Fears

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{afraid - the neighbourhood}


Sentimentos são coisas muito complexas e Louis concordava plenamente com isso. Apesar de que as coisas entre ele e Harry tenham fluido de maneira simples e natural, como se fosse destino que eles se encontrassem e, consequentemente, se apaixonassem.

Louis havia saído mais cedo da delegacia naquele dia, mas Harry ainda estava preso no escritório lidando com monstruosos contratos, pelo menos era o que dizia no bilhete que ele colocou  na geladeira, então como qualquer pessoa normal de 27 anos, Louis começou a ter crises existenciais enquanto bebia whisky e ouvia algumas músicas depressivas.

Seus devaneios iam de "eu realmente mereço tudo isso?" até "Harry é perfeito demais pra esse mundo" e assim foi. Sua intenção não era ficar bêbado justo em um dia que ele havia chego mais cedo em casa, então se parou antes que pudesse chegar a um terceiro copo e ficou deitado no tapete macio da sala olhando para o teto.

- Dusty, você acha que merecemos isso? Eu digo, todo conforto dessa casa e, milagrosamente, eu e Harry nunca fomos vítimas de ataques homofóbicos, temos exatamente tudo que precisamos, mas merecemos tudo isso? – a gatinha olhou para Louis como se estivesse confusa – Pois é, também me sinto confuso com tudo isso.

Estava tão esgotado de pensar tudo aquilo num looping que parecia não ter fim e pela grande quantidade de esforço que ele colocou em seus pensamentos, acabou pegando no sono ali mesmo naquele tapete felpudo e fez uma nota mental de agradecer a Harry por ter convencido ele que seria um tapete maravilhoso e com muito uso na sala. Nem se deu conta quando seu marido abriu a porta e parou perto do menor, sorrindo pequeno.

- Babe? Amor? - Harry o chamava enquanto levantava o marido com uma agilidade espantosa – Bem, você não está exalando álcool, então vou supor que você não bebeu muito hoje.

A única resposta que recebeu, foi Louis se aninhando ainda mais contra seu corpo e uma série de resmungos, ainda meio adormecido quando o marido o colocou na cama e se juntou a ele.

- Pensei que iríamos fazer coisas mais intensas do que dormir as 8 da noite sem jantar –  Louis mal abriu os olhos – Mas não estou reclamando, me abrace, H.

- Nunca vi uma pessoa tão carente quando sente muito sono – Harry riu leve puxando o menor para se aconchegar em seu peito – Queria que todos os nossos dias fossem assim, dormindo antes do horário só porque queremos e depois bebermos um vinho.

- Você, Harry Edward Styles-Tomlinson, vai beber vinho em plena terça a noite? Eu acho que o fim dos tempos está muito próximo – Harry revirou os olhos – Ok, mas antes vamos dormir porque eu estou acabado e você está com cara de quem precisa de uma soneca também.

- Boa noite, meu amor.

(...)


Por volta das 2 da manhã, o telefone começou a tocar de maneira insistente e Louis acordou irritado para atender.

- O que é?

- Ahn... Tomlinson? É o Zayn, agente trans-

- Eu sei quem você é, Malik – bufou cansado – Me diga o que quer assim eu posso voltar a dormir.

- Hm, certo... eu terminei de analisar tudo bem de perto algumas horas atrás e montei um quadro que possa indicar o perfil desse assassino, e tinha pensado em mostrar a você agora, mas posso esperar mais algumas horas...

- Ok, Malik, até.

O mau humor era evidente, ninguém gosta de ser acordado, principalmente quando está tão enrolado no marido que fica quase impossível sair da cama sem acordá-lo, e além disso, Zayn praticamente o ligou apenas para o informar que havia feito uma análise mais profunda do caso e um quadro que pode começar a indicar alguns suspeitos. Em suma, Louis estava puto.

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