Star Wars: O legado (one shot)

Capítulo 1 Reencontro

Anos haviam se passado desde a Ordem 66, ainda não estava recuperada dos últimos acontecidos. As memórias tornaram-se mais vividas desde minha luta com aquele que costuma ser meu mestre. Anakin, quando eu vi seu rosto por baixo da máscara tantas coisas passaram por minha mente. Além disso, ainda não tinha conseguido ajudar Sabine a encontrar Ezra, nossas tentativas foram falhas até aquele momento.

Desci da nave e olhei para aquela floresta imensa ao meu redor, sabia que o encontraria ali e que ele me esperava. Sua esperança era a de que o filho de meu antigo mestre seria a solução para todos aqueles anos de escuridão e eu esperava que ele estivesse certo. Fechei meus olhos na esperança de sentir sua presença, a força naquele lugar era quase nociva e me deixava fatigada. Tinha pedido para fazer aquela viagem sozinha, assim não perderia meu objetivo e sabia que o encontraria mais rápido.

-Ahsoka. –Ao ouvir sua voz um sorriso escapou de meus lábios.

-Mestre Yoda. –Fiz uma reverência para o ancião, finalmente entendi porque se esconder em Dagobah, era a zona mais neutra da galáxia.

-A força é presente nessa criança. –Ele falou apontando para a criança em meus braços, o pequeno havia dormido a viagem toda. Mas ao ouvir Mestre Yoda, decidiu acordar e deu um sorriso para o jedi. –Venha, vamos entrar. –Fomos para a cabana que ele havia montado para si e nos sentamos no chão. –Quem é o pai dele?

-O senhor já deve imaginar quem é, Mestre. –Falei me referindo a Lux, ele insistira para nos fazer companhia na viagem, mas era algo que precisava fazer sozinha. –Sei que foi imprudente vir até aqui Mestre, mas precisava conversar com o senhor.

-Vader não sabe da existência de Luke ainda, preocupar com isso você não deve. –Ele começou e então voltando-se para meu filho falou. –Mas o pequeno deve ser sua preocupação. Instruir nos caminhos corretos e evitar que ele seja encontrado. –Mestre Yoda fez uma pedra levitar até a criança ao meu lado e ele observava aquilo com alegria. –Um ótimo jedi ele seria, assim como você teria sido no seu tempo.

-Eu sei Mestre. –Falei e a tristeza começou a me assombrar, a ideia de que meu filho poderia ser tirado de mim veio em um solavanco e percebi que ele sentia aquela atmosfera pesada que criei. –O senhor acha que se eu tivesse permanecido as coisas seriam diferentes? –Percebi que ele lançava um olhar contemplativo para a fogueira, agora eu percebia que ele havia envelhecido mais. Comecei a me lembrar das vezes em que ele me aconselhara.

-Talvez Skywalker teria se afundado mais Ahsoka. –Olhei para ele, esperando que ele continuasse. -Se na Ordem você tivesse continuado, ele teria de lidar com sua morte e isso sem esperança nos deixaria. –Agora eu começava a entender o que ele dizia, eu e meu mestre sempre tivemos uma ligação forte.

-Mamãe, a gente já vai pra casa? O papai deve estar esperando a gente. -Aqueles olhos azuis tinham aquela expressão de impaciência. Por um instante, lembrei de mim discutindo com Skywalker quando nos conhecemos.

-Qual é seu nome, pequeno jedi? –Mestre Yoda falou dando um sorriso para o menino que respondeu com um sorriso. –Eu já fui para várias guerras, assim como sua mãe.

-Meu nome é Anakin Bonteri. –Mestre Yoda sorriu ao ouvir o pequeno dizer seu nome. –O senhor realmente participou de guerras? –O ancião começou a rir diante dessa indagação.

Ficamos horas ouvindo as histórias de Mestre Yoda, fazia tanto tempo que não o ouvia contar aquelas histórias que fiquei prestando atenção em todas. Apesar de tê-las ouvido várias vezes. Percebi que o pequeno hibrido de togruta ouvia com bastante interesse a tudo que o ancião dizia. Fiquei feliz por aquilo e por instantes eu era uma pequena yougling de novo. Quando Mestre Yoda começou a falar de quando eles encontraram Anakin, senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto.

Ouvi o ancião dizer que ele foi um grande jedi, que era impulsivo, poderoso e seu coração era imenso. Sempre disposto a ajudar quem precisava, não importando o que custasse. Dei um suspiro diante das memórias que me vieram e então comecei a me lembrar das minhas últimas conversas com Obi-wan, ele fazia de tudo para proteger Luke, que já era um rapaz de uns 14 anos assim como Leia, que era protegida pelo Senador Organa. Da última vez que a vi, ela estava mais parecida ainda com Padmé, o que me fez ficar feliz. Era um pedaço da minha antiga amiga.

-Mamãe, você foi aprendiz do Skywalker? –Meu filho falava com entusiasmo ao meu lado e eu dei um sorriso fraco. –O que foi mamãe?

-Sim, eu fui aprendiz dele. Ele foi o melhor jedi que conheci e você tem seu nome, por causa dele. –Coloquei um dedo sobre sua testa, o que fez o pequeno Anakin rir. –Só que ele foi para o lado sombrio filho. Meu antigo mestre deixou de ser uma pessoa boa a muito tempo. –Mestre Yoda deu um suspiro e tentou explicar para o pequeno de uma forma que ele entendesse. Ele ficou impressionado com as coisas que ouvia e então explicamos que o nome que ele carregava foi o de um bom homem. Aquele que era mal, se chamava Darth Vader e por isso precisávamos nos esconder dele.

-Se quiser treina-lo, disso você precisará Ahsoka. –Mestre Yoda me entregou alguns papéis e então me passou algumas orientações. –Esse templo tomado por Vader, não foi. Para lá você e sua família devem ir.

-E o senhor Mestre? Por que não vem conosco? –Perguntei, já tinha me levantado e Anakin estava em pé ao meu lado, com as mãos em minhas saias.

-Um encontro com o jovem Skywalker eu precisarei ter, mas fácil de me achar, aqui será. –Fiz um meneio com a cabeça e então ele pegou uma caixa, entregando-a ao meu filho. Sabia o que era aquilo, o sabre de Mestre Plo. –Um presente para você isso é, ouvir sua mãe você deve. O homem que carregava esse sabre como um pai para ela, ele era. –O pequeno agradeceu e então nós saímos, Mestre Yoda sorria e eu sabia que aquela seria a última vez que o veria.

Anakin e eu entramos na nave, coloquei-o sentado ao meu lado e ajustei as coordenadas. Precisávamos chegar a nossa base, encontrar com Lux e Sabine; naquele mesmo dia partiríamos para o templo e tinha um pressentimento de que lá eu poderia encontrar Ezra. Por isso, quando saltamos pelo hiperespaço uma nova esperança se construía em mim. Eu esperava que meus antigos mestres estivessem certos, porque queria ver minha família segura e que meu filho pudesse ser um bom homem, assim como os dois homens que ele agora carregava os legados.