Jimin
Assim que recebo a notícia eu me desabo em choro sendo amparado por minha mãe que com cuidado me guia até a cama de meu quarto, onde me abraça na tentativa de consolo, e isso me faz pensar que nunca mais terei os braços de Junghyun para ser meu refúgio o que acarreta em mais lágrimas, que molham a blusa de minha mãe, encharcando-a.
A poucos dias nos estávamos em sua casa aproveitando da comida deliciosa da senhora Jeon, rindo durante o almoço em família, depois trocando carícias despretensiosas e beijos apaixonados, por vezes sendo pego pelo mesmo quando apenas o observava, suspirando por cada mínimo detalhe que o traçava, era nítido minha paixão por Junghyun e quem não percebe-se de fato era cego. Eu sempre fui intenso em todos meus relacionamentos o que me levava a crer que era um defeito, já que a maioria das pessoas desistiam de mim justamente por isso, porém Junghyun era diferente, ele não me dava limites, eu podia demonstrar o quanto quisesse minha paixão que ele nunca se cansava, ao contrário ficava ainda mais feliz de estar comigo, eu nunca irei me esquecer da liberdade que meu namorado me dava de ser eu mesmo sem me preocupar com rejeição, sentirei saudades incuráveis mas me lembrarei sempre das maravilhas que ele fez em minha vida, Jeon Junghyun me amou e me libertou, e eu o amei e fui livre.
Eu apertava minha mãe no abraço procurando nela, o conforto dos braços de meu namorado, e a cada vez que percebia que ela nunca poderia me dar esse conforto e que nunca mais eu o sentiria, mais lágrimas desciam resultando em fungadas e barulhos não decifraveis da minha boca.
- Ele não gostaria de te ver chorar. - Diz minha mãe quando me segura pelos ombros e me afasta a poucos centímetros, sua voz era de quem sabia o que estava falando, e ela sabia...ele não gostaria de me ver chorar realmente mas se visse, embora não gostasse, me confortaria. Eu tive o melhor namorado do mundo, e por ele consigo conter o choro, gradativamente cessando as lágrimas.
- A família dele precisa de você.
- Mãe eu não estou bem pra consolar ninguém. - Minha voz ainda sai embargada e o bolo em minha garganta me avisa de que mais uma onda de lágrimas iria sair de meus olhos, mas antes disso novamente minha progenitora me puxa para um abraço onde acaricia meus cabelos num gesto acolhedor, ela pode não ser Junghyun, mas é minha mãe, e mesmo que não seja a mesma coisa, me sinto confortado em seus braços maternais.
- Não estou dizendo que precisa ser agora, se recomponha primeiro, mas não deixe de visita-los, quando digo a família quero dizer sua sogra, ela está sozinha na casa dela e precisa de um consolo meu filho... - Diz mamãe com a voz serena, e então eu compreendo sua idéia, se eu já estou sofrendo por perder um namorado, imagina senhora Jeon que perdeu um filho.
[...]
- Você se sente realmente bem pra ir? - Assim que calço meus pés e giro a maçaneta da porta escuto minha mãe, e viro na direção da mesma.
- Vou saber quando chegar lá. - E saio da casa respirando fundo assim que paro a um passo distante da porta, buscando toda força interior que tenho para seguir o caminho até a casa dos Jeon's que é o no bairro próximo ao meu, me possibilitando de ir a pé.
O porteiro do condomínio como já me viu entrar várias vezes não pergunta nada e apenas cede a passagem para mim, não demoro muito até chegar na porta da casa do meu namorado, e como é doloroso encarar essa porta tendo a certeza de que ele não está mais aqui e não me receberá com seu beijo e abraço aconchegante, consigo encontrar força para bater na porta e logo ela se abre me dando a visão da minha sogra completamente abatida com lágrimas secas em suas bochechas.
- Jimin? O que faz aqui? - ela pergunta um tanto surpresa e parece tentar se recomper para parecer menos triste.
- Queria saber como você estava, sogra. - abro um pequeno sorriso confortante para a mesma, mas ao contrário da reação que eu esperava, ela de início até tenta sorrir mas as lágrimas descem por seus olhos grandes mais rápido e mais pesado que tudo, eu rapidamente me aproximo da mesma e a abraço acolhedor.
Já dentro de sua casa, eu decido ir preparar um chá para acalma-la e a deixo no sofá com um lenço para secar as próprias lágrimas. Assim que término o chá, busco uma xícara para coloca-lo e quando finalmente saio da cozinha para voltar a consolar minha sogra vejo que meu sogro e cunhado já chegaram, no entanto ao olhar para ele noto seu semblante e preocupado pergunto:
- Cunhado, você está bem? - Ele ao menos responde apenas se desmancha em lágrimas caindo de joelhos no chão à um passo da porta, ando rápido em direção ao mesmo e deixo a xícara de chá em cima da mesinha de centro da sala, ao me aproximar dele abaixo ficando também de joelhos no chão mas com o tronco ainda reto, vendo ele contorcido e tapando o rosto com as mãos.
- Sinto muito, Jungkook. - Minhas palavras são sinceras, já que eu também estou sentindo essa perda, meio incerto do meu ato a seguir começo a envolve-lo devagar e receoso em um abraço, pois mesmo sendo cunhados não éramos muito próximos, e sou pego de surpresa quando seus braços desesperados envolvem meu corpo num gesto exaltado buscando consolo, aos poucos todo seu corpo está debaixo de meus braços, sendo acolhido, embora compartilhando da mesma dor, seu choro molha minha blusa e cada vez que suas lágrimas aumentam ele me aperta mais, eu me mantenho forte para não chorar também e continuo a abraça-lo, tentando o confortar da maneira que posso.
É estranho essa aproximação repentina, devo admitir, a poucos dias trocávamos apenas palavras educadas e hoje estamos abraçados pela perda em comum que tivemos, e mesmo que não tenhamos tanto contato antes disso, ainda sim vê-lo dessa forma me afeta também.
Ele só está desesperado por um consolo e provavelmente nem sequer nota que sou eu, mas não vejo problema nisso já que de qualquer maneira eu vim ajuda-los.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~×
Demorou? Nem demorou que isso, mas saiu e é isso que importa, espero que eu tenha lhe proporcionado uma boa leitura. 💞💞
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Chance of fate || Jikook
FanfictionJeon Jungkook e Park Jimin Juntos ajudando a Senhora Jeon, conhecem coisas um do outro que a tempos sendo cunhados não sabiam...e uma barreira que antes existia entre os todos se quebra, resultando na aproximação, que talvez os leve a algo nunca pen...