Ocean Eyes (l.s)

2) immensity.

CHAPTER TWO

Louis já se preparava para ir embora quando escutou o sino da portaria soar, suspirou pesadamente. Não há dúvidas de que gostava de trabalhar na biblioteca, mas ficar depois de seu expediente não estava em seus planos, principalmente quando havia um compromisso marcado com Harry.

- Boa tarde senhor! Será que poderia me ajudar a encontrar a estante de livros infantis? – Louis riu. Dava-se para reconhecer aquela voz gravemente rouca até mesmo a milhares de quilômetros de distância. Não havia nenhum som semelhante àquele que, aos ouvidos de Tomlinson, soava como o canto divino.

- Você é inacreditável! – O moreno dizia sorrindo, os oceanos brilhavam em seu rosto. – O que está fazendo aqui? Achei que tivéssemos combinado após o almoço.

- Não sou mesmo? – Harry respondeu, devolvendo o sorriso e gabando-se de ter causado um fulgor aos olhos de Louis, que antes era notável apenas suas pálpebras cansadas. – Achei que seria legal irmos lanchar juntos, isso seria bom para você? – Questionou com ansiedade.

- Bom, contanto que você pague a conta. – Harry admirava os ombros finos de Tomlinson balançando à medida que o garoto ria. Pequenas rugas se formavam abaixo de seus olhos e Styles realmente se assustava com a intensidade de sua admiração.

- Prometo! O almoço será todo por minha conta. – Ao que suas risadas entraram em sintonia, ouviram vozes pedindo silêncio e viram olhares os reprovando, e isso fora o bastante para que caíssem em gargalhadas altas e fossem expulsos pelo colega de trabalho de Tomlinson.

As poltronas acolchoadas no tom marrom caiam perfeitamente bem com o piso semelhante a uma taboa de xadrez. Nas paredes brancas haviam inúmeros quadros de imagens antigas de cidades históricas. O restaurante era pouco iluminado, mesmo que com luminárias despendidas ao teto próximo a cada uma das mesas de madeira.

Aquele ar retrô era o que mais encantava Harry. Era um lugar especial para ele, fora ali que encontrara seus pais pela última vez antes do acidente.

Normalmente, as pessoas costumam evitar pensar ou visitar lugares que um dia estiveram com entes queridos que faleceram, no entanto, Harry não era assim. Ele gostava de manter as boas lembranças, gostava de lembrar do sorriso iluminado de sua mãe, das piadas de seu pai, e principalmente, se lembrar do quão importantes eles foram e são em sua vida.

"Você precisa ver o quão maravilhoso é Bahamas, Harry! Mandarei imagens da viagem todos os dias para vocês. E Gem, por favor, cuide de seu irmão!" – O som melodioso da voz de sua mãe ecoou em sua cabeça, marejando os seus olhos.

- Está tudo bem, 'Arry? – O sotaque arranhado de Louis o tirou de seus devaneios. – Se não estiver se sentindo bem, podemos vir outra hora. – Os olhos azuis de William passavam tranquilidade para Harry. Louis parou em sua frente, colocando as palmas das mãos com firmeza no maxilar marcado do garoto de olhos verdes.

- Eu estou bem, Lou. Este lugar me traz uma imensidão de sentimentos, cada um deles estão escondidos nas entrelinhas. – Harry suavizou, mostrando o sorriso iluminado que trazia sempre contigo.

- Bem, geralmente são os sentimentos mais bonitos que se mantêm escondidos, certo? Então esse restaurante deve ser muito especial para você para trazer sentimentos tão profundos. – Como costumeiro, Louis demonstrava apoio. Ele entendia sobre as dificuldades e problemas de cada ser humano, e sabia que, mesmo em momentos inesperados, as nossas emoções podem explodir e serem expostas. Harry manteve seu sorriso, adoçando suas energias.

- É sim, mas deixemos isso para outro momento. – Louis assentiu, sorrindo brevemente. – E então, qual será o prato exorbitante que me fará pagar? – Styles enfatizou ao dizer "exorbitante" causando estrondosas gargalhadas em Tomlinson.