Capítulo 1

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19 anos, 19 anos e eu sou responsável pela 7* maior empresa mundial. Muitas pessoas podem me achar sortudo e ate mal agradecido por ter a "sorte" de com apenas 19 anos de idade entrar na lista dos 30 homens mais ricos do mundo, mas essa responsabilidade foi jogada sobre mim como um carma. Meu pai era o dono da Carrington Technology e ele era simplesmente um dos melhores pais do mundo, ele colocava suas prioridades depois das dos outros até o ponto em que ele escondeu uma cirurgia da retirada de um tumor e infelizmente não resistiu. Eu não sabia de nada, ele nunca tinha me dito nada sobre a cirurgia ou sobre a doença. Meu pai morreu e eu só soube o porquê depois que o medico que o operou disse que a doença tinha se espalhado de tal forma que quando ele o abriu, imediatamente soube que meu pai não sobreviveria.

Meu pai havia morrido, repentina e dolorosamente e praticamente imediatamente todas as responsabilidades da sua empresa foram jogadas para mim fazendo com que eu não pudesse sofrer pela sua perda, a única escolha que eu tinha era me manter firme e dirigir uma empresa da qual eu não sabia absolutamente nada sobre.

1 ano depois da morte do meu pai e da minha assumida ao seu posto eu havia construído uma dinastia. Agora a Carrington Technology era a 4* maior empresa mundial e eu havia entrado para a lista dos 12 homens mais ricos do mundo e com isso eu entrei para a lista dos mais infelizes também. Praticamente todas 24 horas dos meus dias se resumiam em trabalho, relacionamentos amorosos e amigos era um luxo do qual as minhas responsabilidades não me permitiam possuir.

Eu estava em casa digitando um relatório não tão importante, mas não poderia deixar de fazê-lo quando Catharine entra no meu escritório muito inquieta.

- Desculpe senhor Matthew é urgente – Inquieta era pouco para descrevê-la, Catharine estava desesperada, ofegava e não conseguia pronunciar palavras coerentes o bastante para formar uma frase.

- Catharine você esta bem? Aconteceu algo? – Perguntei colocando a mão em sua testa para ver se ela estava na temperatura normal e ela a retirou rapidamente demonstrando que o problema não era com a sua saúde.

- Senhor alguém deixou uma criança na porta da sua casa – Ela falou receosa.

- O que? Abandonaram uma criança aqui? – Eu falo já com a voz alterada

- Eu não sei como isso aconteceu senhor. O porteiro disse que não liberou a entrada de ninguém para o seu apartamento.

- E onde ela esta? – Eu perguntei também entrando em desespero. Uma criança, o que eu vou fazer com uma criança? E ainda mais, que tipo de pessoa abandona uma criança na porta de um estranho? Eu poderia ser um pedófilo, um traficante ou um assassino em série.

- Eu a deixei no mesmo lugar que a encontrei, eu não sabia se devia a trazer para dentro.

Eu comecei a andar em direção a entrada torcendo para que fosse apenas uma brincadeira de Catharine, mas assim como ela tinha dito havia uma criança dentro de uma caixa na minha porta. Ela me olhava serena, não chorava, apenas observava as coisas como se estivesse tentando entender quem eram essas pessoas a sua frente.

Catharine a tirou da caixa e a colocou em seu colo.

– Senhor? – Ela falou um pouco mais alto me tirando do estado de choque em que eu estava. – O que o senhor vai fazer?

- Ligue para um orfanato ou uma igreja eu não sei, mas eu não posso ficar com ela. – As minhas palavras não coincidiam com as minhas vontades, eu falava para Catharine se livrar daquela criança e não conseguia tirar os olhos dela.

- Mas senhor, nem sempre as crianças são bem tratadas em orfanatos e se ela não for adotada? A mandarão para a rua assim que completar 18 anos ou pior e se ela for adotada por alguém ruim?

- Isso não é problema meu, eu já tenho problemas de mais para resolver! Eu mal tenho tempo para cuidar de mim mesmo imagina de uma criança que aparentemente acabou de nascer e acima de tudo, uma criança que não é minha. A responsabilidade é dos pais dela, eu não tenho nada haver com isso. – Catharine abriu a boca três vezes e todas as fechou sem pronunciar nenhuma palavra, ela queria me contrariar, mas não podia. Então ela olhou mais uma vez para a criança em seus braços e depois me olhou com os olhos cheios de tristeza.

- Senhor, com todo o respeito, sim, foi errado o que os pais dessa criança fizeram, mas você não sabe os motivos que eles tiveram para fazer isso. Talvez eles não tivessem como cuidar dela e...

- Continua não sendo problema meu! Se eles não tinham como criar uma criança a solução era não ter a feito.

- Mas e se ela não foi feita com o consentimento da mãe, e se o responsável por essa criança estivesse doente e mesmo que eles tenham a feito por descuido agora já está feito e ela esta aqui, ela não tem culpa de nada e o destino dela esta em suas mãos. – Catharine gritou pronunciando todas as palavras com raiva e fazendo com que o bebê se assustasse e começasse a chorar.

- Desculpe, mas este não é o menino que eu ajudei a criar desde pequeno. Essa foi a primeira vez que você me decepcionou Matthew. – O bebê chorava no colo de Catharine, não um choro irritante, um choro que causava pena.

Ao ouvir tudo o que Catharine falou e olhar para aquela criança, indefesa, sem ninguém para cuidar ou a segurar quando cair me lembrei de como me senti quando perdi minha mãe e meu pai. Eu não tinham mais ninguém, ninguém para conversar sobre garotas ou para acariciar meu cabelo enquanto assistia filmes dos quais eles não entendiam nada, nem para ir as minhas partidas de futebol e nem para estar na plateia para ver eu recebendo uma medalha... Alem de Catharine, mas ela já tinha os próprios filhos para fazer isso, não podia a obrigar a comparecer em nada disso e mesmo assim ela estava lá, gritando e torcendo por mim. Eu olhei mais uma vez para a criança em seus braços e percebi que ela era como eu, sozinha.

- Você esta certa. Me desculpe por estar sendo um idiota insensível, eu vou ficar com ela. – Catharine abriu um sorriso alegre e orgulhoso. – Esse é o meu menino.

- Mas afinal, é um menino ou...

- Uma menina. - Catharine me interrompeu e veio em minha direção.

- O que você esta fazendo? – A menina ainda não havia parado de chorar e ela queria que eu a segurasse?

- Ela deve estar com fome, eu vou ter que sair e comprar um leite especial para ela já que ainda é muito pequena e logicamente eu não vou leva-la comigo nesse sereno e ela nem tem roupa, esta apenas enrolada em um pano.

- Mas eu não sei segurar uma criança, ela vai chorar ainda mais e se eu a derrubar? E se... – Catharine já estava a soltando em meus braços e eu fui obrigado à segura-la.

Eu a aconcheguei desajeitadamente em meu peito e o inesperado aconteceu, ela parou de chorar e ao olhar para mim,  sorriu.

- Parece que ela gostou de você – Disse Catharine já com a bolsa no ombro pronta para sair.

Eu não conseguia parar de olha-la. Ela era linda, tinha os cabelos pretos, os olhos azuis tão claros que pareciam topázios e a pele branca. Simplesmente linda.

- Qual será o nome dela senhor?

- Serena.

Você pode lidar com isso?Onde histórias criam vida. Descubra agora