Vem dançar comigo

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Sob meus olhos fechados essa já tão conhecida sensação de derrota diante todo um sentimento ambíguo e tão fortemente marcado em mim. Sob minhas mãos espalmadas sobre o mármore, o frio sobe tomando conta de todo o excesso de calor em meu corpo.

Percorrendo por minha mente cansada, toda essa confusão de sentimentos opostos correndo em confusão por causa da adrenalina, que eu sei, é o medo e a surpresa que fazem correr por meu sangue agora. Meus cabelos longos repicados estavam mais curtos é verdade, mas ainda assim longos o suficiente para cair pelas laterais de minha face, pois minha cabeça estava pendida, caída e perdida exatamente da forma como me sentia.

Será que somos assim tão rivais? Será que precisávamos ser?

Logo aquele loiro que eu admiro tanto. Era fácil disfarçar no estúdio enquanto estávamos trabalhando e justificando a aproximação por motivos profissionais.

Mas porque aquela criatura gostosa tinha que vir aqui na minha casa me procurar?

Entenda por casa essas paredes do meu apartamento. O concreto que protege e abriga dos olhos insanos da sociedade, as paredes de cimento permitiam que ali eu pudesse ser exatamente quem era.

Podia ser aquele homem desolado diante de uma bancada, que se apoiava no tampo de granito como se o mesmo fosse um bom ombro amigo. Perdendo meu tempo somente por temer profundamente o que realmente era ou o que poderia ser se passasse muito tempo sozinho com aquele loiro coxudo.

– Yuu-kun está tudo bem com você? Desculpe invadir seu quarto, mas é que você me deixou na sala e não voltou mais. – Ahh aquela voz baixa naquele timbre único e tom naturalmente de ser superior.

– Está tudo bem Kouyou-kun eu só estava...

– ... Fugindo de mim? Você me vê tão com seu rival assim? – Ele me cortou.

Droga. Sua expressão parecia inconformada, o que fez com que me virasse para direção dele. E com isso ia dar bandeira, certo que ia.

– Não. Não garoto, eu não vejo você como meu rival assim como também não sei de onde você tira essas ideias – Dessa vez tive que encarar aquele ser absolutamente perfeito.

O fato de desejar tanto alguém tão fora do meu alcance me irrita e me irrita muito mesmo. Além do mais, era sexta- feira e por amor de algum anjo solidário – valeu hide-sama – nós estávamos de folga, tudo o que eu queria era um bom dia de sono com longas e ininterruptas horas naqueles momentos de profunda intimidade entre eu, o colchão e o cobertor. Só.

Então contrastando com toda a minha irritação e sem aviso nenhum a campainha toca. E do outro lado da porta estava essa coisa loira gigante que mexe com meus sentidos, hormônios, neurônios e estruturas.

Oh pai do céu Takashima Kouyou é um ser com cara de anjo, mas é tentação chegando às minhas fraquezas através de pernas bem definidas. Espalhando a essência de luxuria e embalado pelo dom da atração; sim ele atrai tudo ao seu redor, encanta tudo ao seu redor.

E eu, é claro, um ser atraído. Apenas mais um.

Gostoso à parte, nada muda o fato de sermos duas pessoas de personalidades extremamente fortes e opostas. Na maioria das vezes em que conversávamos, eu tinha muita vontade de fazê-lo calar a boca a força e acertou quem imaginou um método deliciosamente tentador de fazer isso.

– Mesmo Uruha, o que é que você veio fazer aqui?

Eu ainda não tinha falado com ele, apenas o deixei entrar e sumi. Motivo: Puts, Uruha sem avisos na minha porta vestido de forma bem definida como 'pra matar' e eu louco pra ser morto. Precisa de mais?

Faça de mim a sua guitarraOnde histórias criam vida. Descubra agora