As duas faces.

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Era segunda, um dia não muito bonito pro verão da noruega.
o vento estava gelado e assim que bateu em meu rosto senti um arrepio percorrendo a espinha, mas não pelo vento e sim pelo fato dele estar me observando novamente.
As vezes eu sinto um certo pavor das olhadas que ele me da atrávez da janela, um olhar meio psicopata ou obsessivo.
Eu o olho de vez enquando também, seu quarto era todo escuro, dois quadros pretos e um branco eram sua decoração, mantinha a Luz desligada o tempo todo e só ligava de madrugada por algum motivo inestente.
Christoffer era bonito, bonito até demais. Na escola ele era completamente diferente do que eu imaginava: falava, sorria e as vezes até soltava umas ironias quando eu passava do seu lado, mas nunca trocavamos uma palavra se quer.
Eu estou a dois anos em Oslo, morava em Bergen com os meus mais que hoje são separados, tinha amigos e até um namorado chamado Soren. Gostava dele mas não era amor, acho que nunca senti amor e fui criada pra diferenciar quando estou apaixonada ou amando, pelos meus cálculos me apaixonei 2 vezes em toda a minha vida:
Jonny foi meu primeiro beijo, estava no auge dos meus doze anos quando viajei pra Nova York e o encontrei, saimos e então tive meu primeiro beijo, 5 dias depois ele saiu e voltou com a namorada, nunca mais o vi depois disso.
Soren foi o meu namoradinho de adolescencia, durou mais ou menos uns 5 mêses e logo depois tive que vir pra Oslo, mantemos contato e nos falamos diariamente, mas nada de mais.
essa é a minha vida, estudo, estudo, cuidar da casa e ficar encomodada com os olhares de christoffer sobre mim.

POR CHRISTOFFER.
Segunda era meu dia favorito da semana, eu saia, jogava basquete e via ela.
bom, eu a via todos os dias mas na segunda era o mais... vamos dizer o mais importante, por que ela acordava depois de dormir 15 horas seguidas e ver ela com aquele cabelo todo pro alto não tem preço, ai vocês me perguntam: eu sou algum tipo de maníaco?
Claro que não, mas eu gostava de observar ela, ver cada detalhe e quando a mesma retribui o olhar era como se o mundo parasse.
como se tudo o que importava eram os olhos dela, os nossos olhares.
eu gostava de observar ela ainda mais quando ela achava que ninguém estava vendo, quando ela fechava as cortinas brancas ainda dava pra ver ela, ainda dava pra ver ela sentada na escrivaninha falando alguma coisa no celular ou escrevendo pro Jornal da escola.
o que eu mais odiava em tudo isso era ver ela na escola, eu era popular e todo mundo queria ser meu amigo, todos ficavam nas minhas costas e me tratavam como rei, menos ela. Eva não se importava em parecer popular ou ter amigas bonitas, ela tinha a Noora e uma tal de Chris que nunca se separaram, ela era feliz com ela e isso me imcomodava de um geito inusitado.
Essa é a minha vida: meninas, escola, estudo e Eva, que de alguma forma era mais importante que todas as outras coisas juntas.

A segunda faceOnde histórias criam vida. Descubra agora