I will stay - SUPERCORP

Ouça o doutor e nada de muito açúcar.

─ Lex, eu entendi.

─ Não, você não entendeu.

Suspirou, para então, já atingindo o máximo de sua paciência, se voltar para o garoto e atirar a blusa em seu rosto com o máximo da força.

─ Eu entendi e se continuar irei pelada!

O moreno encolheu os ombros, formou um biquinho nos lábios e saiu, cabisbaixo. A blusa sequer chegou a lhe acertar com alguma força, mas queria que Lena ao menos sentisse uma pontada de culpa. E conseguiu.
A morena ficou sozinha, encarando os vestidos e blusas espalhados pela cama, revendo as palavras de seu psiquiatra sobre agressão física. "Não é legal".

Por fim, já a um passo de desistir, optou por um vestido preto básico e um de seus casacos compridos em um tom bastante escuro do azul. Os cabelos foram secos, mas se manteram soltos. Um salto de mesma cor que a vestimenta por baixo do tecido azul e estava pronta.
Mesmo assim, foi obrigada a suspirar diante do espelho. Lex era o irmão bonito diante da concepção de Lena, e talvez fosse por isso que estaria sendo levada ao jantar de noivado dele agora.

Três suaves batidas puxaram a Luthor de seus pensamentos, para em seguida correr e abrir a porta, já preparada para xingar Lex por sua pressa.
O moreno não era o culpado dessa vez, mas sim a figura de um velho com terno cinza, uma bengala mais chique que o celular de Lena e cabelos branquinhos como os flocos de neve. Ele sorria, o que a fez sorrir também.

─ Vovô! - correu para os braços do mais velho, recendo um caloroso abraço em resposta. ─ Pensei que não viria.

─ E perder o marco do século?! Seu irmão vai desencalhar!

A morena riu, e o velho também.
Xavier era velho, mas nada o impediu de criar os dois netos com todo amor e carinho que fosse possível. Foi ele quem ensinou Lena a andar, escrever, ler. O professor de Lex quando o assunto era engenharia aeroespacial. Ambos netos enchiam o peito de orgulho ao falar que seu avô era ex engenheiro da NASA e atual CEO de uma grande empresa.
Já Xavier enchia o peito para dizer que suas crianças eram as mais lindas, amáveis e adoráveis de toda National City. Era assim a relação dos três, até a descoberta do câncer. Nada realmente mudou, apesar do medo cercar a todos o tempo todo.

─ Como o senhor está?! - indagou Lena, examinando o mais velho dos pés a cabeça. ─ Acha que consegue ir lá? Podemos voltar mais cedo, eu lhe trago.

Negou com a cabeça, mesmo que admirando a tamanha preocupação da Luthor mais nova.

─ Como eu disse, é um marco para a história. Ficaremos até o final.

Ambos riram, até Lex surgir do nada, com cara de poucos amigos.

─ Hahaha! Adorei a piada. Agora pega esse velho rabugento e vamos logo.

{...}

─ ALEX! - Bateu com força contra a pobre madeira da porta. ─ SUA DOR DE BARRIGA ERA TANTA QUE EXPLODIU?!

Kara estava gritando, Alex reclamando, Eliza apressada, Jeremiah estressado e Clark ansioso. A casa estava um completo caos.

Quando a porta finalmente foi aberta, a loira disparou para dentro e a fechou novamente com a velocidade da luz. Alex murmurou algum xingamento que sua mãe reclamaria e correu para terminar de se arrumar no próprio quarto.

Um Clark nervoso e sem unhas parou Eliza com as mãos nos ombros, já na sala.

─ Tem certeza de que estou bem?! - indagou, analisando a própria roupa.

─ Pela décima oitava nona vez, está ótimo!

Deixou novamente um beijo sobre sua testa e saiu para terminar de servir a mesa.