Capítulo único

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Costumava assistir a transmissão do red carpet do MET Gala com minha mãe quando era criança, pois ela era completamente apaixonada por tudo que envolvia o baile, e acabei herdando esse gosto dela. Cresci dizendo que um dia seria famosa o suficiente para ser convidada pela própria Anna Wintour e que usaria um vestido fantástico combinando com o tema do baile.

Mas aqui estava eu, 25 anos, formada em arquitetura pela NYU e trabalhando, na maior parte do tempo, de ajudante de cozinha. Segundas, terças e quartas eu trabalhava no escritório de arquitetura Schulz & Co., e durante as noites e fins de semana me dedicava às sobremesas do Crystal Palace, restaurante de minha madrasta. Era o restaurante mais famoso e disputado de NYC, e o favorito de Anna Wintour. Não que eu já a tenha recebido e a levado até sua mesa, eu só ouvia as histórias dos meus colegas de trabalho. Katarina, minha madrasta, não permitia que eu recebesse as pessoas famosas ou interagisse com eles de qualquer maneira que fosse, tudo porque uma vez alguns anos atrás quando comecei a trabalhar aqui tive um pequeno problema de comunicação com um cliente famoso, mas nada demais. Se tivesse sido qualquer outra pessoa já estaria na rua, mas por consideração a meu pai, ela continuou comigo.

Minha mãe morreu quando eu tinha 13 anos. Passaram-se alguns anos e meu pai conheceu Katarina, algum tempo depois, casaram-se. Até hoje não sei se foi amor à primeira vista ou se meu pai apenas queria que eu tivesse uma figura feminina forte na minha vida, agora que já não tinha mais a minha mãe. Ela tinha sido uma das maiores arquitetas de NYC, tendo até projetado um prédio que, segundo ela, "havia alterado a skyline da cidade", o que era realmente uma grande coisa para se gabar. Meu pai era o típico homem de negócios de Wall Street, vendendo e comprando ações e sempre lidando com muito dinheiro, passando mais tempo dentro do escritório do que dentro de casa comigo.

Comecei a faculdade de arquitetura um pouco mais tarde, por ter passado dois anos cursando culinária no International Culinary Center, em NYC. Ter duas especialidades tão distintas me deixava confusa, eu não sabia se queria seguir carreira sendo arquiteta ou tendo meu próprio restaurante. Talvez eu pudesse ser uma arquiteta especialista em restaurantes?

Mas nunca imaginei que um dia, de fato, teria a oportunidade de entrar no MET Gala, até que uma onda de gripe chegou e atingiu uma grande parte da população em NYC. A empresa da qual minha madrasta contratava os garçons e hostess para grandes eventos havia sido afetada, o que acabou obrigando-a a tomar medidas desesperadas. E era por esse motivo que na noite do sábado que antecedia a primeira segunda feira de maio, às 01:17 da manhã, eu estava esperando na cozinha do Crystal Palace, junto com alguns garçons e hostess.

- Como vocês já sabem daqui dois dias é o MET Gala, um dos eventos mais importantes para este restaurante – Katarina começou. – Faz alguns anos que somos nós quem preparamos a janta do MET, e isso acaba atraindo mais e mais pessoas, o que é extremamente bom.

Todos concordamos com a cabeça enquanto ela dizia isso.

- Porém, devido a onda de gripe, a empresa que cuida da recepção e dos garçons me avisou que mais de 40% do staff deles está de atestado e não vai poder trabalhar, sem contar nos outros eventos acontecendo na cidade em que eles trabalham. Ou seja, estamos com 13 pessoas a menos para trabalhar, por isso chamei vocês aqui.

Meu coração acelerou. Não podia ser real, podia?

- Não tenho como conseguir pessoas qualificadas para um evento desse porte tão em cima da hora, porém eu tenho minha própria staff, que é tão qualificada quanto qualquer outra. – Ela me lançou um longo olhar que dizia que não acreditava na minha qualificação, mas que estava de mãos atadas.

[CHRIS EVANS] Midnight LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora