Capítulo 2 - Encarar

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Sai desse prédio finalmente e agora posso voltar para casa, mas dito antes vou no mercado. Tenho que comprar muitas coisas para a janta, quero hoje o descanso de um dia cansativo - e sonolento - do trabalho.

A garagem fica no subsolo, levo dois minutos para chegar lá. Se for depender do elevador da esquerda, ao lado da escadas, levaria cinco, mas hoje o elevador da direita foi consertado.

Me orgulho do meu carro. Um porsche, vermelho e limpo. Fico até alegre quando escuto o som de quando eu o destranco, todos babam por ele.

Entrei no carro de luxo e dirigi até o mercado, que fica a 31 quadras do meu trabalho e 12 quadras de casa. O passeio até que agradável, tirando a parte do engarrafamento, tá bom.

No caminho até pensei no que comprar. Cebola, Alface, tomate, ovos, frango, papel higiênico, pasta de dente, shampoo, condicionador, temperos, salgados, doces, leite, cereal, pão, queijo, presunto e algumas besteiras. Espero não ter esquecido minha carteira.

Quando cheguei no mercado - na qual eu já era praticamente "famosa" - um homem de barba venho e minha direção, com o objetivo de conseguir papo, mas é claro eu só virei a cara e segui as minhas compras.

No corredor 4, na prateleira dos leites o homem veio até mim novamente com o intuito de conversar.

- Sabe que é uma falta de educação não dar bola para as pessoas! você sabe? - resmunga ele, com alguns farelos de cookie na barba.

- Se torna falta de educação quando a gente conhece. Nós nos conhecemos por acaso?

- Você tem a fama de ser a "arrogante da cidade", e olha que não é à toa.

- Escuta aqui, saiba que é proibido ofender uma dama. Se quiser falar sobre "características", me chame quando quiser parecer mais bonito e vestido, você neste momento é um caso perdido. Agora, com licença, tenho mais o que fazer do que perder tempo falando com inúteis como você.

Ele me olhou com desprezo, raiva, suas veias saltavam pela pele, sinto ver ele me encarando até eu sumir da vista dele. Não tenho medo de palhaços.

Coloquei tudo no carrinho e fui direto ao caixa. Enquanto passava minhas compras na esteira para logo serem postos nas sacolas, olho para a porta do mercado e vejo o indivíduo encostado na parede, me encarando. Seus olhares me assustam, ele tem cara de alguém que já fez algo de errado que envolvesse a polícia no meio. Mas no meio de tanta encaração, o telefone toca, era o Larry.

- Oi querido. Estou no mercado. Já estou indo.

- Você sabe onde está o pente fino do Patrick? Acho que ele está com piolhos.

- Como assim Larry? Patrick não tem piolho!

- Ele não para de ser coçar, e agora pouco passou para a Lena.

- Essas crianças da escola deles! Não repito em falar de novo em por eles em uma escola particular.

- Olha querida, eu sei que temos dinheiro, mas não quer dizer que vamos torra - los.

- Escuta, já estou chegando.

Eu desligo o telefone e percebo que a atendente estava com uma cara bastante séria, e o resto da fila também.

Dei meu cartão para ela e volto a olhar em direção a porta, porém o infeliz não estava mais lá.

Peguei minhas compras e voltei apressada para o carro. Pus as compras no porta malas e fui para casa, um verdadeiro alívio.

Assim que cheguei em casa, lá pelas 8:00 PM, vem as crianças pulando em meu colo. Que saudades eu estava deles os dois.

- Atrasada - aparece meu marido já perguntando sobre minha demora.

- Fui fazer as compras mas... - Não quero dizer isso na frente das crianças para não dar medo a eles - crianças, para dentro, peguem os dois iogurtes que comprem e vão para dentro.
Larry olha num jeito estranha pra mim, como se soubesse que contaria algo preocupante ou até mesmo assustador.
As crianças entram para dentro da casa e assim eu falo para o Larry.

- Fala logo, está me preocupando.

- Um homem esquisito me parou hoje no mercado. Eu fiquei assustada e xinguei ele. Ficou me encarando o tempo todo. SÉRIO!

- Liga para a polícia, talvez eles vigiem a área aqui de casa.
Foi uma ótima idéia, mas se eu chamar os policiais talvez ele pegue mais raiva de mim.

- Está bem.

Pegamos as compras e fomos para dentro da casa, não saímos mais de lá.

- Amor, o que são todas essas papeladas? - Ele sabia, mas só queria puxar papo.

- Esqueci completamente deles. Se não me avisasse, estaria ferrada.

- Desde quando fala palavrão? - Ele olha com uma cara irônica para mim.

- Proibido agora?

- Uma "dama" da alta sociedade... hum...

Deixei o jantar para ele fazer e eu resolver aqueles problemas do trabalho. Talvez seja bom, esquecer este dia louco que foi hoje, por que amanhã, só coisa boa vai acontecer.

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⏰ Última atualização: Jul 24, 2018 ⏰

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