15/02/1999

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Là estava eu no quarto, quando ouvi três disparos vindo da sala, assustada, desci as escadas correndo, na sala vi uma cena que mudaria a minha vida completamente.
Procurava uma reação para aquele momento, mas só fiquei parada observando friamente,
o sangue, escorrendo pela mesa de mármore branco.
Dayse a minha babá chegou desesperada e completamente aterrorizada, ela havia agarrado meu braço e me levado para meu quarto.
Minutos depois, vi pela janela milhares de luzes e sirenes, a casa já estava tomada pela polícia e pelos jornalistas que procuravam respostas .
Ouvi gritos vindo do andar de baixo, onde estava o corpo da minha mãe, os gritos era do meu pai que logo em seguida subiu até meu quarto, com um semblante destruído ele abriu a porta e caiu de joelhos, em prantos.
Fui correndo até ele e entrei nos seus braços, dali em diante tudo que eu não havia demonstrado saiu para fora como uma borboleta saindo do seu casulo.
- pai oque vai acontecer?
- oque houve com a mamãe?
- quem fez isso com ela?
Falei soluçando.
No momento meu pai não respondeu minhas perguntas, apenas secou minhas lágrimas, e pediu para Dayse cuidar de mim.
Dayse me levou para o banheiro, tomei um banho quente, vesti um vestido preto com gola branca, e sapatilhas pretas de veludo. Horas depois, a casa e o condomínio havia ficado completamente em silêncio.
Dayse estava acabando de prender meus longos cabelos negros, quando alguém bateu na porta.
- Dayse, está tudo pronto. Disse meu pai, completamente devastado. Dayse apenas acenou com a cabeça e me pegou no colo. Descendo as escadas vi apenas a sala interditada, com lonas pretas e faixas amarelas, avisando que ali era cena de um crime. Saindo de casa, estava uma manhã cinzenta e fria, em New York, muito comum, já que estávamos no outono.
Meu pai chamou o motorista da empresa, que permaneceu o trajeto inteiro com a cabeça abaixada . Após chegarmos ao cemitério naquela manhã,  percebi que nao havia muitas pessoas, apenas amigos mais próximos. Fui andando até o local que estava acontecendo o velório, pessoas em minha volta chorando, despejando suas condolências, e eu ali parada, apenas segurando a mão do meu pai.
Com os olhos lacrimejando, atirei uma rosa branca em seu caixão.
Aquele seria meu último adeus.

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