My Heart Is Your ♡ [Park Jinyoung]

♡Chapter Fifty-eight♡

Depois que saí do hospital, já era noite. Tentei ligar pra meus pais, mas deu caixa postal. Liguei para Mark, Bambam, Yugyeom... ninguém atendia. Eu estava com receio de ir andando até em casa, mesmo que eu morasse um pouco perto do hospital, ainda assim era perigoso.

Era noite. As ruas estavam praticamente desertas. E eu estava sozinha.

Apertei minha bolsa na lateral de meu corpo e fui caminhando a passos largos e contados, o tempo todo checando se alguém me seguia.

Estava mais ou menos na metade do caminho, virei uma esquina e ouvi passos rasteiros vindos detrás de mim. Me virei e vi um cara de capuz preto, virei de novo e continuei andando um pouco mais rápido.

Os passos atrás de mim aceleraram.

- Psiu! - Ele fez. Eu fiquei mais nervosa, meu coração batendo forte no peito. - Ei! Volte aqui! - Ouvi ele começar a correr, e então eu disparei.

O homem continuou atrás de mim, eu já estava desesperada. Mas ele era muito rápido, e me alcançou, segurando em meu braço e me puxando pra perto dele.

- Me solta! - Eu comecei a me debater, tentando me livrar dele.

- Ei, ei, ei! Calma! Sunji, fica calma, sou eu!! - Ele me sacudiu e retirou o capuz. Reconheci as feições marcadas, os olhos pequenos e as duas pintinhas acima da pálpebra.

- JB? - O encarei surpresa.

- Não devia estar andando sozinha a essa hora! - Ele me repreendeu. - Por que não se virou quando eu lhe chamei?!

- Eu estava assustada. Não reconheci sua voz. - Eu tentava recontrolar minha respiração.

- Vem comigo. - Ele passou o braço nos meus ombros e me conduziu até um bar próximo. Ele pediu um copo de água e açúcar pra mim.

- Obrigada. - Agradeci quando ele me trouxe a água.

- Me desculpe se te assustei, correndo atrás de você. - Ele disse - Mas quando vi você andando sozinha por Seul, não podia deixar você sozinha. Algum maluco poderia ter te encontrado antes de mim.

- Eu agradeço. - Falei, já bem mais calma. - Por onde você andou?

- Eu? Ah... É complicado. - Ele brincou com os anéis. - Depois daquele dia na sua casa, eu fui embora muito atordoado. Saí andando pelas ruas e socava qualquer coisa que estivesse por perto, uma placa de rua, uma lixeira,... fiz isso até meus punhos ficarem sangrando e a raiva passar.

- Desculpe, mas eu não estou surpresa de ouvir algo assim. Principalmente vindo de você.

- Eu sei. Eu fiquei revoltado, e com o passar dos dias, comecei a ficar louco. Passei a ir em bares quase todas as noites, faltava à faculdade sempre, e às vezes passava dias sem nem dormir.

- Meu Deus, JB. Não aprendeu a impor limites? - Eu o repreendi sem querer. - Desculpe.

- Tudo bem. Teve um dia que eu resolvi ir ao bar de novo, então... conheci uma pessoa.

- Jura? Quem?

- Uma garota, chamada Jungyeon. - Ele sorriu ao pronunciar o nome dela. - Quando a conheci, ela me disse que estava frustrada por ter terminado com o namorado, mas não se arrependia, pois ele era extremamente ciumento. Então eu enxerguei o quanto eu era um mala com você.

- Fico feliz que percebeu. Isso muda muito coisa.

- Muda mesmo. E mudou muito. Eu e Jungyeon começamos a sair juntos, e ela está me ajudando a amenizar meus acessos de ciúmes. - Ele riu. - Estou gostando desse meu novo "eu".

- Sabe que eu também gostei? Estou feliz por vocês dois.

- E você? Como está com Jinyoung? - Ele fez a temida pergunta.

Eu decidi que era melhor deixar em off, pois evitaria muitas perguntas da parte dele e muitas lágrimas de minha parte. Então resolvi omitir.

- Está tudo bem. Ele está me fazendo muito feliz e satisfeita.

- Que bom, eu gosto de ver você feliz. - Ele passou os braços novamente por meus ombros - Vou te deixar em casa, e vou me sentir melhor em saber que você vai estar em segurança.

- Muito obrigada, JB.

- Jaebum. Eu te disse que mudei, agora quero que me chamem pelo nome real. Aquele "JB" é coisa do passado.

- Como quiser, Jaebum. - Eu brinquei.

Durante o percurso, evitei falar sobre eu e Jinyoung, foquei mais em saber sobre como ele estava. E ele realmente havia mudado. Pelo visto, ele estava mesmo gostando dessa tal de Jungyeon, ela o fazia feliz e vice-versa.

- Boa sorte a vocês dois. - Disse a ele quando nos despedimos na porta de minha casa.

- A você e Jinyoung também. - Ele saiu andando.

"Você não faz ideia do quanto eu preciso de sorte", pensei.

- Ei, Sunji! - Jaebum me chamou de novo.

- O que foi?

- Diga a Jinyoung que ele é um cara muito sortudo por ter você.

Eu sorri com sua fala.

- Direi a ele. Boa noite.

Na verdade, quem é a sortuda sou eu. Por ter ele em minha vida.