Prólogo

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  Nunca suportei funerais,detestava estar dentro de uma sala escutando lamúrias,soluços e súplicas de perdão vindas dos familiares e conhecidos do defunto,ainda mais quando a causa da morte havia sido suicídio.

  "Hipócritas".Era a palavra que vagava em minha mente cada vez que meu olhar se encontrava com as lágrimas escorrendo em seus rostos.
O irônico é que,muitos dos que agora choravam haviam feito a pessoa cujo agora o corpo se encontrava inerte e sem vida dentro de um caixão,derramar lágrimas de sangue quando ainda respirava,haviam a maltratado,humilhado,ignorado e agido como se a mesma não existisse,as vezes por inveja,ciúmes ou pela desprezível e ordinária mágoa.

   Se encontravam ali,pedindo perdão para um corpo composto por carne,ossos e músculos,suplicando e abrindo seu coração para alguém,que já não podia mais escuta-los.

   Em suas palavras e expressões demonstravam para todos o quanto arrependidos estavam do que haviam feito,porém,seu olhar   deixava claro para os ali presentes que o que,eles alegavam ser arrependimento não passava de um mero remorso,e eu não encontro em mim outro sentimento além de ódio,ódio de estar naquela sala repleta de hipocrisia.E era esta, a razão pela qual fazia de tudo para evitar comparecer em funerais.

   Porém,houve um dia,em que minha presença era inevitável,e ali,naquela noite,dentro daquela sala e em meio aquele clima fúnebre,eu experimentei o gosto amargo do remorso,e me tornei,aquilo que sempre repugnei e odiei com todas as minhas forças.

   Uma maldita,desprezível e ordinária.
   Hipócrita.



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Maldita HipocrisiaOnde histórias criam vida. Descubra agora