Let Me Heal Your Wounds

VII

    Os dias foram se passando e tudo anda normalmente. Estou no meu trabalho de meio período e aparentemente não vou sair no meu horário hoje. Meu chefe está operando um gatinho, não é nada sério, ainda bem.

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    Passam-se algumas horas e finalmente sou liberada, olho a hora e são 23:30h.
  —Nossa, que tarde! -digo me espantando com quão tarde é.
    Ando mais rápido para casa. Quando viro a esquina, um cara me para, apontando uma faca na minha direção.
  —Passa tudo! -ele fala com um tom sério, apontando mais a faca em minha direção.
    Eu não sabia o que fazer, estava em choque. Queria correr, mas meu corpo não se movia; queria gritar, mas minha voz não saia.
  —NÃO ME OUVIU? -ele grita me assustando.
    De repente alguém chuta a mão do assaltante que deixa a faca cair.
  —QUEM É VOCÊ? -pergunta o assaltante assustado por já não ter uma arma.
  —Sabe... não gosto que mexam com as minhas coisas. -fala o cara que não consigo identificar, pois estava de capuz.
    O assaltante tenta pegar a faca que tinha caído no chão, mas o cara encapuzado pisa na mão dele, o impedindo de pegar.
  —Eu já matei muito lixo como você. -diz o cara encapuzado.
    Sério que eles vão brigar para ver quem vai me assaltar?
    Eu me afasto um pouco dos dois pronta para correr. O cara encapuzado dá um soco no assaltante, que cai para trás.
    O assaltante sai correndo assustado enquanto o cara encapuzado abaixa o capuz e se vira em minha direção.
  —ASSALTANTE DO BANHEIRO! -falo surpresa reconhecendo o homem que invadiu o meu apartamento e ainda  tomou banho.
  —O quê? -ele pergunta sem entender.
    Eu começo a correr rápido como se não houvesse amanhã, quando paro e olho para trás não vejo ninguém, respiro fundo me acalmando.
    Quando volto a olhar para frente o homem do banheiro está parado olhando para mim.
  —AAAHH! -grito —Como você chegou tão rápido?
    Ele começa a mexer no bolso.
  —Por favor, não me mata. -suplico fechando os olhos.
  —Nunca iria te machucar. -diz ele, me entregando o meu chaveiro de gatinho, feito de lã que Hadassa Havia feito para mim.
  —Obrigada. -agradeço desconfiada.
  —De nada. -ele me entrega, assim encostando nossas mãos. —Você tinha deixado cair.
  —Ah sim, obrigada novamente. -agradeço novamente e percebo que nossas mãos ainda estão encostadas. Pego meu chaveiro e dou um passo para trás. —Eu vou indo.
  —Quer que eu te acompanhe? O assaltante pode voltar. -ele diz
  —Acho que você já o assustou demais. -respondo soltando uma leve risadinha.
  —Mas eu não quero te deixar ir sozinha. -ele diz começando a ficar com as bochechas rosadas.
  —Eu nem te conheço, como posso confiar em você? -pergunto.
  —Eu não sei... mas eu juro não fazer nada. -ele responde.
  —Tudo bem, mas não ouse fazer nada, eu luto kung fu. -claramente era mentira, mas precisava dar medo nele.
  —HAHAHA! Eu acredito nisso. -ele fala achando piada.
    Começamos a andar juntos até que quebro o silêncio.
  —Então... o que você quis dizer antes com 'eu já matei muito lixo como você'?  -perguntei curiosa.
  —Ah! Aquilo era mentira, era apenas para o assustar. -ele responde rindo da minha cara.
  —Por que você entrou no meu apartamento? -pergunto me lembrando.
  —Aquilo... é que... eu fui expulso da casa da minha tia e fiquei dias sem tomar banho sabe, haha. -ele responde nervoso.
  —Mas isso ainda é errado. Falando nisso desculpa olhar para aquilo... -acabo não terminando de falar por estar sem graça.
  —Tudo bem, já estou acostumado. -ele responde sem muitas reações e eu arregalo os olhos.
  —Você está morando aonde? - pergunto preocupada.
  —Não se preocupe, estou na casa da minha namorada agora. -responde e olha para mim rindo.
    Conversamos sobre vários assuntos, até que chego no meu apartamento.
  —Chegamos! -ele diz
  —Como sabe que eu moro aqui? -bato na testa me lembrando do acontecimento no banheiro. —Ata! Esqueci. -dou uma risadinha — Bom... então tchau. -me despeço.
  —Tchau. -ele sorri para mim.
    Quando eu me viro para ir embora ele me dá um beijo na bochecha. Me viro surpresa e ele continua sorrindo, prefiro ignorar o que ele fez e dou as costas.
    Quando abro o portão do prédio e olho para trás não vejo mais ninguém ali. Passo pela porta e o porteiro me dá boa noite, eu o cumprimento entrando no elevador.

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Abro a porta do meu apartamento e vejo Azazel olhando para mim, ele mia e desce do sofá. Coloco ração e leite para ele e vou direto tomar um banho.
    Terminando meu banho pego uns biscoitos e leite e vou ver tv, não sei quando mas acabei adormecendo no sofá.

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