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Pov Clara

Começo a sentir os meus sentidos e a ouvir o barulho de uma máquina a fazer pi pi.

Abro os olhos e olho à minha volta vendo o André mesmo junto de mim. O meu bebé!

-O bebé? - pergunto colocando a mão na barriga.

-Ele está bem, Clara. Não te preocupes.

E dito isto eu desvio o olhar dele. Com tantos carros para me atropelarem tinha mesmo de ser o dele. Eu não faço a mínima o que lhe dizer.

-Quando é que me ias contar? - ele quebra o silêncio.

Já saiu de junto de mim e está junto da janela a olhar para a rua. Tem o olhar distante e eu não sei mesmo o que lhe dizer.

-Eu... - começo mas ele corta-me.

-Sabes, saber que vou ser pai no meio de um acidente em que te atropelei e que te podia ter morto a ti e ao meu filho não é a melhor forma de saber.

-Tu deixas te de falar comigo, eu vim a Lisboa para te contar e tu disseste que tinhas  voltado para a Sara! Como raio querias que eu te contasse? 'Olha André, provavelmente lembraste pouco daquela noite, volas te a namorar mas quero que saibas que vais ser papá e que a partir de agora vais ter que assumir uma traição que não foi traição mas que os midia vão fazer como se fosse traição!' - Já estava a ficar enervada e ele apercebeu-se disso. Não disse nada apenas baixou o olhar, as lágrimas escorriam do meu rosto.

-Não te podes enervar, não podes fazer esforços e não podes sair de casa nos próximos dois meses. Não podes fazer grandes viagens por isso vais ter de ficar em Lisboa. Já estou à procura de uma casa para ficares, vou lá ter contigo sempre que poder.

Ele diz isto tudo com o mesmo tom de voz, longínquo e distante.

-Tenho de contar aos meus pais, eles vão me matar -respiro fundo.

-Os meus também... - ele suspira.

-Tu tens o teu próprio dinheiro! A tua própria casa, o teu próprio carro. Tens um trabalho! Eu não tenho trabalhado, os meus pais pagam o quarto onde moro, o meu carro é um velho do meu avô e eu ainda estudo!

No meio dos meus gritos o médico entra.

-Bom dia! Vejo que já acordou. Tenho de ter uma conversa consigo para saber o que pode e não pode fazer no primeiro trimestre de gravidez. Não vai ser fácil mas depois deste passar vai ver que se vai sentir melhor.

E ouvi tudo o que ele tinha para me dizer, o André ficou lá a ouvir tudo também. Percebi que vou ter de abandonar a faculdade por agora e que praticamente vou ser uma invalida porque não vou poder fazer a porra de nada. O André prometeu ao médico que cuidava de mim o que me fez revirar os olhos.

-Ah, está lá fora uma menina. Acho que se chama Francisca e queria vê-la. Posso manda-la entrar?

-Sim, por favor! André podes sair?

Ele olha para mim, suspira e depois sai. Preciso de estar distante dele. Apesar de uma parte dele estar bem dentro do meu corpo.

Hey meninas!!
Sei que demorei algum, bastante tempo para públicar um capítulo mas farei os possíveis para publicar brevemente!

Não se esqueçam de votar e comentem para eu saber o que acham e se quiserem dar ideias estão à vontade!!

Beijinhos grandes!!!

New Life || André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora