2 Jhon Harding

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Giles foi mandado para a escola no último outono quando tinha 8 anos,apesar de novo, consegui acompanhar os outros garotos de sua classe que viviam em lugares tão remotos quando Blithe,onde não havia escola adequada. Nós o levamos na carroça até a estação,John, a sra.Grouse e eu,e o colocamos no trem para Nova York,onde ele seria recebido pelos professores da escola.Choramos ; pelo menos a Sra .Grouse e eu, enquanto John perdia a batalha para o Lábio trêmulo .Giles estava feliz e rindo .Ele não se lembrava de ter algum dia colocando os pés em um trem e,com seu jeito simples, infantil, não conseguia imaginar mais além.Uma vez a bordo, ocupou seu lugar,acenando e sorrindo para nós da janela, enquanto eu mordi o lábio e fiz o que pude para sorrir de volta, mas foi muito difícil.Fiquei feliz quando o trem finalmente começou a se movimentar e ele desapareceu em uma nuvem de fumaça.Voltei para casa desolada.Durante toda a nossa vida,Giles e eu nunca tínhamos nos separada; era como se eu tivesse ficado sem uma parte de mim.Eu compreendia suas falhas e o amava por eles .Como ele se sairia sem a minha proteção? Apesar de não ter experiência com garotos, além de Giles e do tolo Van Hoosier , eu sabia pelas minhas leituras como eram cruéis uns com os outros , principalmente em internatos.A ideia do meu pequeno Giles sendo neutralizado tomou conta de mim de novo justamente quando estava começando a me controlar .Quando nos aproximamos de Blithe House e a carroça saiu da estrada por ninhos , meu coração ladeado por imponentes carvalhos tomados por ninhos , meu coração pesou ; eu sabia o que aconteceria com essa minha vida nova ,amputada.
A maioria das garotas da minha idade com as mesma condições de vida há muito tempo teria uma governanta,mas eu sabia que isso não era para mim.Com cuidadoso questionamento da sra.Grouse,uma dica ou duas que John deixou escapar e ouvidos atentos aos cochilos dos empregados, detrinchei as razões .Meu tio, que era muito belo quanto jovem,como se podia ver nos quadros a óleo pendurados junto à escada principal, tinha sido casado , ou, se não casado de verdade, tinha ficado noivo , ou pelo menos profundamente apaixonado por uma jovem, situação que durou vários anos.A jovem era extremamente bonita, mas não à sua altura em termos de educação e refinamento, embora a princípio isso não parecesse ter importância .O futuro parecia promissor até ela meteu na cabeça (ou isso foi colocado ali por meu tio) que era inferior a ele tanto nas coisas culturais quanto intelectuais;sua vida juntos seria enriquecido ; assim ficou decidido da mente.A jovem matriculou- se em uma série de cursos em uma faculdade de Nova York.
Bem, podemos imaginar o que aconteceu . Não demorou muito para que se tornasse letrada , versada em música e poesia , teatro e filosofia, e ficasse toda cheia de ideias .Em pouco tempo ela descarrilou , provavelmente começou a beber , a fumar e a perpetrar todo tipo de ações obscuras,e o resultado foi que acabou considerando que havia superestimado meu tio, terminando por esnobá-lo intelectualmente,e, é claro, que era inevitável que encontrasse outro.Pleo menos acho que foi isso o que acony, apesar de não lembrar muito bem quanto disso escutei e quanto minha mente criou.

     E logo meu tio voltou-se contra a educação das mulheres .Ele também se aculturou bastante, até onde posso dizer.Fechou Blithe House,deixou a biblioteca mofando e mudou-se para Nova York,onde não imagino que pudesse ter tantos livros .Não tenho ideia de como passava seu tempo sem livros,porque nunca o tinha visto ,mas conseguia imaginá-lo em uma poltrona grande,com bebida e cigarro ,os olhos vazia no rosto antes belo e agora tragicamente arruinado , olhando para espaço e pesando no que a educação havia feito com sua garota e como arruinara sua vida .

       Assim,eu percorria solitariamente a casa imensa,abrindo as portas e perturbando a poeira dos quartos vazios.Ás vezes ,deitava-me em uma cama e imaginava que era a pessoa que havia perambulando por ali.Enchia a casa com seus fantasmas,imaginando famílias inteiras e,quando ouvia sons não identificados no sótão,não admitia a ideia de ratos ,mas via uma menina ,com o rosto pálido para combinar ,rodopiando levemente pelas tábuas nuas .

      A imagem dessa menina ,que comecei a acreditar que fosse real ,pois Blithe era uma casa abandonada pelas pessoas,madura para fantasma ,sempre acabava por me lembrar das brincadeiras com Giles. Para me desemocionar,punha-me a procurar novos lugares para esconder quando ele voltasse no final do semestre,e quando isso se tornava desinteressante,o que acontecia com frequência cada vez maior,eu me enfiava na biblioteca ,enterrando -me naquele coração frio que mais e mais se transformava em mu verdadeiro lar .

   A Menina Que Não Sabia Ler Onde histórias criam vida. Descubra agora