Jungkook
Desespero, medo e mais desespero, é o que sinto nesse momento deitado sobre o chão frio e duro do quarto de meus pais escutando apenas o som de balas sendo disparadas incessantemente, algumas ao longe e outras que pareciam estar bem ao meu lado. A aflição do desespero e o medo me mantinham ali, parado e quase me fundindo ao chão, mesmo ao ver meu irmão engatinhando para fora do quarto e ao escutar os sussurros exasperados de nossa mãe e pai o implorando para permanecer ali. Eu não conseguia me mover muito menos falar algo, era como se...eu fosse apenas um telespectador do desastre, até de mim, era possível ver meu corpo imóvel, minhas mãos presas no chão, meu tronco colado no piso gélido, e minha face em choque. Sentia que parte de mim não estava ali, estava viajando para um lugar bem longe em busca de paz, até que um disparo e um grito masculino foram ouvidos, dali lágrimas começaram a cair de meus olhos mas mesmo assim não conseguia reagir, não conseguia me mover, estava estranhamente ligado aquele chão nada confortável. Minha visão passou a ficar turva e escura, os sons pareciam estar ao fundo e distantes...então não ouvi mais nada, muito menos vi, apenas apaguei naquele mesmo lugar.
Meus olhos se abrem lentamente, sensíveis a claridade e quando finalmente se habituam a ela, estranho o local, definitivamente não é minha casa, e de repente flashes rápidos demais vem a minha mente se embaralhando no caminho, até que todas se alinham e eu lembro de todo o acontecido antes do meu desmaio, meu tronco se eleva ligeiramente e meu olhar percorre todo o lugar sentindo um aperto angustiante no peito que bate acelerado a procura de minha família, até que algo toca minha mão e em reflexo eu olho para ver o que é, um suspiro audível de alívio sai por entre meus lábios ao ver a imagem de meu pai sentado ao meu lado, parecendo estar ali já esperando meu despertar.
- Calma, eu estou aqui meu filho
Ele diz sereno, me passando tranquilidade e só então percebo estarmos em um hospital, se estamos aqui...quer dizer que estamos todos a salvo não é?
- Onde eles estão?
- Sua mãe está bem, mas é você?
Fico aliviado por saber que minha progenitora esta bem e isso resulta em um sorriso pequeno de felicidade.
- Eu não sei dizer, acabei de acordar
Ele solta uma risada curta, sem humor, apesar do intuito da frase ser cômico. Um silêncio estranho domina o quarto hospitalar e nesse segundos eu paro para pensar, e ele não disse sobre Junghyun.
- Pai...por quê não disse sobre meu irmão?
E nesse momento o vejo tenso e evitar contato comigo. Outra vez o som da bala ronda a minha mente juntamente ao grito, e meu coração acelera com a possibilidade
- Não vai me dizer nada?
- Filho eu sin...
- Menino Jeon já acordou e o senhor não me chamou?
Ele é interrompido quando um homem baixo entra no quarto, segurando uma prancheta. Ele vem em nossa direção e seu olhar é direcionado a mim e em seu rosto ele mantém um sorriso confortante.
- Como está se sentindo?
Olho para meu pai e ele está de cabeça baixa. Eu quero ouvir o que ele iria dizer, quero saber o que aconteceu com meu irmão, se não fosse esse médico chegar eu já saberia, mas um lado de mim, o lado medroso e frágil agradecia a interrupção, pois se a notícia fosse a que mais está me atormentando eu não sei o que seria de mim. Meu olhar vai de encontro ao médico que me olha atentamente esperando minha resposta
- Estou bem...quero dizer, não sinto dor.
- Compreendo...vou checar algumas coisas só por precaução ok?
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Chance of fate || Jikook
FanfictionJeon Jungkook e Park Jimin Juntos ajudando a Senhora Jeon, conhecem coisas um do outro que a tempos sendo cunhados não sabiam...e uma barreira que antes existia entre os todos se quebra, resultando na aproximação, que talvez os leve a algo nunca pen...