Capítulo único (assim como você).

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Em um dia desses me encontrei perdida.

Me procurei por todos os cantos e não me encontrava de jeito nenhum. Revirei cada espacinho disponível, fiz uma grande bagunça e não obtive resultado algum. Mas no meio de toda aquela cacofonia, eu notei algo. Era diferente, que nunca havia estado ali antes. Conhece aquela famosa história de que você sempre encontra aquilo que procura no último lugar? Faz sentido não é mesmo, afinal depois que você encontra tal coisa, a busca se encerra. O que notei foi que:

Nós vivemos todos os momentos em busca de um lar.

Um cantinho para chamar de seu.
Um cantinho para chamar de meu.
Um cantinho que transcende a matéria e vai muito além do nosso próprio ser.
Um puxadinho.

Que vai além do compreensível, que toma conta sem que a gente perceba.

Sem que a gente perceba sua magnitude.
Sem que a gente perceba sua grandeza.

É algo que transborda, é uma necessidade surreal a qual apenas notamos quando sua fome é tão grande que não se sacia mais com aquilo que tem.

Nós vivemos a vida em busca de um lar, para só no fim notarmos que este sempre esteve dentro de nós mesmos.

É claro que, é bom se sentir em casa com outra pessoa, esse sentimento não pode simplesmente ser diminuído a tal ponto.

Procuramos em todos os lugares: em frases, sons, cheiros, cores, abraços, gostos, lugares. Sensações.
Mas, como uma equação que busca pelo resultado da incógnita, nós começamos toda a equação em nós mesmos onde equivalemos a essa incógnita.

A equação começa com a incógnita e termina com a incógnita.
A equação começa conosco e termina conosco.

Toda a dúvida, todo o anseio começa dentro. E a nossa (busca pela própria) identidade dá a volta no mundo compondo sua respectiva órbita pra no fim, voltar para onde sempre esteve.

Aqui dentro.

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