O Castelo Abandonado

Capítulo 2

Quando a guerra finalmente tinha terminado, Phillip esperava uma noiva a sua espera chorando e ansiosa para ter ele em seus braços e uma família morrendo de saudades. Só que o que encontrou foi uma carta de sua ex- noiva dizendo que estava casada com alguém que não faria ela esperar e sua família morta. Tudo tinha acabado durante 4 anos e ele mesmo não viu. Olhou ao seu redor e viu que não tinha ninguém, nem uma casa. Os únicos que estenderam a mão para ele foram seus companheiros de luta, que juraram não abandona-lo enquanto viverem. Ele ficava bravo só de imaginar viver em uma casa com Ivan e sua noiva, iria parecer uma vela ambulante. Infelizmente seus amigos se encontravam na mesma situação que ele, as noivas não conseguiram entender que lutavam pelo seu país e não por bobagens.

Resolveram então viver um por todos e todos por um, partiram em direção ao castelo abandonado do sul. Lá eles poderiam viver sem ninguém atrapalhar suas vidas. Mas quando ele entrou no castelo não esperava pessoas vivendo dentro dele, muito menos que viveria para ver uma mulher apontar uma espada para ele, geralmente é ele quem aponta e não é de metal. Olhou para a mulher de cabelos pretos e olhos azuis muito atraentes.

- Ocastelo é meu, apenas meu e ao menos que você me mate, ele continuará sendo meu.- ela repetiu com a espada no pescoço dele. Seus amigos na mesma hora reagiram apontando seus machados para ela. Era impossível que uma mulher fosse capaz de derruba-lo.

Jogou a espada no chão e levantou os braços para cima.

- Vamos me mate, que eles matam você e toda essa gente.- falou ele tentando não rir daquela situação.

Ela apenas olhou para ele com aquelas duas safiras e riu sem nenhum humor.

- Piratas! Eu estou com um castelo aos pedaços, uma tia maluca, uma vida destruída e ainda tem piratas!- ela gritou largando a espada e andando de um lado para o outro.

- Não somos piratas!- gritou Ivan com raiva.

- Parecem que são sim, estavam quase afundando a espada no pescoço da minha tia! Bárbaros!- ela se defendeu.

- Escuta aqui menina, pense o que quiser, ainda vamos ficar com o castelo.- Sebastian entrou na conversa.

- Como?-ela perguntou.

- Pelo o que parece a senhorita não tem soldados, então, é nosso!- gritou Phillip.

- A partir de hoje vocês trabalham para nós. E pelo amor de Deus pode soltar essa senhora.- falou Sebastian.

- Posso saber por que raios vocês não vão atormentar a vida de outra pessoa?-ela disse.

- Imaginamos que o castelo estava vazio por isso entramos. E podemos muito bem dividir ele com você e aquela mulher.- falou Robert, ele realmente tinha uma alma de inglês, até nisso ele era educado.

- Pelo que vocês viram o castelo tem dona-ela falou.

Phillip pegou da mochila de Jones um papel que eles tinham pedido autorização para igreja, ele dizia que eles eram donos dessa parte pequena de terra do sul. Entregou nas mãos da garota.

- Vocês compraram os padres para eles assinarem isso?- ela exclamou.

- Largue de ser idiota! A terra é nossa e isso inclui o castelo.- falou Ivan.

Ela esfregou as mãos no rosto e pegou a mão a senhora.

- Tia, temos que ir embora.- ela falou para a senhora com os olhos cheios de lagrimas.

- Você vai viajar com seu marido? E quem vai cuidar de seus filhos?- a senhora perguntou.

- Eu não tenho marido tia, nunca tive. Nem filhos. Nós vamos sair do castelo, precisamos arrumar suas coisas.

Robert chegou perto de Phillip que já sabia bem o que ele iria pedir.

- Elas podiam ficar, pelo que vejo elas não tem lugar para ir.

- Concordo. Somos soldados não mercenários.- falou Hellian.

Phillip pensou que realmente aquilo era a coisa certa a se fazer. Ele podia ter virado um homem frio mas não era ruim. 

- Vocês ficam. Mas nada de gracinhas!- ele falou colocando um sorriso na senhora.

- Podemos ficar Leila!- a senhora falou abraçando a mulher.

- Tia, sou eu sua sobrinha. Não sou minha mãe.- ela respondeu com a cabeça baixa.

Um dos empregados pegou a mão a senhora e ajudou ela a subir as escadas. Robert chegou perto da garota e beijou sua mão.

- Sou Robert.

- Eu sou Jones.

- Hellian.

- Ivan.

- Sebastian.

- Phillip.

Ela passou os olhos por todos eles e subiu as escadas bufando.

Quando chegou na metade delas seu olhar caiu em Phillip novamente.

- Sou Violet Justice e não estou agradecida por terem deixado nós duas ficarmos.

Phillip sentiu um frio na espinha ao ouvir o "Justice" de seu nome, conheceu uma mulher com o sobrenome quase idêntico. Ela desistiu dele e ele dela.