois apagou- Ela me encarava preocupada.

-Eu, Aí! Eu senti uma dor profunda como uma adaga atravessando meus pulmões.

-Ei, relaxa- ela falava tão calma. Isso porque não era ela que sentia aquela dor. -Você ingeriu muita água, quase morreu, apagou por 3 dias- A última parte me deu arrepios.

-Está sentada aí a 3 dias? Eu perguntei franzindo o cenho. Ela deu uma risada curta mas docê.

-Não, sim. Ela admitiu me fitando pra ver conto eu reagia.

-Eu te conheço? -Pra ser sincera eu não lembrava de nada no momento.

-Não -Ela confeçou.

-Estão por que está aqui?

-Você é uma Elementar. -Ela falou como se fosse algo que eu já sabia.

-Elementar?

-Da tribo da água. -Ela fala preocupada.

-Eu não entendo.- Meu olhos começaram a encher d'água.

-Uma Dominadora. -Seu tom soava preocupada, como se eu tivesse que saber o que estava acontecendo.

-Para! Por favor. -Lágrimas quentes começaram a escorrer.

-Mas você... -Ela me olhou nos olhos, ajeitou a sua postura, respirou fundo. -Certo, ainda é muito cedo pra essa conversa.

Minhas lágrimas cesaram, um alívio correu por meu corpo, por alguma maneira isso era tudo que eu precisava.

-Qual seu nome?

-Eu... Eu... Eu não sei. -Nesse momento as lágrimas voltaram. Em um movimento rápido, ela levantou e sentou ao meu lado da cama, uma de suas mãos tocou a minha mão, enquanto a outra enchugou meus olhos.

-Calma, Tudo bem. -Como eu me esqueci do meu nome? Todos tem um nome e eu não sou exesão. Meu coração começou apertar, minha respiração ficava pessada, fazendo arder os pulmões e fazendo o aperto aumentar gradativamente a cada segundo.

-Como sabe que eu sou uma Elemental? -Eu perguntei tentando conter o choro.

-Seu cabelo -Ela falou apontando para o mesmo. Eu pego uma mecha do meu cabelo.

-É preto -Eu respondi com a voz trêmula. Ela solta uma risada.

-Sim é, isso não se pode negar. -Ela responde.

-Não entendo.

-Somente sangues puros da tribo da água tem cabelo tão preto como o seu. -Ela falou com uma pitada de horgulho. -Enquanto os meios sangues tem cabelo branco como meu. Aliás puros sangues estão quase e extintos, por isso é uma honra conhecer uma puro sangue como você.

-Você é uma Elementar? Eu perguntei curiosa.

-Sim, uma Elementar d'água. Ela falou orgulhosa com convicção, eu queria ter toda aquela certeza.

-Sabe que existem várias pessoas de cabelos pretos, né?

-Certo mais somente uma sangue puro tem olhos negros, que quando estão em perigo ficam azuis celeste como o seu. -Eu ficou meio inquieta.

-Como vc sabe que quando estou em perigo meus olhos mudam de cor? -Eu perguntei tão rápido que quase tropecei nas palavras.

-Quando você se afogou. -Ela olhou para baixo. -Seus olhos estavam Celestes.

-Quanta ironia. -Eu falei revirando os olhos.

-O que? -Ela pergunta confusa.

-Uma Dominadora d'água quase morta afogada. -Assim que terminei de falar meu coração voltou a apertar. -Talvez eu não tenha poderes.

-Não se culpe. Claro que você tem poderes. -Ela falava tentando parecer o mais real possível, o que não deu muito certo.

Eu mal podía respirar, minha cabeça estava ficando pesada, meu coração parando, toda a dor que eu senti até agora tinha voltado mais forte que da última vez, senti meus olhos queimarem, minha boca tremia, não aguentava mais segurar o choro. A tristeza de não lembrar meu próprio nome só não era maior do que ser um nada. Uma Dominadora d'água, ainda por cima pura, sem poderes era ser um fracasso, uma vergonha pra família. Eu não aguentei, lágrimas rasgaram meu rosto, uma cascata, tudo de uma vez, eu nunca tinha chorado tanto assim em toda a minha vida, ou pelo menos achava que não, eu soluçava, gemia, e o vazio em meu coração só aumentava.

-Eu não lembro nem o meu nome. -Minha voz saiu no meio de todas aquelas lágrimas. -Eu não lembro da minha vida antes disso aqui, minha vida antiga simplesmente morreu e só restou uma caixa vazia, sem nada.

-Se De um tempo. -Ela levantou minha cabeça levemente até que meus olhos se encontracem com os seus. -não se cobre tanto, você é a única sangue puro que eu saiba que ainda está viva, seu assidente no lago pode ter sido um atentado aos sangue puros. No momento apenas fique aqui e relaxe.

-Mas eu tenho que ficar aqui sem fazer nada. -Eu falei enquanto fazia força pra não chorar. A garota andou até a poltrona em que estava sentada e pegou um livro.

-Toma, pode ler, vai ser melhor do que ficar olhando para o teto. -Ela estendeu o livro, eu o peguei e fique encarando aquela capa.

Um sino começou a tocar a menina olhou o relógio.

-Eu preciso ir agora, mais tarde te damos um nome -Ela se levantou e caminhou até a porta. Antes de fechar a porta ela olho pra mim.

-Aliás. -Eu levantei meu rosto para fitala. -Meu nome é Aurora

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