Trabalhar em uma cafeteria não era uma das coisas que Harry mais gostava de fazer, mas de tanto ter procurado um emprego, aquele foi o único que ele havia conseguido, o salário não era bom o suficiente, mas ele não tinha outra escolha. Com vinte e cinco anos, Harry ainda morava com a mãe e a irmã, havia namorado uma garota chamada Lacey, mas só durou alguns meses.
– Um café e três donuts, por favor.
Harry se virou fitando a figura do outro lado do balcão, e assim fechando o livro que estava lendo. Ele não havia entendido o que o rapaz havia dito.
– O que disse? – Harry perguntou tímido, observando o rapaz.
– Um café e três donuts, por favor. – Ele repetiu. A voz era tão fina e baixa que Harry piscou por alguns segundos, na esperança de conseguir ouvi-lo melhor. Harry então assentiu com a cabeça e se virou rapidamente para pegar os donuts que o rapaz havia pedido e então coloca-los em um saquinho, em seguida encheu um copo médio de café, fechando-o com muito cuidado para que não derramasse.
– Aqui está os três donuts que pediu e um café. – Harry disse colocando-os encima do balcão, e assim voltar a fitar o rosto fino e delicado, coberto por uma barba rala.
– Obrigado, quanto devo? – O rapaz do outro lado perguntou enquando abria a bolsa – Grande demais para um corpo pequeno – enquanto aguardava a resposta de Harry.
– 5.27$ senhor... – Harry fez uma pausa breve, com uma expressão de dúvida no rosto, ele ainda não sabia o nome do rapaz.
– Louis. – Ele murmurou colocando o dinheiro sobre o balcão e assim voltando a fitar Harry. – E, por favor não me chame de senhor, não sou tão velho assim. Após terminar Louis pegou a sacola com os donuts e o café, agradecendo Harry mais uma vez e assim se virou para sair da cafeteria.
Harry murmurou um "desculpe", e pegou o dinheiro que Louis havia colocado sobre o balcão, puxando-o e assim colocando na caixa registradora. Harry não obteve resposta nenhuma, ou talvez Louis houvesse dito algo, mas tão baixo que Harry não foi capaz de ouvir. Seus olhos verdes seguiram o corpo pequeno, que Harry pode jurar que se virou, lançando-o mais um olhar antes de partir.
Mais dez minutos e Harry finalmente poderia partir para casa, naquele dia, a cafeteria permanencia silenciosa e infelizmente, vazia. Harry queria voltar para casa mais cedo, mas não era possível, mesmo se não houvesse ninguém para atender. Os dez minutos havia passado rapidamente, e Harry agradeceu mentalmente por isso.
– Cheguei. – Harry disse enquanto entrava na casa, mas parecia não haver ninguém.
– Oi, Harry. – Disse Anne, sua mãe.
– Oi mãe, estou com fome, é difícil trabalhar em uma cafeteria e não poder comer nada lá. – Harry disse acariciando a barriga, mostrando que estava mesmo com fome.
– Vá comer alguma coisa. – Disse Anne. – Eu tenho um compromisso daqui a pouco.
Harry assentiu com a cabeça e seguiu para a cozinha, abriu a geladeira, viu que havia minipizza e agradeceu mentalmente por isso. Depois de comer, Harry foi para o seu quarto, e viu que havia uma mensagem em seu celular.
Liam: Harry, vem aqui agora, por favor.
Harry coçou a cabeça antes de responder o amigo.
Harry: Tem que ser agora? Eu acabei de chegar do trabalho.
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Flowers on your sadness
RomanceSe você parar pra pensar, a vida é cheia de imprevistos, você pode estar andando na rua e um raio atingir a sua cabeça, você pode presenciar uma chuva de hamburguês, você pode ser atacado por um zumbi enquanto dorme, mas com Harry foi diferente, ele...