Capítulo 4

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Estou tão concentrada naquele bilhete, por mais que seja simples, por mais que aquelas palavras não sejam as mais bonitas, elas de alguma forma ou por algum motivo me chamam atenção. O que o babaca de cabelos grandes tanto precisa falar comigo?
A aula passa tão rápido que nem percebo quando já estou arrumando minhas coisas para ir encontrar o Noah, certifico que meu caderno está comigo e vou em direção a grande porta daquele colégio.

Noah está me esperando do outro lado da rua encostado em um carro preto. Vou até ele, arrumo meus óculos e espero ele dizer algo, mas ele fica me observando de um jeito estranho, para falar a verdade ele é todo misterioso, não sei dessifrar seus olhares, muito menos suas expressões, e isso com certeza mexe comigo.

- Pode dizer o quer comigo?- digo levantando uma das minhas sobrancelhas.

-Entra no carro, vou te levar para sua casa- ele diz todo autoritário.

-Não precisa, só diga o que quer comigo- arrumo meus óculos enquanto olho para ele. Eu estava nervosa e era impossível ele não perceber.

-Entra no carro. Por favor.- ele diz mais uma vez e abre a porta do carro, eu não digo nada, faço o que ele me pediu por estar bem curiosa em saber o que ele quer, mas somente por isso.
Esse mistério todo é bom, nunca senti isso de perto, essa é a primeira vez e sei que se depender de Noah isso não vai ser a última vez.

Ele entra no carro logo em seguida e liga o indo em uma direção que eu desconheço.

- Posso saber para onde estamos indo?- pergunto olhando para como ele segura o volante enquanto dirige.

- Vou pagar o sorvete que prometi- diz ele muito tranquilo, nem parece que estava bravo agora pouco.

-Mas eu nem almocei, você também não disse o que quer falar comigo.- digo um pouco rápido demais por estar nervosa. Ele se concentra em olhar o caminho que estávamos a fazer e a olhar para mim durante poucos segundos.

- Vou te lavar para almoçar também, pensei em tudo, só fique calma e confie em mim- ele diz com a maior tranquilidade do mundo. Vou confiar nele, não tem outra opção. Mando uma mensagem para meu pai dizendo que vou demorar para chegar em casa.

Longos minutos em silêncio, Noah para o carro em frente uma lanchonete ou um restaurante que não consigo identificar. Ele então abre a porta do carro e eu juro que vou guardar essa cena, Noah não é um cavaleiro todos os dias.
Entramos, fizemos nossos pedidos para uma garçonete peituda que não tirava o olho do Noah. Ele fez graça o tempo todo tentando me deixar confortável com a situação, nem parecia aquele menino que derrubou suco em mim.

Estou conhecendo o verdadeiro Noah ou a mentira? Não sei responder, mas por enquanto sendo mentira ou não, estou a gostar e por mais que possa me machucar depois, vou sempre me lembrar do meu primeiro 'quase encontro'.

-E então? O que tem para me dizer?- digo mas ele é salvo pela garçonete que traz nosso pedidos.
Comemos e Noah estava se esforçando para ser gentil o tempo inteiro, eu realmente não o reconhecia mais. Ele pagou a conta mesmo eu falando que era para dividirmos, ele insistiu tanto que acabei aceitando.
Ao lado tinha uma sorveteria, peguei sorvete de Flocos, meu preferido e Noah me acompanhou em minha escolha.

-Você tem algo com o loiro?- ele pergunta me deixando surpresa.

-Para que quer saber?- Pergunto de volta mas ele apenas me olha e não sei dessifrar sua expressão mais uma vez.- Não, eu não tenho nada com ele. Ele é meu vizinho. Mas por que pergunta?

-Por isso- então Noah me beija.

Fui totalmente pega de surpresa, não sei qual o motivo mas quando percebi o que ele tinha feito, continuei seu beijo.
Aquele beijo... pude sentir o gosto do sorvete de flocos em sua boca, o que me fez confirmar que era o meu gosto favorito.

-Por que fez isso?- Pergunto quando entro em mim e lembro dele agarrando a loira alta mais cedo na escola.

- Eu queria fazer dês de o primeiro dia que a vi.- ele diz colocando meu cabelo atrás da minha orelha.

-Me leva para casa.- Digo furiosa por ele ter me beijado depois de beijar a Loira, eu não queria ser segunda opção de ninguém, eu não merecia isso, por mais que eu tenha gostado.

Entro no carro, apoio minha cabeça na janela e espero ele da partida quando passo o endereço do condomínio.

-Obrigada, tchau.- digo sem olhar em seu rosto, pego minhas coisas e  saio do carro.

Caminho com minha mochila nas costas até a entrada da minha casa, quando escuto a porta do carro bater e passos acelerados até mim. Noah me puxou para si com força sem me machucar e beijou-me, tentei resistir mas não consegui, era novo sentir aquilo mas eu estava a gostar e queria aproveitar o momento que me restava.

Eu nunca tinha beijado de verdade, nem chegado perto disso, mas quando seus lábios tocou os meus eu sabia que era o começo ou o fim do meus dias de paz.

Nosso beijo é interrompido quando meu pai aparece do nada.

-Maitê?- ele me chama e eu sinto meu rosto queimar de tanta vergonha. Meu pai nunca me viu com nenhum homem, com certeza era estranho para ele e constrangedor para mim.

-ãhnn, pai, esse é o Noah,  e Noah, esse é meu pai o senhor Fabio- digo arrumando meus óculos. Noah vai até meu pai e aperta sua mão.

-Boa tarde, senhor Fabio.- Noah diz todo educado quando segura a mão do meu pai.

-Boa tarde, rapaz. Quais suas infeções com minha filha?- meu pai pergunta como se eu não estivesse aqui.

-Somos só amigos- digo antes que Noah possa responder.

-Quer jantar conosco? - perguntou meu pai para Noah e eu sei que é uma péssima ideia já que Liam estará.

-Claro que sim- diz Noah ao mesmo tempo que digo que não.
Ele me olha e eu dou um sorriso.

-Tudo bem então, esperamos você as 19:30. Não se atrase.- diz meu pai.

-Estarei aqui antes disso, senhor.- diz Noah e meu pai me olha com um sorriso.

-Até mais- meu pai diz a Noah e eu me despeço dele com um abraço apenas, então ele se vai.



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