Era muito difícil suportar a distância, tudo o que poderíamos estar fazendo juntas, os momentos que estávamos perdendo. Eu chorava quase todas as noites desejando que a Cecília estivesse ali comigo. Eu amava ela cada dia mais, era incrível e muitas vezes inacreditável a proporção com que esse sentimento crescia. Nos falávamos o tempo todo, ela me contava tudo o que estava fazendo e todas as coisas que aconteciam no meu dia eu sentia necessidade de compartilhar com ela. Muitas vezes ficava parada viajando em como seria aquele momento se ela estivesse ali. Eu sempre pedia a bebida preferida dela nos restaurantes, escutava a música que ela mais gostava e comecei a usar uma pulseira da sorte igual a dela. Fazia de tudo pra ter ela perto e pra ter alguma coisa ali que me lembrasse dela. As vezes doía muito e eu chorava, em outras eu ficava sorrindo por lembrar dos nossos momentos e ver nossas fotos.
Aquela foto do nosso primeira dia juntas, que me apertava tanto o coração.
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Nesse dia, em especial, eu tava sentindo ela distante e isso me dava medo. Medo de perder pra distância, medo de ela conhecer alguém que pudesse proporcionar um relacionamento mais fácil, com menos obstáculos e que fizesse ela mais feliz. Depois de mais uma vez esperando vinte minutos por uma resposta no whats, resolvi ligar.
Cecília: Alô - ela disse com voz de sono.
Ana: Oi, sou eu. Não viu?
Cecília: Não, eu acabei cochilando. Atendi sem nem ver quem era.
Ana: Tá tudo bem contigo?
Ela ficou em silêncio. Eu fiquei em silêncio.
Cecília: Não. - ela respirou fundo - Você sabe que não.
Continuei em silêncio por mais alguns segundos e enfim respondi.
Ana: Tu não me quer mais?
Cecília: Ana, eu amo você. Só que não da, você não resolve a tua vida, faz mais de um mês que a gente não se encontra. Eu não posso ir pra tua casa porque tua mãe não pode saber sobre mim, você tem a vida toda enrolada e não vem pra cá. Eu to cansada de ficar em casa sentindo tua falta.
Sem responder, desliguei o celular e fui para o Rio de Janeiro.
