Um showzinho particular

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– Então me usa. Mostre-me seu talento guitarrista-san.

– Mas que apressado! Eu vou usar Aoi – Sorriu. – Vou te mostrar toda minha habilidade.

Uruha se afastou um pouco e levou as mãos até a barra da minha camiseta para erguê-la. Ato esse que eu atendi prontamente erguendo os braços. Então minha blusa foi jogada longe, e suas mãos desprenderam minhas pernas de seu corpo.

O mais alto se afastou e sentou na beirada da cama. De onde o via acreditei que somente um pedaço de seu bumbum tocava o colchão, as pernas afastadas davam ao corpo sustentação. As pernas compridas permitiam aos pés tocarem o chão completamente apesar da cama alta. Vi ele se jogar pra trás até parar em um ponto no meio do caminho com auxílio dos cotovelos, que ficaram apoiados no colchão deixando seu tronco angulado.

Como eu guardo tantos detalhes de uma hora dessas? Simples, está é a lei da atração do Uruha.

Eu estava completamente vidrado em todo e qualquer movimento daquele corpo de beleza andrógena, tão angelical quanto tentadoramente maquiavélica. Ótimo, eu já não estou mais fazendo sentido.

– Desce daí – Ele mandou.

Não era um simples pedido, a ordem estava intrínseca no tom de voz usada. Eu estava tão perdido o admirando que nem atinei a descer da bancada ao vê-lo se afastar. Obedeci.

– Aqui. – Disse apontando para o espaço entre suas pernas, porém com certa distância da cama e consequentemente dele.

Já falei do poder que aquela coisa tem de atrair tudo ao seu redor? Eu fui sem questionar e parei quando e onde ele mandou.

– Tira essa calça pra mim moreno. E vê se me da um show.

Eu ri do pedido. Parece que a música está mesmo impregnada em nós e tece até mesmo nossos mais ímpetos, agitados e repentinos desejos. Esse parecia ser o tema da nossa súbita loucura, foi a música que o trouxe até aqui, que nos seduziu e que nos guia. Cada provocação com seu ritmo e melodia como base.

Ele quer um show? Eu já disse que essa é a minha especialidade.

Procurei mais uma vez o celular pelo quarto, mas eu àquela altura não era mais capaz de ver quase mais nada, a sedução do homem alheio me ofusca. Percebo enfim que não o encontro, pois este está nas mãos de Uruha.

– Vamos usar a introdução dessa aqui. – Ele disse com aquele riso sacana na face perfeita.

A voz novamente autoritária. Eu já tinha perdido o controle de qualquer situação ante o loiro há tempo. Na verdade há um tempo que precede a estadia dele nesta casa, o que era novo era que agora ele estava interagindo e conquistando este controle de propósito.

Ele também parece saber lidar melhor do que eu com meu próprio celular, pois havia escolhido a música. Não demorou para que começasse a ouvir a introdução única e impossível de não reconhecida de "Bathroom".

Música triste? Não mais.

Duas gotas pareciam cair naquele cenário imaginário; fiz uma de minhas mãos deslizar pelo abdome e tórax que ele já tinha deixado a mostra. A introdução da música logo vem; movimento meu quadril no mesmo ritmo das batidas criadas para insinuar coisas na cabeça que quem a escuta, não com aqueles rebolados de tirar o fôlego, mas movendo meu corpo de maneira sinuosa e sensual para os lados.

A mão subiu sorrateira deslizando pelo corpo para alcançar meus próprios cabelos e bagunça-los. No rosto deixei clara a expressão de quanto é prazeroso me exibir para ele.

Faça de mim a sua guitarraOnde histórias criam vida. Descubra agora