Foreign Girl • KTH

Prólogo

Nostalgia. Esse é o sentimento predominante em minha pessoa enquanto analisava o quarto que dividia com o meu irmão e minha irmã mais velhos. Seguindo olhando o corredor da casa onde cresci. Quero deixar cada pedaço desse lugar guardado em minha memória, até porque, será um longo tempo sem retornar.

Sou Alyssa Oliveira, 15 anos, realizando o meu maior sonho de estudar fora do Brasil. Cursarei o Segundo ano do ensino médio no Canadá, lugar onde vive minha tia Cida. Não. Meus pais não morreram para mim estar indo morar com minha tia, e não, eu não sou rica. Quero dizer, minha tia é, podre de rica, mas eu não. Eu não tenho um iPhone, meu celular é um Moto G5S dourado e não frequento o Starbucks. Apenas esclarecendo. Não tenho nada de muito especial, sou comum, como todas as outras garotas.
Sou alta com os meus 1,72 de altura, cabelos longos e cacheados na cor castanho escuro -assim como meus olhos. Minha pele é em um tom claro.

Estou vivendo os meus últimos momentos dentro da casa onde nasci, cresci e vivi até este momento. Nunca achei que funcionaria assim, mas é realmente como minha mãe me disse, eu iria sentir saudades. E muitas. Eu sempre disse que não viveria no Brasil e daria graças a Deus quando fosse embora, mas não funciona assim. Estou revivendo cada momento meu passado aqui, desde que me lembro.

Sou acordada de meus devaneios com minha família me chamando para se despedir. Minha casa é dívida da seguinte forma: uma casa grande com 4 cômodos em baixo, onde vivem minha tia Ana, com seu esposo, meu primo e minha prima. A segunda casa, onde vive meu tio, um homem de mal caráter e coração ruim, ele quase matou minha tia numa briga. E a terceira e última casa, a minha. Subindo as escadas de 12 degraus é minha casa com uma pequena varanda. Tem a laje, onde costumamos nos reunir para comemorar as festas de fim de ano, datas comemorativas e feriados.

Vou descendo as escadas com meus fones de ouvidos. Os tiro enquanto me despeço de parte da minha família, enquanto sigo caminho para o carro junto dos meus pais e irmãos. Vivo na periferia de São Paulo, ou seja, Zé povinho é o que não falta. Meus vizinhos estavam todos de pé observando a movimentação. Mas não prestei atenção, só queria gravar a rua na minha memória. Sinto o carro dando partida e vejo todos pelo vidro escuro do carro todos acenando e então encosto fecho os olhos encostando minha cabeça no carro, conectando meus fones novamente, seguindo caminho ao som de Story Of My Life-One Direction.