Vou lhe contar como foi a minha primeira vez. Sinceramente, foi diferente de tudo que eu havia sonhado, planejado e imaginado um dia, porém, apesar da minha inexperiência e não saber bem como me portar e conduzir para o ato final, me sai muito bem, essas são algumas daquelas coisas que a gente não aprende nos livros, nem tão pouco na escola.
O nome dela era Bella, tínhamos 25 anos e estudávamos na mesma faculdade, ela cursava letras, e eu, antropologia. Nosso relacionamento estava se firmando em bases sólidas e eu a amava muito, amava mesmo de todas as formas e de todo o meu coração. Amava principalmente seus belos olhos esverdeados, tanto que chegava até a deseja-los pra mim. Bella era um tipo de pessoa encantadora que todos têm vontade de ter por perto, e eu tive a sorte de tê-la pra mim, só pra mim.
Quando eu a via, fica extasiado. Seu perfume penetrava em minhas narinas e me sentia como se estive em transe, ou sob efeito de alguma droga alucinógena, naquele instante eu não pensava em mais nada, somente no momento exato em que a possuiria. Ah! Mas meu desejo me enlouquecia, sentia meu sangue ferver em minhas veias, e algo cada vez mais forte crescia dentro de mim. Aquele desejo incontrolável, inexplicável. Só imagina o momento em poderia senti-la em minha boca, sentir o seu sabor em minha língua.
Pra falar a verdade, não tinha em mente nada planejado, apenas sabia qual era meu foco: Bella, inteiramente só pra mim.
Um dia marcamos de dar uma volta de carro, antes do horário planejado, conversei com o Guilherme, um amigo meu, estudante de farmácia, o qual me forneceu alguns calmantes de fácil dissolução em água, caso fosse necessário fazer uso deles, aleguei estar com dificuldade em dormir devido ao stress da semana de provas, sem mais perguntas e respostas mentirosas, já me direcionava ao encontro de Bella tendo cinco comprimidos em meu bolso da camisa lilás que usava.
Nossa... Como o tempo passou tão rápido e no entanto ainda me lembro detalhe por detalhe daquela tarde tão inesquecível e única, posso dizer que foi a última noite para Bella, mas a primeira de muitas que ainda estariam por vir, para a minha pessoa.
Ela estava linda, seus cabelos ondulados abaixo do meio das costas, quase na cintura, um tom marrom enjoado e brilhante. Cabelos soltos, que balançavam com o vento, deixando um perfume de rosas no ar, seu vestido florido com pequenas flores azuis e verdes num fundo bege pálido. Ela estava linda.
Entramos no meu carro e disse que havia preparado uma surpresa. Na verdade, eu ainda estava surpreso com toda aquela magia e nervosismo do que ainda estava por vir. Levei-a para uma casinha de campo que um tio meu possui, fica bem longe da cidade, podemos dizer que fica "bem no meio do mato", onde "Judas perdeu as botas" pra lá de "onde o vento faz a curva", acho que deve ter dado pra ter uma noção de como era longe o lugar, enfim, era o lugar ideal para o momento que eu tanto sonhara. Longe de tudo, longe de todos.
Fizemos um piquenique improvisado na sala, era uma casa bem rústica, móveis muito antigos, a casa cheirava a mofo com um leve toque de esterco de cavalo. Um ambiente um tanto quanto "romântico", não acha? Eu e Bella estávamos sentados no chão, um paralelo ao outro, contávamos nossos sonhos, o que pretendíamos fazer assim que terminássemos a faculdade, falamos até de casar e ter filhos. De repente, não mais que de repente, começamos a nos beijar e por um instante até me esqueci do real motivo pelo qual estava ali.
O clima foi esquentando e ela já estava sem o vestido, apenas de lingerie em meus braços, a pele dela era quente, a tocava e parecia sentir o sangue pulsar em suas veias, era uma sensação única. Fui beijando seu pescoço, descendo lentamente minha língua em seu corpo, quando ouvi um grito de dor e ela me empurrou com tudo. Cai pro lado e bati meu ombro na lateral do sofá. Ela estava assustada e esfregava verozmente seu seio, onde sem perceber dei-lhe um mordida como leão faminto ao abocanhar a presa, de onde eu vi escorrer um líquido vermelho, e o cheio do seu sangue invadiu a sala me fazendo voltar a mim, meio aturdido, pedi desculpas, e disse que iria pegar um suco pra ela se acalmar.
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Brio Sombrio - O diário de um canibal
HorrorPablo Venâncio é um antropólogo com desejos peculiares e que consegue nos envolver em sua narrativa de tal forma que é como se estivéssemos conversando frente a frente.