Aquele de Porto

570 85 6
                                    

O sol estava ainda mais quente, e o calor humano da Bahia não tinha para ninguém. Porto Seguro tinha muito o que turistar, então Paula traçou o dia em que iríamos ficar à beira do mar, tomando água de coco e comendo acarajé com a galera que havíamos conhecido. Se bem que aquele não era meu ideal para quando parássemos na Bahia.

Porto Seguro era simplesmente um paraíso. O sol quente, o vento forte e a água do mar eram um prato cheio para relaxar embaixo de coqueiros em uma rede, e relaxar. Só de pensar que estava no meio da viagem, e que em breve voltaria à rotina normal e corrida do Rio de Janeiro, me dava um certo desânimo.

Depois de colocar um maiô preto, procurei pelos óculos escuros e o chapéu que havia ganhado de Leon. Foi inevitável sorrir enquanto observava o objeto, e logo a porta do meu quarto abriu–se, revelando Paula que também usava um maiô bem cavado e óculos escuros. Yumi vinha atrás com um biquíni retrô, um pouco mais a vontade com o corpo.

– Vim buscar você – parou com as mãos na cintura. – Já são dez, Moa! Quanto tempo você precisa para se arrumar, huh?

– Desculpa – coloquei minha rasteirinha e peguei o celular e o cartão do quarto. – Eu tirei um cochilo depois do café, acordei a pouco.

– Você não cansa de dormir? – perguntou me empurrando para fora do quarto. – Temos muito o que curtir lá fora! Eu já fiz o roteiro para sairmos e...

Prestava total atenção em Paula, quando vi Leon saindo de seu quarto no final do corredor. Usava apenas uma bermuda e tinha uma camiseta branca jogada em cima do ombro. Os cabelos pingando água de um banho provavelmente recém tomado e óculos escuros. Antes que ele me visse, corri em direção ao elevador e fiquei de costas para ele, fazendo Paula rir da minha ação.

– Por que está tentando se esconder? – ela perguntou cruzando os braços ao se escorar no elevador.

– Essa merda não vai chegar? – apertei freneticamente o botão do elevador, mas ainda faltavam quatro andares para chegar.

– Calma, Moa – Yumi olhava para cima, vendo os números.

– Ele está sorrindo para mim – Paula abria realmente um sorriso –, e se aproximando mais de nós. O que vocês fizeram ontem à noite, huh?

– Bom dia, meninas! – deu o ar da sua graça entre eu e as meninas, passando os olhos por mim por mais tempo. – Curtiram a festa? Dormiram bem?

– Ô se curti – Paula arregalou os olhos, rindo da sua própria atitude. – E você?

– Ah, foi uma delícia – deu de ombros, focando em Paula para continuar a conversar. – Vão ficar em Porto apenas?

– Sim – respondi, sentindo meu sangue ferver. Leon tirou os olhos de Paula, e voltou–se para mim, abrindo um sorriso. – A... A Paula, ela... Montou um roteiro pra...

– Um simples roteiro para curtirmos Porto Seguro – Yumi completou, olhando estranho para mim. O elevador chegou e entramos os quatro, um em cada canto.

– Eu aluguei uma carro com meus amigos, estamos querendo dar uma volta por aí e voltar de madrugada, estão a fim? – Leon sugeriu, enquanto eu olhava para Paula.

Aquela piranha estava olhando para os músculos dele e principalmente o caminho da felicidade que eu tanto admirava. Bati a mão na aba do seu boné de praia, e ela me encarou confusa. Cruzei os braços e levantei as sobrancelhas, esperando que ela dissesse alguma coisa.

– Não vai responder? – desafiei, mas ela voltou os olhos para ele, e depois para mim. – Leon perguntou se queremos ir com ele e os amigos dar uma volta e retornarmos amanhã.

Como Sobreviver Em Um Cruzeiro [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora